Conteúdo da página
ToggleEles tripudiam e riem na cara das instituições, atacam a Suprema Corte de Justiça como se um amontado de pulhas fossem. Desmoralizam a Corte a cada dia e a insegurança jurídica se acentua cada vez mais. Isso a menos de dois meses das eleições.
É nisso, precisamente nisso, que eles apostam: na insegurança jurídica. Sem segurança jurídica, com a baderna na política, o caos, vão exigir uma intervenção que imponha a ordem.
Assista na TV Diálogos do Sul
Quem tem moral para enfrentá-los e tirá-los do poder? É nisso que eles apostam. Desmoralizadas as instituições, desacreditados os tribunais e as urnas, quem é que vai impedir que os militares permaneçam no poder?
Lula, agora é oficial. Na convenção de 21 de julho, foi aprovada a candidatura Lula-Alckmin pela federação Brasil da Esperança, formada por PT, PV e PCdoB. Lula e os democratas que o apoiam seguem apostando na institucionalidade. Que institucionalidade é essa, cara pálida?
É tekohá de ninguém. É terra ocupada, menos pela valentia dos ocupantes, usurpadores, que pela inércia dos democratas. É que os democratas foram cúmplices do golpe seguido da farsa eleitoral. Explico-me.
Foto: Agência Senado
Alexandre de Moraes presidirá o TSE a partir de agosto
Demo sem povo
Democracia virou sinônimo de liberdade econômica e liberdade econômica virou ditadura do pensamento único imposta pelo capital financeiro. De governo do povo, para governo contra o povo.
É essa frente que precisa ser rompida. Difícil porque tem sido assim desde sempre. Sempre que a hegemonia das plutocracias no poder foi ameaçada, eles deram um golpe e aplicaram a violência.
Lula e a exigência histórica de mobilizar as massas contra o golpe anunciado
Já era assim no império dos Bragança. José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi preso e deportado só porque queria reformas que modernizassem e dessem condições para o desenvolvimento o que, pela lógica, levaria ao fim da escravatura.
Nada mudou. Aliás, é injusto dizer que nada mudou, porque mudou sim, por incrível que pareça, mudou para pior. Nunca se poderia supor que fosse possível um período tão longo de retrocesso. Todos os direitos conquistados a ferro e sangue por séculos e muitas gerações foram anulados e continuam a ser exterminados. Nada haverá de sobrar e a história comprovará a cumplicidade das instituições.
Mas, cumprindo o ritual, o governo pauta a mídia e só se fala nisso. Manchete recente dava conta dos ataques aos supremos juízes eleitorais, aqueles que serão os responsáveis pela eleição através das urnas eletrônicas.
Alexandre de Moraes, presidirá o TSE a partir de agosto. Ele responde às agressões afirmando que a Constituição não permite discurso de ódio e menos o rompimento com o Estado de direito. Em seguida, mandou prender um homem que divulgou vídeo em que exorta que os juízes sejam pendurados de cabeça para baixo.
Cannabrava | Direita precisa agir contra golpe; seus partidos tampouco vão sobreviver
Há quem interprete que isso gerou desespero em Bolsonaro, por isso recrudesceu os ataques aos juízes. Acham que a partir de agosto ficará calado?
Steven Levitsky, autor do livro “Como as democracias morrem”, em entrevista publicada dia 23, diz que a melhor maneira de derrotar uma figura ou partido autoritário é isolá-lo. Bingo!
Os militares são mais espertos, eles continuam a pautar a mídia. E a mídia segue alimentando o mito. Páginas e páginas para promovê-lo. É que a mídia sabe quem é que eles não querem no governo. E, como disse alguém nas redes, com esmerado acerto: Bolsonaro não é um mito; Bolsonaro é um espelho da ignorância humana.
Recessão Induzida
É o governo que induz à recessão. E por mais de um caminho. Gera recessão quando paralisa as obras públicas, terceirizadas ou não. Levantamento feito pelo jornal O Estado de SP registra que só neste ano são 266 projetos paralisados, 1,32 por dia! No ano passado, a média foi de 1,16 por dia, ou mais de 400 obras. Considere que desde 2018 o governo vem abandonando os projetos.
Por que a política econômica brasileira é grande culpada pelo preço dos alimentos?
Outra forma de induzir a recessão são os juros altos. A taxa básica de juros, Selic, a 14% voltou a ser das mais altas do mundo. Em alguns lugares do mundo, o governo eleva a taxa básica para inibir o crédito e, com isso, restringir a demanda com vistas a diminuir a inflação. Demanda alta e diminuição da oferta, ou seja, tempo de recessão. Isso pode dar resultado.
Aqui não faz sentido. Não há demanda. As taxas altas têm a única finalidade de satisfazer o cassino global, aumentar o lucro dos especuladores. Aumenta o custo da dívida que já está em 89% do PIB, cujo custo leva quase a metade do orçamento da União.
Contudo, tampouco vai resolver. Como os demais países aumentaram a taxa, os investidores vão preferir botar seu dinheiro para render um pouco com segurança, do que no Brasil que oferece segurança nenhuma.
Paulo Cannabrava Filho, jornalista e editor da Diálogos do Sul.
Assista na TV Diálogos do Sul
Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.
A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.
Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:
-
PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56
- Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
- Boleto: acesse aqui
- Assinatura pelo Paypal: acesse aqui
- Transferência bancária
Nova Sociedade
Banco Itaú
Agência – 0713
Conta Corrente – 24192-5
CNPJ: 58726829/0001-56
Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br