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Edmundo González e María Corina Machado (Foto: Reprodução / Facebook)

“Comanditos”: como Corina Machado organizou rede fascista de terrorismo na Venezuela

Os “comanditos” foram os principais responsáveis por mergulhar a Venezuela em uma onda de violência com distúrbios e assassinatos nos dias posteriores às eleições
Germán Van de Velde
JP+
Manágua

Tradução:

Ana Corbisier

As eleições presidenciais de 28 de julho passado na Venezuela deixaram um sem número de experiências que devem ser sistematizadas para estudar e prever futuros ataques do fascismo contra a democracia, a liberdade e os direitos humanos de nossos povos. Neste sentido, explicaremos aqui a estratégia dos “comanditos”, rede terrorista organizada pelo fascismo.

Os “comanditos” foram parte de uma estratégia de organização promovida pela opositora venezuelana de extrema-direita, María Corina Machado. O propósito fundamental era organizar a sociedade em pequenos grupos que serviriam como focos de violência em diferentes partes do país.

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A estratégia organizativa teve diferentes etapas. A primeira foi sua divulgação empregando meios de informação hegemônicos. Estes se encarregaram de divulgar informação manipulada, explicando detalhadamente o significado mascarado da estratégia. Segundo o Diario Nacional, os “comanditos” foram definidos como uma “força crucial para o êxito da estratégia da oposição de motivar a participação cidadã em condições adversas”.

A partir destes meios de informação, promoveu-se a página web www.comanditosexterior.com, onde venezuelanos/as emigrantes radicados no exterior e venezuelanos/as nacionais foram convocados para inscreverem-se, deixando uma base de dados pessoais no site. Nesta página Web também foram anunciados lugares de “manifestações” no mesmo dia das eleições presidenciais.

Imagen 1. Página web de registro exterior de comanditos en Venezuela
Página web de registro exterior de comanditos na Venezuela.

Uma vez formados os “comanditos” em nível nacional e internacional, iniciou-se a segunda etapa do plano. Os líderes de cada “comandito” foram introduzidos em grupos de comunicação onde recebiam diretrizes e instruções detalhadas enviadas por María Corina Machado e Edmundo González, cabeças do terrorismo venezuelano. Assim, os dirigentes manejariam informação importante antes, durante e depois das eleições.

A terceira etapa do plano foi ativada depois das eleições presidenciais de 28 de julho, quando o CNE deu a conhecer os resultados das eleições, tendo sido reeleito o presidente Nicolás Maduro Moros.

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Uma vez que se deram a conhecer os resultados das eleições, o terrorismo ativou o ciberataque sofrido pelo CNE, a partir do qual começaram a deslegitimar as eleições presidenciais. Mediante a página web https://resultadosconvzla.com/, os opositores venezuelanos María Corina Machado e Edmundo González manipularam os resultados e chamaram à violência.

Imagen 2. Web paralela de manipulación de resultados electorales de la oposición venezolana
Página web paralela de manipulação de resultados eleitorais da oposição venezuelana.

No mesmo instante, a Venezuela mergulhou em uma onda de violência, sendo os “comanditos” os principais responsáveis pelos distúrbios e assassinatos ocorridos em dias posteriores às eleições. Estes grupos delinquentes foram ativados para funcionar como pequenas bombas desestabilizadoras no país, gerando danos à infraestrutura e crimes que provocaram 25 assassinatos e 192 pessoas feridas. Depois de 48 horas, as forças de segurança da Venezuela restabeleceram a ordem em todo o país.

A ação destas células terroristas foi coordenada pela Plataforma Unidade Democrática (PUD) que desconheceu os resultados oficiais, que davam a vitória ao presidente Nicolás Maduro, e apresentaram resultados paralelos (falsos), proclamando, à margem de toda institucionalidade, Edmundo González Urrutia como vencedor. Esta atitude acendeu as ruas e desencadeou uma série de protestos que rapidamente se tornaram violentos.

Imagen 3. Resumen de los daños generados por los “comanditos”
Resumo dos danos gerados pelos “comanditos”.

O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, assegurou que os “comanditos” foram financiados em sua totalidade sob a fachada de supostas Organizações Não Governamentais (ONGs). Rodríguez afirmou que “quase 100% do financiamento para a violência provinha de um vazio legal que havia na Venezuela”.

“Quando foram investigadas as ações e o financiamento destes grupos detectou-se que eram financiados por organismos de duvidosa procedência da Europa ou pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID)”. (Jorge Rodríguez)

A USAID depende oficialmente do Departamento de Estado dos Estados Unidos, com um orçamento de 850 milhões de dólares anuais; possui agentes em 16 países da América Latina e do Caribe onde realiza ações, aparentemente legítimas, além de numerosas operações estratégicas em distintas partes do mundo.

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Na Venezuela, os membros dos “comanditos” recebiam cerca de 30 dólares por dia por pessoa. Além disso, receberiam uma soma de 500 dólares caso ferissem ou assassinassem membros das Forças Armadas Venezuelanas. Quase todos os membros dos “comanditos” que cometeram atos criminosos tinham antecedentes penais.

Imagen 4. Evidencia de financiamiento a joven “comandito” aprehendido.
Evidência de financiamento a jovem “comandito” apreendido.

A estratégia final nunca foi organizar a população civil para defender o voto; simplesmente foi organizar criminosos para criar ódio e violência depois do processo eleitoral, realizado em 28 de julho na Venezuela.

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A experiência dos “comanditos” na Venezuela é uma nova expressão de uma das fases de desestabilização propostas no Manual de Gene Sharp, que inclui a promoção de uma luta ativa de rua que confronte de forma direta o governo legítimo. Esta estratégia deve continuar sendo estudada, já que tem elementos diferentes dos já estudados em outras tentativas de golpes de estado promovidas em países como Nicarágua, Bolívia e Cuba.

O propósito final deste estudo deve ser a criação de um Plano Nacional de Resposta Prévia frente a Tentativas de Desestabilização. O povo, as forças de segurança e as leis devem estar em constante atualização e preparação para prevenir e evitar futuros ataques a nossos povos.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Germán Van de Velde Jornalista de JP+

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