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ToggleEm Ciudad del Este, a ensolarada cidade fronteiriça do Paraguai ao longo da “Tríplice Fronteira” com Argentina e Brasil, os homens ganham a vida estacionando carros em uma viela. Ainda que o espaço de cascalho seja minúsculo, os homens dão um jeito para meter um carro atrás do outro, prometendo devolver o veículo ao proprietário na hora combinada. Os homens se orgulham de suas habilidades para criar do nada espaço para os carros. “Magia de estacionamento”, diz o homem que segura a corrente com muitas chaves, enquanto toma tereré (uma infusão fria de erva-mate e às vezes ervas medicinais) de um mate feito de um casco de vaca.
Ganhar dinheiro do nada e de qualquer coisa é a benção e a maldição de toda cidade fronteiriça. Ciudad del Este é a segunda maior cidade do Paraguai (trezentos mil habitantes), depois da capital, Assunção; é conhecida sobretudo como porta de entrada dos turistas que vão às cataratas do Iguaçu e compram dos vendedores ambulantes imitações baratas de Gucci e artigos eletrônicos livres de impostos (e de garantia). Também é um famoso porto de tráfico de armas, drogas, produtos baratos e pessoas que cruzam a fronteira com a Argentina e o Brasil, alimentando o crime organizado em cidades como Rosario e Rio de Janeiro.
Ciudad del Este surgiu de uma aldeia de pescadores em meados da década de 1950 para tornar-se o “porto para o Oceano Atlântico” da nação sem saída para o mar. Mas no princípio tinha outro nome: Porto Presidente Stroessner, em homenagem ao ditador que a fez nascer. Em 2024 cumprem-se setenta anos da chegada ao poder do patriarca, depois de um golpe militar que derrubou o anterior presidente, Federico Chaves.
Desde a guerra civil de 1947, os interesses estadunidenses haviam se fixado na oligarquia de extrema-direita paraguaia como uma possível aliada. Apesar de ser pró-nazista e abertamente fascista, o ditador Higinio Morínigo recebeu o aval da Casa Branca. Washington também apoiou incondicionalmente a presidência de Alfredo Stroessner, baseando-se nas eleições de agosto de 1954, em que Stroessner foi o único competidor, obtendo 100% dos votos.
A tomada do poder por Stroessner marcou o prefácio de um regime de terror que durou até 1989. O direitista Partido Colorado era a única força política permitida em um país em que uma oligarquia endinheirada impôs seu controle sobre as terras públicas e os recursos naturais, além de praticar numerosos crimes de lesa humanidade. Algumas das cicatrizes nunca se curaram totalmente e algumas das atrocidades nunca poderão ser perdoadas. Constantino Coronel, de 93 anos, sabe disso muito bem quando levanta seu copo para brindar pela vida. “Stroessner transformou o país em uma prisão gigante”, me diz. Mais de três décadas depois da queda da ditadura, é possível que isto seja mais do que uma má recordação.
“Terras mal havidas”
Coronel está olhando para o terreno familiar nos arredores de Santa Rosa, no sul do Paraguai, não muito distante do rio Paraná que marca a fronteira com a Argentina. Durante a ditadura de Stroessner, jornalistas, ativistas sindicais, políticos da oposição e líderes indígenas foram silenciados, suprimidos ou lançados na rede nacional de câmaras de tortura que fez parte da “Operação Condor”, um programa anticomunista estatal financiado e dirigido pelos EUA junto com as ditaduras do Cone Sul sul-americano.
Coronel tinha pouco mais de 30 anos quando Stroessner chegou ao poder. Era provedor familiar e pequeno agricultor quando ajudou a fundar o movimento social não violento Ligas Agrárias Cristãs. A terra foi a diferença entre a vida e a morte desde a “Guerra da Tríplice Aliança” de 1864 a 1870, em que um Paraguai progressista foi derrotado pelas forças conservadoras de Brasil, Argentina e Uruguai. Depois desta guerra, foram privatizados o acesso à terra, as vias fluviais e os recursos naturais, em uma tentativa desesperada de reduzir os devastadores custos da derrota. A terra continuou sendo moeda de troca durante o regime de Stroessner, que iniciou um “colonialismo agrário” em grande escala das “terras mal havidas” a leste do Paraguai.
Coronel e outros camponeses sem terra viram-se presos em um sistema de apropriação de terras e monocultivos patrocinado pelo Estado e protegido por uma ditadura brutal que colhia os frutos deste mesmo sistema. “A ocupação de “terras mal havidas” para a agricultura de subsistência tornou-se tanto um método de resistência política como de sobrevivência”, afirma Coronel.
