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Arquivo Nacional

Golpe e proclamação da República: a consolidação do liberalismo econômico no Brasil

Política brasileira foi moldada para consolidar a hegemonia do liberalismo econômico, garantindo o poder das oligarquias e a exclusão popular
Paulo Cannabrava Filho
Diálogos do Sul Global

Tradução:

Nada parecido com o liberalismo econômico dos dias de hoje. Os liberais lutavam contra o absolutismo e por um Estado democrático, participativo.

Essa luta ameaçava a hegemonia dos grandes latifundiários escravistas.

A República Velha e a Revolução de 30

O 15 de novembro instaurou a República que ficou conhecida como Velha. Não por idade, já que durou apenas 40 anos, mas por ser retrógrada e conservadora.

Também foi conhecida como a República do Café com Leite, pois o poder alternava-se entre as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo.

Esse poder se mantinha pela força das armas e pela ignorância do povo.

A Revolução de 1930 aproveitou a ruptura do pacto mineiro-paulista no contexto da crise econômica mundial de 1929.

Com apoio dos liberais do Sul, do Nordeste e de mineiros descontentes, rompeu-se a institucionalidade.

O maior feito dos revolucionários de 1930 foi espalhar escolas pelo país e criar a infraestrutura necessária para iniciar um ciclo de desenvolvimento baseado na industrialização.

Já o maior feito da restauração oligárquica foi fechar escolas, impor uma má educação e desindustrializar.

Velha e Nova República: forças que atravessam o século

A Nova República também nasce e se impõe pela força das armas.

A contradição entre a Velha e a Nova República influenciou o destino do país durante todo o século 20, chegando ao século 21 disfarçada de modernidade e tecnologia de ponta.

O avanço ocorreu nos períodos de hegemonia do Novo, mas nunca demorava para que o Velho recuperasse seus espaços, sustentado pela servidão intelectual.

A entrada no século 21 assemelha-se à chegada de D. João VI, em 1808.

Se não, vejamos: abrem-se os portos para a potência hegemônica, proíbe-se a manufatura e a indústria no país, ocupam-se as terras dos indígenas, exportam-se minérios, compram-se trilhos, exporta-se soja, compra-se feijão.

É proibido pensar! Imprensa: só a régia, do pensamento único. Liberais? Cadeia para eles.

Hoje, porém, o que impera é a ditadura do capital financeiro, autodenominado liberalismo econômico.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1957. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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