Pesquisar
Pesquisar

O conceito de terrorismo e o genocídio em Gaza: o que faz Israel?

Estado sionista já matou 30 mil crianças e mulheres, além de invadir impunemente hospitais e assassinar pacientes; que definição dar a isso?
Carlos Russo Jr
Diálogos do Sul Global
Florianópolis (SC)

Tradução:

O termo “terrorismo” começou a ser usado no século 18, principalmente para designar atos de violência praticados por governos com o objetivo de garantir a submissão da população civil.

Este é um conceito nada bom para aqueles governos praticantes do “terrorismo de Estado”, os quais, como detentores do poder, acham-se na posição de controlar a forma de pensar e a liberdade de expressão.

Assista na TV Diálogos do Sul

Enfim, o significado original se perdeu e o termo “terrorismo” passou a ser empregado, principalmente, para atentados em pequena escala, praticado por pessoas ou grupos*.

Embora o termo fosse empregado outrora para denotar a vontade de Impérios que submetiam seus povos e o mundo, agora seu significado está restrito à noção daqueles que incomodam os poderosos; o termo ainda se aplica a impérios inimigos, que podem mudar de categoria de acordo com a necessidade de poder e o tipo de ideologia.

O conto de Santo Agostinho e o terrorismo de EUA e Israel sob a bandeira da autodefesa

Hoje usamos o termo “terrorismo” para assinalar o uso de ameaça ou o emprego de violência com o propósito de intimidar ou coagir, quer o terrorismo seja do Império, quer do “ladrão”. Ou seja, os “atos terroristas” tornam-se práticas abomináveis somente quando cometidos por alguém do lado deles e não do nosso. Caso contrário, são atos de autodefesa!

Continua após imagem

Estado sionista já matou 30 mil crianças e mulheres, além de invadir impunemente hospitais e assassinar pacientes; que definição dar a isso?

Foto: Times Of Gaza
Iníquos são aqueles que, sob o falso manto do antissemitismo que a história naufragou, defendem o sionismo assassino do governo de Netanyahu

Cobiça americana

As vítimas do terrorismo internacional nas últimas décadas têm sido os cubanos, países de quase toda a América Latina, e, principalmente, do Oriente Médio, atraídos pela cobiça americana pelo petróleo.

Nessas últimas décadas temos visto Israel, o braço longo do Império Americano, bombardear campos paupérrimos de refugiados palestinos, assassinando civis, geralmente sofrendo apenas arremedos de retaliação; Israel, quantas vezes, não enviou seus soldados ao Líbano para operações “antiterroristas”, matando e destruindo impunemente; Israel sequestrando navios e despachado centenas de palestinos reféns para campos de concentração; a expansão à força e sob submissão dos palestinos, para implantação das novas colônias por judeus orientais na Cisjordânia, e isto tudo nunca foi considerado “terrorismo”!!!!

Por que Israel não pode derrotar o Hamas

Agora, em resposta a uma ação terrorista do Hamas, que deixou mais de mil mortos, destrói toda a faixa de Gaza, território palestino habitado por mais de 2 milhões de seres humanos, massacra propositalmente mais de 30 mil crianças e mulheres, invade impunemente hospitais, leva para locais desconhecidos seus médicos, assassina pacientes! Destrói a população civil pela fome, sede e doenças.

E a isto não se denomina “genocídio”? É, sim, o verdadeiro holocausto do povo palestino!

Anistia não! Se terrorismo em Brasília ficar impune, democracia sairá enfraquecida

Os protestos que se levantam, como a voz corajosa do Presidente Lula, são tratadas como antissemitismo, como uma iniquidade!

Iníquos são aqueles que, sob o falso manto do antissemitismo que a história já naufragou, defendem o sionismo assassino do governo proto-nazista de Netanyahu.

Obs.: Nos anos 2000, Benjamim Netanyahu foi chanceler do governo de Israel. Em conferência internacional sobre terrorismo, declarou: “O aspecto que define o terrorismo é o assassinato e mutilação deliberados e sistemáticos de civis como o intuito de aterrorizar.”

Hoje, o que faz Israel?


Referências:

– Origens e causas fundamentais do terrorismo internacional. Secretariado da ONU, 1975.
– Los Angeles Times, 28/12/1975.
– Chomsky, N. “Piratas e Imperadores: o terrorismo internacional no mundo real”. Bertrand Brasil.


Carlos Russo Jr. | Colunista na Diálogos do Sul.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na TV Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Carlos Russo Jr Carlos Russo Jr., coordenador e editor do Espaço Literário Marcel Proust, é ensaísta e escritor. Pertence à geração de 1968, quando cursou pela primeira vez a Universidade de São Paulo. Mestre em Humanidades, com Monografia sobre “Helenismo e Religiosidade Grega”, foi discípulo de Jean-Pierre Vernant.

LEIA tAMBÉM

Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Rússia Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Rússia: Uso de minas antipessoais e mísseis Atacms é manobra dos EUA para prolongar conflito
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Após escalar conflito na Ucrânia com mísseis de longo alcance, EUA chamam Rússia de “irresponsável”
Misseis Atacms “Escalada desnecessária” na Ucrânia é uma armadilha do Governo Biden para Trump
Mísseis Atacms: “Escalada desnecessária” na Ucrânia é armadilha do Governo Biden para Trump