Exigir uma reforma agrária no Paraguai de Stroessner teve um custo. Coronel passou cinco anos em uma cela, isolado, sobreviveu a numerosas sessões de tortura e se viu obrigado a passar várias temporadas no exílio argentino. Setenta anos depois da chegada de Stroessner ao poder, Coronel não se lembra de nada que tenha melhorado a vida dos pequenos agricultores paraguaios. “Lutamos pela dignidade humana, e esta luta continua”, conclui.
Stroessner morreu no exílio, no Brasil, em 2006. Seu legado tornou-se uma herança transfronteiriça de corrupção sistemática, crime organizado e genocídio da tribo aché-guarani por deslocamento e destruição de selvas virgens.
Volta à normalidade pós-Stroessner
O Paraguai encontrou o herdeiro de Stroessner em Horacio Cartes, que foi presidente entre 2013 e 2018, tendo surgido como candidato populista “apolítico” quando o primeiro governo democrático progressista da história do Paraguai, encabeçado pelo presidente Fernando Lugo, foi derrubado mediante ‘lawfare’ em 22 de junho de 2012.
Uma semana antes do golpe parlamentar contra Lugo, trinta famílias camponesas tinham sido cercadas pela polícia e forças militares especiais, no campo Marina Kue, nos arredores de Curuguaty, a leste do Paraguai. Dezessete pessoas foram assassinadas, entre elas onze camponeses sem terra cujos únicos delitos eram a fome e a legítima reivindicação de transformar um lote de “terras mal havidas” em uma comunidade camponesa.
Lugo, antigo bispo, chegou à presidência com a promessa de iniciar uma reforma agrária em todo o país. Mas quando o capital paraguaio foi desafiado pelos camponeses sem terra, a oligarquia contra-atacou rápida e brutalmente. Lugo foi derrubado e a maioria dos dirigentes ocupantes foram condenados à prisão em processos penais que foram rotundamente condenados por especialistas jurídicos da ONU.
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O Paraguai voltou à “normalidade” depois de um breve “momento progressista da história”, me diz Julio Benegas, jornalista investigativo e escritor. “O golpe acelerou a colonização monocultivista das “terras mal havidas” do país”. Seu livro, que é o relato mais bem documentado do trauma de Marina Kue, conclui que as vítimas (os camponeses sem terra) foram transformadas em delinquentes, encarcerados por seus algozes (a polícia e a unidade de forças especiais). O presidente Lugo foi destituído e derrubado em um golpe parlamentar — seguindo o mesmo padrão dos golpes em Honduras em 2009 e no Brasil em 2016– e o massacre de Curuguaty segue sendo um tabu nos principais meios de comunicação.
“Os governos posteriores ao golpe de 2012 triplicaram a dívida externa, sem ampliar a base de tributação dos pecuaristas, da soja e dos bancos”, diz Benegas. “O país foi completamente aberto ao tráfico de drogas e cigarros. Todo o país estava drogado”.
As eleições de 2013, que levaram Cartes ao poder e o Paraguai de volta à “normalidade”, significaram um brusco afastamento das promessas de democracia e respeito aos direitos humanos garantidos pela Constituição de 1992 que se seguiram à derrubada de Stroessner. Em seu lugar, o legado autoritário de Stroessner ressurgiu de forma rápida e brutal, liderado pela corrupção, o nepotismo e o crime organizado vinculado diretamente a Cartes e seus aliados.
O “cartismo”, como se denomina o governo em constante expansão de Cartes, “é uma continuação do regime de terror de Estado de Stroessner, chamado “stronismo”, diz Benegas. “Por isso é difícil discutir o papel de Cartes no Paraguai atual sem contextualizar o legado de Stroessner”.
Horacio Cartes, o Trump paraguaio
Assim como Donald Trump, Cartes é um empresário transformado em político. Entrou na política em 2009, durante o governo progressista de Lugo. Assim como Trump, que detesta até os tímidos apelos por “mudança” no estilo de Obama, Cartes viu um perigo real na possível união de Lugo com os governos de esquerda contemporâneos na América Latina. Junto com uma corrente mais ampla de direitos LGBT, planos de redução da pobreza e iniciativas sinceras para implantar um sistema agrícola sustentável baseado na legalidade, Lugo buscava um novo clima político para seu país. Desde o princípio, foi considerado uma ameaça para a oligarquia paraguaia.
Cartes surgiu do clima econômico e político estabelecido durante Stroessner e baseou seu capital político em seu próprio império empresarial: o Grupo Cartes. Dentro do conglomerado, Cartes possui vastas extensões de terras, foi dono de uma equipe de futebol (Libertad) entre 2001 e 2012, e controla vários meios de comunicação, além de exportar carne, tabaco e refrescos por meio de franquias de supermercados. Quando Cartes começou a escalar posições no Partido Colorado, já tinha passado dois meses na prisão por fraude cambial e as autoridades apreenderam um pequeno avião em sua estância privada, em que transportava maconha e cocaína.
