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Fotos: Johannes Hähle (Wikimedia Commons) / UNRWA (X)

1941, 2024: o massacre de Babi Yar, a “solução final” de Hitler e o genocídio palestino

Babi Yar foi palco de uma matança em massa de judeus ocorrido na Ucrânia, durante a ocupação de Kiev, na Segunda Guerra Mundial
Carlos Russo Jr
Diálogos do Sul Global
Florianópolis (SC)

Tradução:

O genocídio de Babi Yar teve Adolf Hitler, um austríaco ariano de extrema-direita, antissemita, anticomunista, portador de sífilis terciária, como comandante.

Netanyahu é um fascista, acusado de subornos e fraudes, sionista de extrema-direita no comando de um Exército, que se autoproclama escolhido por seu deus, e que já praticou o genocídio de mais de 180 mil palestinos em menos de um ano, no qual se inclui o extermínio de crianças, enfermos e mulheres de Rafah.

Babi Yar

Babi Yar foi palco de uma matança em massa de judeus ocorrido na Ucrânia, durante a ocupação de Kiev, na Segunda Guerra Mundial. Esse episódio aconteceu entre 29 e 30 de setembro de 1941, e as estatísticas apontam um resultado de mais de 33 mil mortes em um curto prazo de 36 horas.

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A conquista da União Soviética teria que passar pela destruição e conquista da Ucrânia (uma de suas Repúblicas), que havia sido planejada por Hitler e seu partido Nazista, visando:

  1. Garantir a destruição da Rússia e do bolchevismo soviético, ideologia oposta e adversária à ideologia nazista;
  2. Expandir o Império Alemão e formar o tal “espaço vital” para a “raça pura”, por meio da ocupação de terras, que seriam colonizadas pelos arianos às custas da escravização dos eslavos;
  3. E, finalmente, garantir o controle sobre importantes recursos que a União Soviética possuía em abundância: minérios, petróleo e alimento.

A invasão alemã da Ucrânia contou com 3,6 milhões de soldados alemães, sem declaração formal de guerra. Um ato de absoluto terrorismo!

Atuação dos grupos de extermínio

O massacre dos judeus de Kiev foi um dos primeiros episódios do que ficou conhecido como Holocausto, ou o primeiro genocídio cometido contra judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Ocorreu ao mesmo tempo que os Comandantes do Partido Nazista formularam o que ficou conhecido como “Solução Final”, o extermínio de uma raça, com a matança de milhões de judeus.

Esse plano, capitaneado por Himmler e Heydrich, sob o comando central de Hitler, estipulava a escravização dos judeus em bom estado de saúde e a execução imediata dos que não estivessem aptos ao trabalho, incluindo doentes, idosos, mulheres e crianças. Às conhecidas “Shoah pelas balas” e à “Shoah pelo gás”, devemos acrescentar a “Shoah pelas chamas”. Os nazistas haviam designado os Einsatzgruppen, também chamados de grupos de extermínio, formados pela tropa assassina de elite, os SS, como executores da primeira fase do Holocausto.

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No caso ucraniano e do massacre de Babi Yar foi conduzido pelo Einsatzgruppen C. Ordenou-se a todos os judeus residentes de Kiev e em suas vizinhanças, que deslocassem até uma das saídas da cidade portando documentos, dinheiro, roupas de baixo, joias, etc. Aqueles que não comparecessem seriam fuzilados!

À esquerda: Prisioneiros de guerra soviéticos cobrindo uma vala comum após o massacre de Babi Yar, em 1º de outubro de 1941 (Johannes Hähle – Wikimedia Commons). À direita: milhares de palestinos fogem da cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 23 de julho de 2024 (UNRWA – X).

Mais de 33 mil judeus deslocaram-se até o local estipulado. Ao longo de 36 horas, os judeus foram sendo encaminhados para um barranco e fuzilados sistematicamente. Os relatos contam que os judeus eram obrigados a despir-se, todos seus pertences lhes eram roubados, e eram agressivamente conduzidos para as valas comuns, onde deitavam sobre cadáveres e, em seguida, eram fuzilados. Aqueles apenas feridos eram incinerados por lança-chamas.

O massacre da faixa de Gaza, Palestina. Seu mandante, Bibi Netanyahu

Em 1947, a ONU aprovou um plano para dividir a Palestina em dois territórios destinados a um Estado judeu e a um Estado árabe. Esta é a origem da chamada “solução de Dois Estados”, que tinha como objetivo acabar com as tensões entre os dois povos e estabelecer uma nação para os judeus dispersos pelo mundo, que desejassem conviver com os palestinos.

A situação se tornou mais complicada em 1967, quando Israel lançou um ataque surpresa contra o Egito, a Síria e a Jordânia (a chamada Guerra dos Seis Dias) e, após a sua vitória, ocupou Gaza e a Cisjordânia, deixando a população árabe sob o seu domínio.

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A ONU condenou esta ocupação e pediu a saída dos israelenses de ambos os territórios. Tudo em vão. Os interesses sionistas serviam já como ponta de lança do Império Americano no Oriente Médio.

Somente em 1993, com o fim da Guerra Fria, os Acordos de Oslo estabeleceram um roteiro claro para a criação de um Estado palestino. No entanto, Israel jamais os respeitou e tão pouco permitiu que isto acontecesse.

Confinados

Os Palestinos foram confinados na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. As invasões de colonos israelenses na Cisjordânia, através da força e do terrorismo de forças militares e paramilitares, avançaram sobre as terras mais férteis dos palestinos. Por outro lado, a faixa de Gaza sempre se constituiu em um campo de concentração à espera do extermínio sionista.

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Após o atentado terrorista de 7 de setembro, realizado pelo Hamas (com a conivência do serviço secreto de Israel), Israel encontrou motivos semelhantes aos dos Nazistas para o extermínio planejado do povo palestino, ou seja:

  1. Garantir a destruição do poder de resistência palestina e exterminar o máximo possível a população civil, sempre fonte de resistência.
  2. Expandir o Império Sionista e formar o tal “espaço vital”, por meio da ocupação das terras que seriam colonizadas pelos colonos judeus às custas da morte ou escravização dos palestinos.
  3. E, finalmente, garantir o controle sobre importantes recursos como petróleo e terras férteis.

Uma barbárie que não se encerra

O genocídio praticado por Israel possui a conivência da maioria das chamadas democracias do Ocidente, da extrema-direita mundial, à qual se associam ditadores como Orban e Putin!

E, desamparado, pese a resistência de países como Colômbia, África do Sul e Brasil, o povo palestino caminha para o extermínio!

Razão tinha Trasímaco ao contrapor-se a Sócrates, em A República de Platão: A justiça jamais seria universal. A justiça seria sempre a do mais forte!

Referências

  1. SNYDER, Timothy. Terras de Sangue: a Europa entre Stalin e Hitler. Rio de Janeiro: Record, 2012, p. 253.
  2. 2.BEEVOR, Anthony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 246.
  3. O Massacre de Babi Yar. Para acessar, clique aqui.
  4. GROSSAMAN, V. Vida e Destino. Alfaguara.5.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Carlos Russo Jr Carlos Russo Jr., coordenador e editor do Espaço Literário Marcel Proust, é ensaísta e escritor. Pertence à geração de 1968, quando cursou pela primeira vez a Universidade de São Paulo. Mestre em Humanidades, com Monografia sobre “Helenismo e Religiosidade Grega”, foi discípulo de Jean-Pierre Vernant.

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