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Gastança com guerras afasta eleitores e Biden perde para Trump em 7 estados-chave

Pesquisas da Bloomberg descobriu forte queda no apoio ao democrata entre as mulheres, geralmente encarregadas das compras de casa
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

O presidente Joe Biden está perdendo apoio entre votantes jovens, sindicalistas e mulheres em estados-chave que precisará para ganhar a eleição presidencial no próximo ano, em grande parte devido a preocupações econômicas.

“Em conjunto, 58% dos votantes em estados-chave – Arizona, Geórgia, Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Carolina do Norte, Nevada – têm uma percepção negativa de Biden”, relatou a Bloomberg News ao divulgar os resultados de sua nova pesquisa na quinta-feira (14). “Os eleitores confiam mais em [Donald Trump, ex-presidente] para lidar com quase todos os aspectos da economia, tipicamente o tema mais importante em qualquer eleição nacional”.

A pesquisa Bloomberg/Morning Consult aponta que, se a eleição fosse realizada hoje, 47% dos votantes desses sete estados-chave votariam em Trump e 42% em Biden. É a primeira vez que esta sondagem registra Biden perdendo em todos esses sete estados. Há um amplo consenso de que se Biden perder em todos esses sete estados, não conseguirá ser reeleito.

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Um problema central está na desconexão entre o que preocupa os eleitores e a retórica de Biden. O mandatário focou-se, nas últimas semanas, na guerra na Ucrânia, no apoio a Israel e na sua intervenção na guerra em Gaza, entre outros temas internacionais. No entanto, os eleitores informaram a vários pesquisadores que os temas de maior importância para eles são os assuntos econômicos, sobretudo o custo básico da vida cotidiana, incluindo alimentação, moradia e saúde.

“Cidadãos viveram por mais de dois anos em que os salários não acompanham os aumentos nos preços. É por isso que a porcentagem daqueles que qualificam a economia como ‘má’ está se elevando ao seu nível mais alto este ano”, comenta o veterano pesquisador democrata Stanley Greenberg em um artigo publicado no Financial Times avaliando os resultados de pesquisas recentes. “Com as pessoas lutando financeiramente, perguntam por que as empresas petrolíferas ou as grandes cadeias de venda no varejo não estão ajudando com preços mais baixos. Os eleitores perguntam por que o governo não está fazendo mais e supõem que as grandes empresas estão comprando os políticos”.

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Votantes democratas e republicanos em Virginia, Michigan e Nova York entrevistados por La Jornada durante os últimos dois meses comentaram repetidamente que seus salários não têm se equiparado aos preços de alimentos, gás e outros custos de vida.

A pesquisa da Bloomberg descobriu um evidente deterioro no apoio eleitoral de Biden entre as mulheres, as quais costumam ser encarregadas das compras para a sua casa. Além disos, o mandatário fracassou em aumentar o nível de seu apoio entre residências de sindicalizados, e isso apesar de seus esforços para consegui-lo, incluindo tornar-se o primeiro presidente ativo na história dos Estados Unidos a visitar trabalhadores sindicalizados em greve.

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Pesquisas da Bloomberg descobriu forte queda no apoio ao democrata entre as mulheres, geralmente encarregadas das compras de casa

Foto: Marc A. Hermann/MTA
A maioria de estadunidenses está insatisfeita se Biden ou Trump forem coroados como os candidatos de seus partidos

Não é segredo, como foi comprovado recentemente em uma visita com trabalhadores do sindicato automotivo em greve em Michigan, que uma grande parte deles simpatiza com Trump, assim como seus colegas em outras indústrias.

Outra base chave para Biden que poderia simplesmente decidir não participar na eleição são os jovens. “Eleitores jovens entre os 18 e 34 anos de idade, outro grupo-chave para o partido [democrata], não estão impressionados com suas tentativas [de Biden] de perdoar a dívida estudantil e há muito mais probabilidade de que sejam críticos ao seu manejo no conflito Israel-Hamas”, relata a Bloomberg.

O pesquisador democrata Greenberg acredita que Biden ainda tem tempo para dar a volta por cima e recomenda que o presidente se dedique “quase exclusivamente” a falar sobre o que está fazendo para reduzir os custos da vida cotidiana.

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Greenberg adiciona que Biden devia focar também no que fez para reduzir o poder de Wall Street e do grande empresariado. “A mensagem sobre a economia que inicia com a asserção de que ‘o poder econômico está concentrado nas mãos dos grandes bancos’ e insiste que Biden tem uma agenda para tirar poder das grandes empresas e executivos é bem-vinda por 53% dos votantes”, aponta Greenberg.

Em uma reunião comunitária em uma zona rural da Virginia, o La Jornada conversou com votantes e um político republicano local que se queixaram de que as grandes empresas estavam usando a inflação como pretexto para elevar os preços e extrair mais lucros, enquanto as famílias e as pequenas empresas sofrem as consequências. “Essas grandes empresas de combustível estão obtendo lucros recordes, e o que qualquer dos partidos estão fazendo sobre isso?”, perguntou uma pequena empresária local, que já sabia a resposta.

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A cúpula do Partido Democrata rejeita essas críticas, argumentando que essas pesquisas iniciais, muito distantes das eleições presidenciais de novembro de 2024, não contam muito. Mas é difícil ocultar um descontentamento geral com ambos os candidatos presidenciais dos dois partidos nacionais. Uma enquete da AP, na quinta-feira, mostra que uma maioria de estadunidenses está insatisfeita se Biden ou Trump forem coroados como os candidatos de seus partidos – ou seja, não desejam ver uma repetição da contenda entre os mesmos de 2020. “Esta é provavelmente a opção mais horrível que tive em minha vida”, comentou Andrew Collins, de 35 anos, eleitor independente do Maine, à AP.

David Brooks e Jim Cason | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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