O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em russo, e sucessor do KGB soviético) deteve nesta quarta-feira (18) um cidadão da república centro-asiática do Uzbequistão, de 29 anos, acusado de ser o autor material do assassinato do general Igor Kirillov e de seu assistente, Ilia Polikarpov, ao colocar e fazer explodir à distância a bomba que tirou suas vidas na terça-feira (17) na capital russa, informou o Comitê de Investigação russo, responsável por apurar o atentado.
O suposto assassino, cujo nome não foi revelado, apareceu em um vídeo gravado e distribuído pelo FSB por meio de agências de notícias e canais da televisão pública. No vídeo, ele afirma que foi à Rússia há alguns meses, após ser recrutado pelo serviço de inteligência da Ucrânia para matar o general, que era chefe das tropas de defesa radiológica, química e biológica do exército russo.
Ele relata que comprou o patinete elétrico, recebeu um pacote com componentes para montar o artefato explosivo, prendeu a bomba ao guidão do patinete e aguardou em um carro de transporte por aplicativo alugado até que a vítima e seu assistente saíssem do edifício, por volta das seis da manhã, para então apertar o botão que causou a explosão.
O homem afirma que instalou uma pequena câmera de vídeo para que aqueles que lhe davam ordens, diretamente da cidade de Dnipro, na Ucrânia, pudessem assistir ao cumprimento da missão em tempo real.
Quando uma voz anônima pergunta “por que você fez isso?”, ele responde: “Disseram que, se eu fizesse, me dariam 100 mil dólares e também um passaporte de um país europeu”. Nesse momento, o breve vídeo é interrompido.
“Sabemos, sem dúvida, quem ordenou este atentado terrorista: o regime nazista de Kiev, e continuaremos lutando contra ele”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Os canais Shot e Baza, que afirmam nas redes sociais ter contatos bem informados dentro das agências de segurança russas, concordam em dizer que o detido se chama Ahmad Kurbanov.
Eles afirmam que ele nasceu em 1995 e indicam que morava há algum tempo em Balashija, uma localidade próxima a Moscou, mas que foi preso em outro local, o vilarejo de Chornoye, também localizado nos arredores da capital russa.
Um dia antes, fontes não identificadas dos serviços de inteligência da Ucrânia reivindicaram, de maneira extraoficial, o atentado mortal contra Kirillov e Polikarpov, por meio de declarações a AFP, Reuters e outras agências de notícias internacionais.
O Ministério das Relações Exteriores do Uzbequistão informou que seus diplomatas em Moscou estão trabalhando para esclarecer todas as circunstâncias da prisão de seu cidadão, enquanto o FSB prometeu “encontrar todos os membros dos serviços secretos ucranianos envolvidos neste atentado, para que recebam o castigo merecido”.
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Igor Kirillov, general russo morto pela Ucrânia em atentado, denunciou armas biológicas dos EUA