* Atualizado em 1º/10/2024 às 13h20
Os veículos da mídia ocidental, incluindo a BBC, a CNN e o The New York Times, têm feito horas extras para justificar a recente ofensiva de Israel ao Líbano, que já custou a vida de centenas de pessoas. Estas notícias têm afirmado repetidamente que os ataques israelenses tinham como alvo “posições do Hezbollah”, uma afirmação que tem sido amplamente repetida sem averiguação sólida.
O ataque em grande escala de Israel contra áreas civis em todo o Líbano, que começou em 23 de setembro, foi coberto pela mídia ocidental como “ataques ao Hezbollah”.
O artigo da CNN no primeiro dia do ataque, após cerca de 500 pessoas terem sido mortas em todo o Líbano, intitulava-se “Ataques israelenses contra o Hezbollah matam centenas em todo o Líbano”. O New York Times, por sua vez, criou um feed de eventos ao vivo com o título “Israel Atinge Alvos do Hezbollah no Líbano”. Até a Reuters e a Associated Press, dois dos fornecedores de notícias ocidentais com maior reputação, enquadraram os acontecimentos como uma escalada de “ambos os lados”.
Um artigo da Reuters publicado na última terça-feira (24) começa com um título revelador: “Um ataque aéreo israelense a Beirute matou um alto comandante do Hezbollah na terça-feira, enquanto os ataques transfronteiriços com mísseis de ambos os lados aumentavam os receios de uma guerra total no Médio Oriente, e o Líbano disse que só Washington poderia ajudar a acabar com os combates”.
Enquanto isso, Paul Adams, da BBC, a partir do norte de Israel, escreveu um artigo intitulado “A fria lógica militar assume o controle no conflito entre Israel e o Hezbollah”. Nele, Adams critica a “estratégia de alto risco” de Israel, centrando-se nas potenciais consequências para os israelenses. No entanto, o artigo ignora em grande parte a devastação infligida à população civil do Líbano, justificando o ataque de Israel e criticando de forma limitada as suas táticas.
Este artigo da BBC parece ter sido escrito a partir de uma perspectiva nacionalista israelense, partindo do princípio de que “Israel sabe que pode vencer o Hezbollah” – uma afirmação para a qual não existem provas. O relatório israelense mais completo sobre o assunto, um documento de 130 páginas publicado pelo Instituto de Contra-Terrorismo da Universidade de Reichman, após um estudo de três anos que envolveu mais de 100 altos funcionários israelenses, concluiu que não era possível uma vitória clara contra o Hezbollah.
Israel não escondeu que tem civis como alvo, como o demonstra a divulgação de um vídeo CGI que mostra plantas de aldeias libanesas, onde mísseis seriam supostamente armazenados em casas. Apesar disso, grande parte da mídia do Ocidente ainda não reconheceu estes fatos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, dissipou qualquer dúvida que restasse quando enviou uma mensagem em inglês ao povo libanês, na qual afirmou: “O Hezbollah tem usado vocês como escudos humanos”. E acrescentou: “Colocaram foguetes em suas salas de estar” e “mísseis na sua garagem”.
Mídia repete com Líbano mesma fórmula aplicada a Gaza
Estas alegações espelham as utilizadas para justificar a violência em curso em Gaza, onde pelo menos 41.524 pessoas, a grande maioria civis, já foram mortas. Ao noticiar o número de mortos no Líbano, meios de comunicação como The Washington Post enquadram a narrativa afirmando que “o Líbano diz” que centenas de pessoas foram mortas em “ataques israelenses ao Hezbollah”, o que aplica um nível de dúvida ou minimização do impacto civil.
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Enquanto a mídia corporativa frequentemente usa esse tipo de linguagem, que ofusca as baixas civis em massa no Líbano, também frequentemente atribui os números de vítimas ao Ministério da Saúde Libanês. No entanto, há esforços, especialmente por parte de veículos da mídia como Jerusalem Post, para subestimar estes números, rotulando o Ministério da Saúde libanês como “dirigido pelo Hezbollah”. Esta tática reflete a forma como a mídia ocidental se refere frequentemente ao número de mortos palestinos como sendo provenientes do “Ministério da Saúde de Gaza dirigido pelo Hamas”, lançando dúvidas sobre a credibilidade dos números comunicados.
O New York Times se concentrou até mesmo em noticiar ataques de ansiedade em Israel, apesar de não haver mortos israelenses na altura da reportagem. Este é o mesmo jornal que descreveu a detonação de milhares de pagers por Israel no Líbano há duas semanas – que matou dezenas e feriu milhares – como “impressionante”. O Times elogiou a engenhosidade do ataque, que resultou em significativas baixas de civis. No entanto, o antigo chefe da CIA Leon Panetta classificou o incidente como um ato de terrorismo.
* Traduzido com apoio de IA.
Israel e seu delírio bélico, racista e genocida chegam ao Líbano