A comunicação do G20 Brasil e a Universidade Federal da Grande Dourados, no estado do Mato Grosso do Sul, celebraram parceria para a produção de boletins de rádio na língua indígena guarani. O conteúdo, produzido pela equipe de jornalistas do G20, será traduzido para o idioma indígena e distribuído para emissoras de rádio em todo país por meio da Rede Nacional de Rádio, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), além de ter os textos dos boletins publicados no site.
O reitor da Universidade da Grande Dourados, professor Jones Dari Goettert, avalia que tanto o G20 quanto os indígenas ganham muito com a parceria. O fórum torna-se mais democrático e participativo ao incluir os povos originários em seu contexto. Já para os indígenas, significa a possibilidade de levar sua cultura para o país e o mundo. “Afinal, eles fazem parte do povo brasileiro e portanto também do G20”, enfatiza o professor.
Segundo o reitor, é importante pensar no conjunto de comunidades e de sociedades, além dos modos de vida que marcam o G20. No caso dos indígenas, são maneiras de ver a vida que sempre existiram e que agora tem condições de reverberar para fora dos seus territórios. “Então, é uma experiência muito importante, tenho certeza de que as alunas e os alunos indígenas estão gostando bastante dessa chance de serem ouvidos no Brasil e no mundo”, afirmou.
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A professora Rossandra Cabreira, da etnia Guarani- Kaiowá, leciona há dez anos na escola da aldeia Jaguapiru em Mato Grosso do Sul. Ela é uma das tradutoras do conteúdo jornalístico. Rossandra conta que foi com prazer que aceitou ser tradutora, porque a iniciativa valoriza a sua língua materna.
“Para mim, é uma honra poder participar desse projeto do G20. É um ato de valorização e também de fortalecimento do guarani. E eu me sinto alegre de poder ajudar aquele que não entende direito o português e agora vai ouvir a notícia no seu próprio idioma”, disse a professora. Ela acredita que ter os boletins de rádio do G20 transmitidos em guarani na rede nacional de radiodifusão traz também visibilidade para a cultura Guarani- Kaiowá para além do seu território e reconhecimento para a identidade indígena da sua comunidade.
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O coordenador do projeto, professor Andérbio Márcio Silva Martins, fala exatamente que o desenvolvimento da iniciativa começou com a ideia de dar visibilidade às línguas indígenas brasileiras.
“Nós temos a preocupação de fazer com que as traduções fiquem o mais compreensível possível para todos que têm algum domínio da língua guarani, seja a falada aqui ou no Paraguai. E, com esse projeto, nós estamos contribuindo para o desenvolvimento de habilidades linguísticas e comunicativas dos indígenas que estão envolvidos”.
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