Violando com resoluções da Assembleia Geral e, mais recentemente, reiteradas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, o estado teocrático de Israel não dá um minuto de sossego ao povo palestino. São sucessivas as provocações perpetradas por colonos nas áreas ocupadas ilegalmente, sempre com a proteção de forças militares.
Israel é uma potência militar ocupante. Segundo as próprias leis de guerra, é responsável por tudo o que ocorre.
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A assessoria de imprensa da Autoridade Palestina comunicou que, somente em maio, as tropas israelenses cometeram 168 violações contra jornalistas, sendo a mais grave, inaceitável sob todos os pontos de vista, o assassinato de duas jornalistas no cumprimento de suas funções.
Todos os jornalistas vestem colete de identificação, mas são assediados por onde andam. É um tipo de censura das mais violentas. Onze tiveram suas câmeras quebradas, destruíram seus celulares. Atacar jornalista virou rotina. Mais de 50 foram assediados e 16 estão presos.
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São muitos os presos palestinos em Israel. Hoje são em torno de 500, dois dos quais, presos sem processo, estão em greve de fome há 90 e 60 dias e em estado crítico de saúde e, segundo informa a Sociedade Palestina de Prisioneiros, a autoridade se nega a transferir ambos para um hospital.
No dia 2 de junho, os militares invadiram a aldeia de Yabad, onde está o acampamento de refugiados de Dheisheh, no sul da Cisjordânia, assassinaram três pessoas e deixaram quatro feridas. Antes, na véspera, balearam a jornalista Ghofran Warasnah. Um mês antes, já tinham executado a jornalista Shireen Abu Akleh, da Al Jazeera, em Jenin.
No que vai do ano, segundo as fontes das forças de segurança palestinas, 70 palestinos foram assassinados pelo exército e pela polícia, sendo 13 menores, 5 mulheres e por último um jovem de 17 anos, informou Mohammad Seihati, da Associação Nacional de Familiares de Mártires Palestinos. Dia 28 de maio, Zaid Ghumein, de 14 anos, foi abatido com tiros nas costas e na nuca, em Belém, na Cisjordânia ocupada.
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Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, foram assassinados 355 palestinos, 16.500 feridos; entre os mortos, 87 menores, 60 mulheres e 18 anciãos.
No parlamento – Knesset –, em Tel Aviv, por 63 votos dos 120, foi aprovada uma lei que proíbe a bandeira palestina nas escolas, universidades e outros prédios funcionais. Claro que em seguida à proibição, os palestinos saíram içando a bandeira por toda parte, enquanto os colonos ortodoxos planejavam uma Marcha das Bandeiras, sobre os bairros muçulmanos em Jerusalém.
Considerada um barril de pólvora, essa marcha, consentida pelo governo encabeçado por Naftali Bennett, teve a proteção de 3 mil policiais e militares para proteger os colonos. Ali está a Mesquita Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do islamismo. Para os judeus, é o Monte do Templo, onde um dia foi o Templo de Salomão, igualmente sagrado para os cristãos. Igualmente, a capela de Santa Sião, do patriarcado grego ortodoxo de Jerusalém, foi vandalizada.
Foi dia 24 de maio. Invadiram a Esplanada das Mesquitas, na Jerusalém Oriental. Entraram sob uma nuvem de gás lacrimogêneo, gritando morte aos árabes, batendo em quem encontravam pela frente e prendendo quem protestava. Segundo a imprensa local, reuniu 50 mil israelenses.
A Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, reitera estar sempre disposta ao diálogo. Mas, dialogar com quem? No Knesset, dos 8 partidos que integram a coalizão governamental, um único partido advoga pelo diálogo. Uma maioria reacionária, fiel aos objetivos declarados do Estado teocrático sionista de Israel, um estado de judeus para judeus.
Abbas, no último sábado (4), reclamou da indiferença da comunidade internacional diante das atrocidades perpetradas e pediu medidas urgentes para proteger o povo palestino. Chegou a telefonar a Emmanuel Macron e pedir que a União Europeia cesse o apoio (ou o silêncio) também dos Estados Unidos, diante do avanço e aumento da violência de Israel.
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Diante do acirramento do conflito, a Onu deslocou o Enviado Especial para o Processo de Paz no Oriente Médio, o dinamarquês Tor Wennesland, uma presença inócua, pois as provocações seguem, sem que Israel cumpra com as resoluções da Onu, que manda evacuar as regiões ocupadas ilegalmente.
A Organização da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários lançou um alerta sobre a destruição de moradias e a desestruturação das famílias na ocupação israelense. Segundo a organização, no que vai deste ano, Israel demoliu 300 prédios, deixando sem teto 437 pessoas. Desde 2009, Israel demoliu 471 edificações, obrigando o desalojo de 12.586 palestinos.
Já são 200 mil colonos na zona Oriental e outros 490 mil no resto da Cisjordânia, de uma população total de 9,2 milhões de israelenses. A população do Estado da Palestina foi reduzida a 7,2 milhões; outros 4 milhões estão refugiados na região, principalmente na Jordânia e no Líbano.
E prometem mais. Segundo jornais locais, os colonos israelenses prometem erguer dez assentamentos na Cisjordânia ocupada, em julho, durante visita programada do presidente Joe Biden a Israel. A paz na região passa pela vontade dos Estados Unidos. A presença de Biden ratifica a vontade contrária, ou seja, apoio irrestrito a Israel.
Paulo Cannabrava Filho, jornalista e editor da Diálogos do Sul.
Fonte: Prensa Latina.
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