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ToggleO Jiu Jitsu é uma arte marcial baseada em aproveitar a força do oponente para derrotá-lo de maneira não violenta. Recursos conceituais que deveríamos saber aproveitar, dada a sobreposição de absurdos (que sobrevivem em nossa realidade antes colonial, hoje neocolonial) postos a se pisotearem pela virulência das manobras do elefante na loja de cristais.
Trump deixa evidente que “americanos” são eles e deporta aqueles que não são “cidadãos americanos”. Nas batidas que lançou, a pergunta que os policiais fazem é: “Você é um cidadão americano?” e se o cidadão é americano, mas do México, por exemplo, ou seja, do próprio continente conhecido como América, é deportado como um delinquente.
Por essa forma tácita de nos excluir da “americanidade”, deveríamos repensar o porquê de continuar assumindo o batismo do invasor, delinquente, ladrão, assassino e escravizador europeu, que decidiu nos chamar de “América” em homenagem ao também europeu Américo Vespúcio, ignorando qualquer preferência indenitária das nações existentes.
Então, para não sobrecarregá-los com minhas considerações pessoais, decidi formular à IA “Busca Profunda” a seguinte pergunta:
Quais interesses sustentam o nome “América” para o continente assim conhecido, sendo que foi batizado pelos próprios invasores e com que nomes o conheciam as nações originais?
A resposta da IA
O nome “América” para o continente tem suas raízes na colonização europeia e na imposição de uma narrativa histórica que marginalizou as vozes e perspectivas dos povos originários.
Foi batizado assim em homenagem ao explorador Américo Vespúcio, que, ao contrário de Cristóvão Colombo, sugeriu que as terras descobertas não eram parte da Ásia, mas um “Novo Mundo”.
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Esse nome foi popularizado pelo cartógrafo Martin Waldseemüller em seu mapa de 1507, e com o tempo se consolidou como o termo dominante para se referir ao continente.
Interesses por trás do nome “América”
- Legitimação do domínio colonial: O uso do nome “América” por parte dos colonizadores europeus reflete uma narrativa de descoberta e conquista que justificava a ocupação e exploração das terras e seus habitantes. Ao nomear o continente, os europeus reafirmaram seu controle simbólico e material sobre ele.
- Apagamento das identidades originárias: Ao impor um nome europeu, invisibilizaram-se as denominações e cosmovisões dos povos indígenas que habitavam o continente desde muito antes da chegada dos europeus. Isso fez parte de um processo mais amplo de colonização cultural e linguística.
- Construção de uma identidade eurocêntrica: O nome “América” se integrou na narrativa histórica ocidental, reforçando a ideia de que a história do continente começou com a chegada dos europeus, ignorando milhares de anos de história e cultura pré-colombiana.
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Nomes originais do continente
As nações originárias tinham suas próprias formas de se referir às terras que habitavam, embora não necessariamente concebessem o continente como uma entidade unificada, como fizeram os europeus. Alguns exemplos incluem:
- Abya Yala: Este termo, utilizado pelos povos Kuna do Panamá e adotado posteriormente por movimentos indígenas e decoloniais, significa “terra em plena maturidade” ou “terra vital”. Hoje é amplamente utilizado como um nome alternativo para o continente, reivindicando a perspectiva indígena.
- Tawantinsuyu: Para os incas, este nome se referia ao seu império, que abrangia grande parte dos Andes. Significa “as quatro regiões unidas” e reflete sua organização territorial e política.
- Anáhuac: Este termo era utilizado pelos mexicas (astecas) para se referir à região central do que hoje é o México. Significa “terra rodeada de água” ou “terra entre mares”.
- Pacha Mama: Na cosmovisão andina, este conceito se refere à Mãe Terra, uma deidade que representa a fertilidade e a vida. Embora não seja um nome geográfico, reflete uma relação profunda com a terra que contrasta com a visão europeia de dominação.
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Reivindicações contemporâneas
Hoje em dia, muitos movimentos indígenas e decoloniais buscam recuperar e promover o uso de nomes como Abya Yala como uma forma de resistir à herança colonial e reafirmar as identidades originárias. Esse esforço não é apenas simbólico, mas também faz parte de uma luta mais ampla por autonomia, reconhecimento e justiça para os povos indígenas.
E eu concluo com:
Em resumo, o nome “América” é uma herança colonial que reflete os interesses e perspectivas dos invasores europeus. Reconhecer e valorizar os nomes e as cosmovisões dos povos originários é um passo fundamental para descolonizar a história e construir um futuro mais inclusivo e respeitoso.
Lamento ferir a emocionalidade romântica esquerdizada de se sentir “latino-americano”, termo composto lançado com épica em tantas canções, mas que é intrinsecamente negacionista, porque nega que neste continente haja idiomas que não sejam os derivados do latim (Castelhano e português).
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Não se preocupem, também temos uma avenida que se chama Rivadavia e escolas que se chamam Mitre ou Sarmiento. A mudança deverá ser paulatina, racional e cultural.
Peço desculpas, che, sou Enrique Box, a Ovelha Negra.