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Líderes e representantes dos países membros do Brics (Foto: Sergey Bobylev / Agência Rússia Brics 2024)

18 anos de Brics: conquistas, projetos e as diferenças entre o bloco e a Otan

Fundado em 2006, Brics é descrito como um "clube de membros com ideias semelhantes"; cerca de 40 países estão interessados em cooperar com o bloco de diversas maneiras
Svetlana Ekimenko
Sputnik Brasil
Moscou

Tradução:

Guilherme Ribeiro

A XVI Cúpula do Brics, celebrada na cidade russa de Kazan de 22 a 24 de outubro, é o principal evento da associação durante a presidência russa. Com mais de 200 eventos diferentes, esta é a primeira cúpula que conta com a presença dos novos membros da associação.

Participam líderes de 36 países, incluindo 22 chefes de Estado ou de governo, durante três dias. O lema do evento é: Fortalecimento do multilateralismo para um desenvolvimento e uma segurança globais justos.

À luz da reunião, vale a pena considerar o que diferencia o Brics de outras organizações internacionais.

O Brics foi fundado em 2006 por Rússia, Brasil, Índia e China, e a África do Sul se juntou em 2011. Em 1º de janeiro de 2024, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópia tornaram-se membros de pleno direito, enquanto a Arábia Saudita está a caminho da integração e a Rússia assumiu a presidência do Brics.

O grupo começou a colaborar com países terceiros no início da década de 2010 por meio do formato Brics Plus/Outreach. Aproximadamente 40 países estão interessados em cooperar de diversas maneiras.

Descrito como um “clube de membros com ideias semelhantes”, o Brics não é um bloco como a OTAN ou a UE, e carece de carta, orçamento, secretaria e estruturas supranacionais.

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O que o Brics alcançou?

  • O Brics ampliado representa cerca de 45% da população mundial (cerca de 3,6 bilhões de pessoas) e um PIB nominal combinado de 28,5% trilhões de dólares (FMI, 2023);
  • Também representa agora 36% do PIB (Paridade do Poder de Compra – PPC) mundial, superando os 29,3% do G7 e os 14,5% da UE.
  • Prevê-se que o crescimento do bloco em 2024 será de 4%, frente a 1,7% do G7 e 3,2% a nível global, destacou o presidente russo, Vladimir Putin, no Fórum Empresarial dos Brics;
  • O grupo possui 45 trilhões de dólares em riqueza investível, nota o Relatório de Riqueza dos Brics de janeiro de 2024.
  • Os países Brics representam coletivamente 45% da produção mundial de petróleo bruto;
  • Além disso, possuem mais de 20% das reservas mundiais de ouro, liderados pela Rússia (2.340 toneladas) e China (2.260 toneladas), de acordo com cálculos da Sputnik com base em dados do Conselho Mundial do Ouro;
  • Representam 25% das exportações mundiais. Em 2023, o comércio da Rússia atingiu 228 bilhões de dólares com a China, 57 bilhões com a Índia e 13 bilhões com o Brasil e a África do Sul.

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  • Em 2014, o Brics fundou o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos Estados-membros e nos mercados emergentes. O capital autorizado do NBD é de 100 bilhões de dólares.
  • Desde 2016, o NDB investiu em 138 projetos em China, Índia, Brasil, Rússia, África do Sul, Bangladesh e Egito, como informa o site da instituição.
  • Em meio às sanções ocidentais, cerca de 65% dos pagamentos entre a Rússia e seus parceiros Brics agora utilizam moedas nacionais.

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Em que os Brics estão trabalhando?

O grupo Brics está desenvolvendo ferramentas para um sistema financeiro inclusivo, incluindo uma unidade de conta comum (Unit), uma plataforma de liquidação multilateral (Brics Bridge), um sistema de pagamento em blockchain (Brics Pay), um depósito de liquidação (Brics Clear), um sistema de seguros e uma agência de classificação independente.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Svetlana Ekimenko jornalista e analista de geopolítica

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