Uma marcha da Federação Sindical de Comunidades Interculturais de Santa Cruz demandou sanções contra os responsáveis das mortes ocorridas durante o golpe de Estado de 2019 na Bolívia, assegurou seu dirigente, Guido Cuadros.
“Têm que pagar esses delitos, não somos pois animais para que nos façam matar, fomos perseguidos, nossos companheiros com falsas acusações os meteram presos”, assegurou Cuadros em declarações ao canal Bolívia TV.
O líder sindical recordou que sua organização teve feridos de bala e mortos provocados por políticos que até agora gozam de impunidade como Carlos Mesa, cabeça da Comunidade Cidadã, e Fernando Camacho, atual governador de Santa Cruz.
Ao concluir uma visita de trabalho à Bolívia no final de fevereiro, o relator especial das Nações Unidas para a Independência de Juízes e Advogados, Diego García-Sayán, instou a priorizar a aplicação da justiça com relação aos massacres cometidos pelo governo de facto em 2019.
CPERS
Massacres foram cometidos pelo governo em 2019
“As vítimas e familiares das vítimas estão ainda esperando por justiça e esperando por reparação, este é um tema que deve contar com prioridade para que as pessoas afetadas pela violência possam encontrar algo de justiça”, insistiu ao apresentar as conclusões preliminares das investigações iniciadas em 15 de fevereiro.
O diplomata referiu que teve uma reunião de trabalho de mais de três horas com familiares e companheiros das vítimas de Sacaba, Senkata e zona Sul, e da mesma forma que o informe conclusivo do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) cifrou em 37 as mortes registradas entre 11 e 19 de novembro.
A esse respeito lamentou que “passados dois anos, são escassos os resultados nos processos de investigação”, e deplorou que após esses fatos que deixaram mortos, feridos, torturados, detidos ilegalmente e perseguidos não se conte com sentenças.
Considerou que, neste caso, sua visita “contribuirá a alentar uma prioridade e uma atenção justa para que as pessoas afetadas por esses fatos de violência possam encontrar algo de justiça”.
Interrogado pela imprensa, o relator especial da ONU afirmou que nas entrevistas que manteve com representantes da oposição e ativistas de direitos humanos não encontrou ninguém que sustentasse uma presumida perseguição política na Bolívia.
“Falou-se de perseguição política, (no entanto), eu não tive entrevista com nenhuma pessoa que me tenha manifestado fatos que sustentem uma perseguição política”, assegurou García-Sayán.
Agregou o relator da ONU que não pode responder com conhecimento de causa no sentido de que nação sul-americana alguém seja perseguido por suas ideias políticas.
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