“Cartes é funcional para os interesses do grande capital, como demonstra o pouco impacto das acusações do Departamento de Estado norte-americano; é também o herdeiro político e econômico do “stronismo”, me diz Mercedes Canese Antúnez, ex vice-secretária de Minas e Energia durante o governo de Lugo. “Ao entrar no mundo dos negócios ilegais, as práticas de Cartes tornaram-se mais autoritárias e implicaram em uma maior concentração de capital e poder”.
No Paraguai pós-Stroessner, todo presidente está limitado a um único mandato de cinco anos. Cartes tentou forçar um segundo mandato, mas fracassou. No entanto, conseguiu acelerar a guinada neoliberal do Paraguai depois dos “anos brandos” de Lugo. Ainda hoje lidera o Partido Colorado no governo e –segundo várias fontes– “possui três quartas partes do Congresso, graças a subornos, ameaças e favores intercambiados.”
“A posição de Cartes na política paraguaia não tem semelhante”, enfatiza Canese Antúnez, também porque “ocorre em nome da democracia”. “A concentração de poder que tem Cartes, a maioria absoluta no Congresso, o controle da Justiça e da Procuradoria, além do Poder Executivo e da maioria dos governos locais e nacionais, não tem precedentes desde o desaparecimento de Stroessner”.
Mesmo os intelectuais de direita, fiéis à narrativa oficial de “estrutura” e “estabilidade” proporcionada ao Paraguai pela oligarquia do Partido Colorado, admitem que Cartes pôs o navio fora de controle. Emanuele Ottolenghi, politólogo do think tank neoconservador Fundação para a Defesa das Democracias, afirma que o atual presidente do Paraguai, Santiago Peña, deve sua vitória eleitoral em 2023 –e seu futuro político– a seu “aliado colorado”, Cartes.
Cartes “não é só seu mentor político”, conclui Ottolenghi em uma análise. “Antes de tudo, é, como se diz em espanhol, “O Patrão”.
O Capone paraguaio
O predecessor de Peña, Mario Abdo Benítez –cujo pai foi secretário particular de Stroessner, enquanto o próprio “Marito” foi portador do caixão no funeral do ditador—distanciou-se do cada vez maior “cartismo” e de seu controle sobre a política paraguaia. Em 2022, Benítez equiparou Cartes ao mais notório chefe do crime organizado: “Comparou-o a Al Capone”.
Embora Capone tenha reinado durante a Lei Seca dos EUA — vinculado a todo tipo de assassinatos, redes de prostituição e chantagem sindical–, só foi condenado por sonegação de impostos. No entanto, diferentemente de Cartes, “Al Capone não chegou a presidente”, diz Canese Antúnez. Diferentemente de Capone, Cartes alcançou o cimo do poder político, evitando possíveis problemas legais graças a seu controle pessoal das instituições judiciais. Melhor ainda, Cartes continuou sendo um defensor dos interesses estadunidenses em seu “quintal” histórico.
“Estas máfias não se constroem sem a cumplicidade de quem governa o Paraguai”, diz Canese Antúnez. “O Paraguai tem a maior embaixada estadunidense da América do Sul. Cartes é muito útil para os interesses estadunidenses e não teria chegado a ser o que é hoje sem seu apoio. No fim, no entanto, vão descartá-lo quando já não lhes sirva”.
Teoricamente, os dirigentes estadunidenses se distanciaram de Cartes. Em 2022, o Departamento de Estado sancionou várias de suas empresas e o incluiu em uma “lista negra” como político “significativamente corrupto”. Desde então, o “cartismo” tornou-se um assunto familiar, em que filhos e parentes dirigem os negócios do “Patrão”, algo parecido ao que ocorre com a família Trump.
Assim como Trump, Cartes está vinculado a vários delitos: lavagem de dinheiro, narcotráfico e associação com o maior grupo criminoso do Brasil, o Primeiro Comando da Capital. O Departamento de Estado dos EUA também acusa Cartes de vínculos com “organizações terroristas estrangeiras”, quando tentam fraudulentamente associá-lo ao Hezbollah, por meio de sócios comerciais libaneses em Ciudad del Este.
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Em outubro de 2023, o procurador-geral do Paraguai, Emiliano Rolón, anunciou uma investigação sobre a “possível implicação” de Cartes no assassinato do procurador anticorrupção Marcelo Pecci no ano anterior. Pecci foi assassinado junto a sua esposa grávida durante sua lua de mel na Colômbia. Pecci era uma séria ameaça para os grupos do crime organizado do Paraguai por meio de sua iniciativa de cruzamento de fronteiras “Ultranza Py”, uma operação que tinha ganho impulso graças a numerosas apreensões de carregamentos de contrabando vinculados a grupos delitivos do Brasil, Colômbia e Paraguai.
