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ToggleInfluentes senadores de ambos os partidos estadunidenses utilizaram a visita do Presidente Andrés Manuel López Obrador a Washington para expressar suas preocupações sobre o vizinho país e a relação bilateral. Democratas deploraram a violência contra jornalistas, e republicanos criticaram as políticas do governo mexicano.
Dez senadores democratas – o presidente do Comitê de Relações Exteriores, Robert Menéndez, o ex-candidato à vice-presidência que agora preside o subcomitê sobre o hemisfério ocidental, Tim Kaine, e o segundo em rango de liderança democrata na câmara alta, Dick Durbin, entre outros – apresentaram nesta terça-feira uma resolução deplorando os altos níveis de violência contra jornalistas no México, solicitando investigações a fundo sobre os crimes contra informadores, e medidas para garantir a liberdade de imprensa.
“Em anos recentes, o México foi o país mais perigoso do mundo, fora de uma zona de guerra, para exercer o jornalismo. Com 12 jornalistas mexicanos já assassinados nos primeiros seis meses de 2022, é necessária uma ação urgente para dissuadir a hostilidade para com a imprensa livre, fortalecer as medidas de proteção para os trabalhadores dos meios de comunicação, e pôr fim aos altos níveis de impunidade da violência no México”, declarou Menéndez.
Por sua parte, Kaine deu as boas-vindas à visita de López Obrador a Washington para “avançar os interesses compartidos entre nossos países em matéria de comércio, segurança, energia e migração”, mas destacou que igualmente importante será a ação para “fortalecer a proteção dos jornalistas no México, que continuam enfrentando níveis recordes de violência no país”.
López Obrador
Assange "espalhou a palavra sobre os excessos do intervencionismo norte-americano", declarou AMLO em junho
Ron Wyden, outro copatrocinador da resolução declarou que, “como filho de um jornalista, creio que os repórteres no México e em todo o mundo têm o direito fundamental de fazer seu trabalho livres de violência e intimidação”.
Os outros copatrocinadores à resolução incluem os senadores Dick Durbin, Michael Bennet, Ben Cardin, Jeff Merkley, Alex Padilla, John Hickenlooper e Amy Klobuchar. A resolução pode ser vista aqui.
EUA se oferecem para promover segurança a jornalistas do México
Por outro lado, seis senadores republicanos, encabeçados por Marco Rubio e Ted Cruz, anunciaram sua intenção de introduzir uma resolução criticando o manejo da relação bilateral, as políticas de Biden e as condições no México. Entre elas, a “piora do clima de investimentos” no México, a “crise humanitária e de segurança” na fronteira comum, e a ameaça do narcotráfico no México.
“Em um momento crucial em nossos vínculos bilaterais com o México, estamos enfrentando o desafio sem precedentes de ter um líder estrangeiro que publicamente critica os compromissos bilaterais de longo prazo de ambas as nações e se faz cego diante da crise humanitária em nossa fronteira compartilhada”, declarou Rubio.
Cruz acusou que López Obrador está piorando as condições em torno à migração e ao narcotráfico “enquanto suprime toda dissidência ou crítica”, e declarou que esta resolução é um lembrete de que “temos a intenção de que ele e sua administração prestem contas”.
A resolução dos republicanos não prosperará na câmara alta sob controle, por ora, dos democratas.
David Brooks e Emir Olivares Alonso | La Jornada
Tradução de Beatriz Cannabrava
Em junho, AMLO defendeu liberdade a Assange
No dia 21 de junho, o Presidente Andrés Manuel López Obrador anunciou que pediria ao seu homólogo norte-americano, Joe Biden, para que libertasse Julian Assange, em vista da decisão “decepcionante” do sistema de justiça britânico de aprovar sua extradição.
“Ele é o melhor jornalista de nosso tempo, que espalhou a palavra sobre os excessos do intervencionismo norte-americano. Deve-se apelar à liberdade de expressão“, declarou AMLO, apontando que grupos de núcleo duro se oporiam, mas que “o México abre suas portas para Assange”.
No Dia da Liberdade de Imprensa, jornalistas divulgam manifesto pela libertação de Assange
Em referência a um vídeo divulgado, que mostra o assassinato de jornalistas no Iraque por pilotos americanos, um dos casos mais graves denunciados pelo australiano no WikiLeaks, Obrador declarou:
“Isto é uma vergonha para o mundo, a forma como este jornalista tem sido tratado. Muitos não sabem que o que ele fez foi, com uma investigação pouco ortodoxa, coletar relatórios das embaixadas dos EUA, onde se falava de atos de intervencionismo”.
O presidente mexicano prosseguiu: “E as liberdades? Vamos continuar falando de democracia? Vamos continuar falando de proteção dos direitos humanos? Da liberdade de expressão”?, questionou à época.
Com informações de Alonso Urrutia e Emir Olivares | La Jornada
Tradução de Beatriz Cannabrava
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