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Anistia permite retorno de líderes independentistas catalães à Espanha

Líderes independentistas catalães Marta Rovira e Rubén Wagensberg voltam à Catalunha após oito anos na Suíça e prometem retomar a luta pela independência
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Beatriz Cannabrava

Uma vez entrada em vigor a lei geral de anistia, aprovada em maio deste ano, e neutralizadas as causas judiciais abertas contra eles, um grupo de destacados líderes independentistas catalães decidiu voltar ao seu país, com casos como o de Marta Rovira, secretária-geral da Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), que há oito anos vivia na Suíça.

Apenas pisaram de novo o solo catalão, advertiram que “estamos aqui para acabar o que deixamos pela metade” e fazer realidade a secessão definitiva da comunidade autônoma do Estado espanhol.

A viagem foi iniciada na última quinta-feira (11) à tarde, de carro e cruzando as zonas montanhosas que separam a Suíça da Espanha.

No veículo viajavam dois dos dirigentes da ERC que decidiram transferir sua residência ao país helvético ante o temor de que os tribunais de justiça espanhola os processassem por sua participação nos atos de protesto registrados na Catalunha, em decorrência das sentenças contra os dirigentes separatistas que impulsionaram o processo de secessão falido de outubro de 2017.

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Os juízes espanhóis viram nesses atos, nos quais tentaram fechar o aeroporto de Barcelona, a estação de alta velocidade da capital catalã e as delegacias da Polícia Nacional Espanhola, “presumidos delitos de terrorismo”.

Rovira viajou junto ao deputado autonômico Rubén Wagensberg e ambos declararam, apenas pisaram o solo catalão, que seu retorno se tratava de uma “vitória” do movimento independentista, que “há que celebrar porque ultimamente temos muito poucas coisas com que nos alegrar”, em alusão às derrotas eleitorais que têm sofrido nos últimos anos e à perda de apoio social do movimento independentista.

Empresário presta depoimento no processo contra Begoña Gómez

O empresário espanhol Juan Carlos Barrabés testemunhou ante o juiz de Madri, Juan Carlos Peinado, em relação à causa aberta por presumidos delitos de corrupção nos negócios e tráfico de influência contra Begoña Gómez, esposa do presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez

Barrabés, também amigo e sócio da investigada, reconheceu que se reuniu pelo menos em duas ocasiões com Sánchez e sua esposa em La Moncloa, mas negou que estes encontros tivessem relação com seus negócios e com os mais de 20 milhões de euros de contratos públicos. 

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O juiz Peinado admitiu o trâmite a uma denúncia do sindicato ultradireitista Manos Limpias contra Begoña Gómez, em relação às suas atividades profissionais através do empresário Barrabés e da Universida Complutense de Madri, desde onde criou um curso de mestrados em negócios e desenvolveu um plano de estratégia empresarial para impulsar na África. 

Investigação ainda está em sua fase inicial

A investigação judicial, que está em fase inicial, situa o empresário Barrabés como uma das peças fundamentais no plano educativo e empresarial da esposa do mandatário, além de outros executivos espanhóis, como o presidente de Air Europa, Javier Hidalgo, e o comissionista vinculado a esta linha aérea espanhola, Víctor de Aldama

O testemunho de Barrabés é um dos mais importantes da fase inicial do processo, em que se estão recolhendo os dados e contrastando algumas das provas aportadas pela Guarda Civil e pela parte acusadora. O empresário estava hospitalizado por uma grave enfermidade, pelo qual se atrasou alguns dias o seu comparecimento, que em um primeiro momento estava previsto realizar no hospital, mas finalmente ele pode comparecer no juizado. 

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Revelou que “manteve entre cinco e oito” reuniões diferentes em Moncloa com Begoña Gómez e que a duas delas assistiu o próprio Pedro Sánchez pessoalmente. O presidente do governo abandonou um dos encontros após receber uma chamada telefônica. Segundo o empresário, o objetivo de ditas reuniões era falar sobre inovação e se haviam produzido em “época pós-pandemia”, segundo informaram os advogados de acusação, que agregaram que “algum dos citados encontros esteve presente Manuel de la Rocha, então secretário geral e agora atual secretário de Estado do Departamento de Assuntos Econômicos e G20 na Gabinete da Presidência”. 

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Durante o depoimento, nem a Promotoria Geral do Estado, que pediu o arquivamento da causa por encontrá-la injustificada, nem a defesa de Begoña Gómez, representada pelo ex-secretário de Estado de Segurança, Antonio Camacho, perguntaram questões relacionadas com o processo ao empresário. No próximo dia 19 está citada a declarar Begoña Gómez.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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