O assassinato de Pecci foi, segundo a polícia nacional da Colômbia, o resultado de um “sistema delituoso transnacional altamente planejado”, em que cooperaram atores de vários países para silenciar o procurador e enviar uma mensagem a herdeiros com ambições similares. Depois da morte de Pecci, Ultranza Py foi sabotada e “provas importantes” que vinculam o Banco Basa, controlado por Cartes, com uma apreensão maciça de cocaína “desapareceram” sob a vigilância do Congresso, controlado por Cartes.
“No Paraguai aceita-se a contragosto que nunca acontecerá nada com nenhuma investigação”, diz Benegas. “Não há condições nem instrumentos para fazer algo contra o cartel político de Cartes”.
Será o Paraguai, sob a tutela de Cartes, um “Estado falido” em gestação? Uma economia em declive e uma pobreza extrema aumentando unem-se à riqueza de uma oligarquia que dirige a economia e controla os meios de comunicação. “O controle do Estado está totalmente em mãos de Cartes”, conclui Benegas.
Matar os críticos
No estreito estacionamento de Ciudad del Este, um veículo é tirado em zigue-zague de sua posição em uma esquina distante. O carro é devolvido a seu condutor, Sandino Flecha, um jornalista investigativo. Na sequência, o carro se dirige para a fronteira do Brasil.
O Paraguai nunca foi um paraíso para o jornalismo livre e independente. Desde a morte de Stroessner, vinte e um jornalistas foram assassinados por suas reportagens; na região fronteiriça foram registrados dez assassinatos na última década. A violência generalizada, a corrupção e as atividades ilegais nas cidades fronteiriças do leste do Paraguai levaram à autocensura e ao medo editorial ao provocarem respostas violentas por parte de atores do crime organizado com vínculos políticos.
“O controle dos meios de comunicação por parte de Horacio Cartes por meio de seu Grupo Nacional de Comunicações transformou um gigantesco holding de meios de imprensa, rádio e televisão em um instrumento de propaganda e perseguição das vozes da oposição”, me diz Flecha.
Cartes assediou jornalistas e obrigou instituições governamentais a buscar as identidades das fontes citadas em artigos de investigação sobre seus rolos financeiros. Não só a mídia propriedade de Cartes, mas também outros influentes impérios midiáticos, de propriedade de poderosos oligarcas, reprimem as reportagens investigativas em aras da estabilidade governamental. Neste clima oligárquico, conclui Flecha, a ideia de um “jornalismo independente é quase uma utopia, devido ao nível de concentração empresarial e à precariedade trabalhista de todo o setor”.
“É preciso considerar que ainda que existam meios alternativos e são os que hoje põem o foco crítico no modelo do “cartismo”, mantêm-se graças a um financiamento externo, por meio da cooperação internacional”, acrescenta.
Passado, presente… e amanhã o quê?
Na América do Sul, os principais interesses de Washington continuam baseados na “Doutrina Monroe”, cimentando a ideia de todo o continente como “quintal” e provedor de recursos para os EUA. Durante o brutal governo de Stroessner, um lucrativo status quo manteve-se intacto graças a uma lista de ditaduras militares no Paraguai e nos vizinhos Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. O golpe de 2012 derrubou a única iniciativa progressista da era pós Stroessner no Paraguai, facilitando o caminho para que Cartes não só se tornasse presidente, como afirmasse seu domínio sobre as bases do Estado: o Congresso, o Poder Judiciário, a imprensa e o poder empresarial.
Quando um funcionário do Partido Colorado me mostrou o Congresso, no coração de Assunção, ficou claro para mim quão poderoso é o passado. O Congresso é um edifício moderno, levantado sobre os mesmos alicerces da fortaleza neoclássica que protegeu a capital dos assaltos da Tríplice Aliança durante a década de 1860, procedentes do outro lado do próximo rio Paraguai. Quando o Paraguai lutou contra a Bolívia na Guerra do Chaco na década de 1930 – uma batalha financiada pelas petroleiras ocidentais Royal Dutch Shell e Standard Oil, pelas imaginárias reservas de petróleo que se dizia que estariam ocultas sob o árido deserto–, os fatigados soldados dormiam no pátio depois de regressar da frente de combate.
Ao contemplar esta fusão do passado e do presente do Paraguai, os ecos dos cânticos que exigem um amanhã melhor atravessam os muros de pedra e os corredores climatizados. Na Praça de Armas, próxima, os movimentos de defesa da terra e os grupos indígenas instalaram barracas e ergueram cartazes para lembrar à elite política do Paraguai sua existência e a falta de justiça para os crimes cometidos durante a ditadura.
Os crimes de Stroessner não só estão protegidos como Cartes os repete, me diz um líder indígena. “Sem Stroessner nunca teria existido alguém como Cartes”, afirma. E acrescenta: “Sem o silêncio absoluto da maioria do Congresso, não haveria “cartismo”.