Guilherme Boulos é meu candidato a prefeito de São Paulo. Somos amigos há anos. Com a turma do MTST, participou de oficinas de educação popular que monitorei. Seu depoimento fecha com chave de ouro o documentário “A cabeça pensa onde os pés pisam”, dirigido por Evanize Sydow e Américo Freire, sobre minha trajetória pedagógica.
Não apenas a amizade, selada pela confiança, me faz votar em Boulos. Seu programa de governo, superior aos dos demais candidatos, é calcado nas necessidades prementes da capital paulista. Não vou repeti-lo aqui. Está na internet e nas redes.
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Boulos conhece a cidade, a periferia, as favelas, e não apenas de cima do avião ou do helicóptero. Conhece porque luta, há anos, para que todos tenham direito à moradia. E o candidato do PSOL se faz acompanhar por sua vice-prefeita, Marta Suplicy (PT), a “mãe” dos CEUs (Centros Educacionais Unificados). Nas pesquisas, ela se destaca como a melhor prefeita da história de São Paulo.
O eleitor anda, com razão, decepcionado com a política e os políticos. Muitos ignoram que a política está em tudo, embora nem tudo seja política. Do valor do transporte coletivo ao do salário-mínimo, tudo depende da política em vigor no município, no estado e no país.
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Todos sabemos que muitos ingressam na política profissional em busca de riqueza, prestígio e poder. Tratam o eleitor como imbecil. Como as sereias de Ulisses, o encantam com seus discursos e promessas demagógicas e mentirosas. Sobretudo o candidato que parece disputar um campeonato de luta livre sem regras: xinga, ofende, estrebucha, sem qualquer ética.
Boulos vem para administrar, não para enganar
Boulos é rigorosamente ético. Nas eleições de 2022, foi o deputado federal mais votado do estado de São Paulo, eleito com mais de 1 milhão de votos! Não haverá de se dobrar à máfia das empresas de ônibus (muitas ligadas ao PCC), fazer vista grossa diante dos fiscais da Prefeitura que achacam comerciantes ou dos guardas municipais que praticam violências a pessoas supostamente suspeitas (em geral, negros e pobres, como manda o estatuto do racismo).
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São Paulo é uma cidade abandonada. Nos bairros de mansões e apartamentos de alto luxo, tudo reluz a ouro. No centro histórico e na periferia, o caos. Agora, na véspera da eleição, o prefeito decidiu recauchutar a cidade, aflito, em busca de votos, sem apresentar medidas para as questões mais importantes, como moradia, saúde, educação, saneamento e segurança municipal.
Prefeito e governador não sabem o que fazer frente à cracolândia e ao crescente número de pessoas e famílias em situação de rua.
Boulos sabe. Vem para administrar, não para enganar. Se queremos um futuro melhor para os 12 milhões de habitantes da capital paulista, o caminho tem nome: Guilherme Boulos!