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82% das pessoas em 23 países acreditam que os EUA interferem nos assuntos de outros países

Na Argentina, presente no levantamento, uma maioria (56%) opina que investimentos estadunidenses não foram bons para seu país
Jim Cason
La Jornada
Nova York

Tradução:

O presidente Joe Biden e seu país são percebidos positivamente no nível internacional, com uma média de 54% expressando confiança no mandatário e 59% oferecendo uma opinião positiva dos Estados Unidos, segundo uma sondagem de públicos em 23 países realizados pelo Pew Research Center.

A percepção da política internacional dos Estados unidos nos 23 países sondados oferece resultados complexos, inclusive alguns contraditórios, como 82% que dizem que Washington interfere nos assuntos internos de outros países. Porém, ao mesmo tempo, uma maioria de 61% crê que o país contribui para a paz e estabilidade no mundo. 

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Ao comentar os resultados desta sondagem internacional sobre os Estados Unidos e seu presidente, que tem sido realizada anualmente durante os últimos 20 anos, a investigadora da Pew Research Center, Janell Fetterolf, ressaltou que “as qualificações internacionais dos Estados Unidos são geralmente positivas, mas há pessoas nos 23 países pesquisados que são críticas aos Estados Unidos sobre algumas medidas. Enquanto muitos dizem que a sociedade estadunidense é parecida à de outras nações ricas, porções notáveis dizem que Washington é menos tolerante e um lugar mais perigoso para se viver”. 

A sondagem continuou registrando a melhoria da imagem dos Estados Unidos no âmbito internacional depois da eleição de Biden, já que ao chegar Donald Trump à Casa Branca houve uma queda dramática.

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O contraste é muito marcado em países de médio porte, como o México. O nível de confiança em Trump durante sua presidência, no México, despencou para chegar a um ponto baixo de só 5%, enquanto que este ano a confiança de mexicanos em Biden chegou a 43%. O nível máximo de confiança logrado no México para um presidente estadunidense foi Barack Obama com 55%.

Na Argentina, presente no levantamento, uma maioria (56%) opina que investimentos estadunidenses não foram bons para seu país

Twitter | Reprodução
Maioria esmagadora na Hungria, assim como a metade ou mais em Espanha, França, Grécia e Itália não confiam que Biden toma decisões corretas

Interferência

51% no México crê que os Estados Unidos consideram os interesses de seu país – um incremento de 19 pontos entre 2018 e 2023. Por sua voz, 74% dos mexicanos crê que os Estados Unidos interferem nos assuntos de outros países. 48% dos mexicanos opina que Estados Unidos não contribuem para a paz e estabilidade internacional, embora 50% opina que sim.

Uma maioria dos mexicanos, 57%, crê que os Estados Unidos têm logros tecnológicos, entretenimento, universidades, forças armadas e nível de vida mais alto que a média ou até melhor entre os países mais ricos. 

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Entre os países de ingresso médio há diferenças interessantes, com maiorias em 7 dos 8 países deste nível expressando que seus países se beneficiaram dos investimentos estadunidenses, mas a Argentina é o único onde uma maioria (56%) opina que o investimento estadunidense não foi bom para seu país.

Entre os 23 países pesquisados há uma divisão quase parelha dos que creem que os Estados Unidos não tomam em conta os interesses de seus países (50%) enquanto 49% crê que Washington se preocupa com eles.

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Também é notável que uma maioria esmagadora na Hungria, assim como a metade ou mais em Espanha, França, Grécia e Itália não confiam que Biden toma decisões corretas. 

Os dois países sondados com os percepções positivas mais altas sobre os Estados Unidos são Polônia (93%) e Israel (87%). No outro extremo, só Hungria tem uma maioria que expressa percepções negativas dos Estados Unidos, com 51% com uma opinião desfavorável.

Veja a sondagem e a análise completa no site do Pew Research Center.

Jim Cason e David Brooks | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Jim Cason Correspondente do La Jornada e membro do Friends Committee On National Legislation nos EUA, trabalhou por mais de 30 anos pela mudança social como ativista e jornalista. Foi ainda editor sênior da AllAfrica.com, o maior distribuidor de notícias e informações sobre a África no mundo.

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