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"Guerra por procuração": Político dos EUA admite que país alimenta conflito na Ucrânia

Eliot Cohen também criticou governo por não fazer o suficiente, argumentando que mais armas sejam enviadas ao confronto e que sanções sejam intensificadas
Redação AbrilAbril
AbrilAbril
Lisboa

Tradução:

Eliot Cohen, que foi conselheiro de Condoleezza Rice entre 2007 e 2009, no Departamento de Estado da administração de George W. Bush, é conhecido como elemento da chamada “linha dura” entre os conservadores, tendo defendido a guerra contra o Irã e as agressões norte-americanas no Iraque e no Afeganistão.

Num artigo publicado dia 14 na revista The Atlantic, Cohen louva a administração liderada pelo actual presidente norte-americano, Joe Biden, pelo “trabalho admirável” que realizou até agora em diversas frentes, nomeadamente ao “vencer a guerra de informação, mobilizar os aliados da NATO e impor sanções incapacitantes (embora incompletas) à economia russa”. E admite claramente que a NATO trava na Ucrânia uma “guerra por procuração”, buscada pela Casa Branca. No entanto, critica a atual administração por não fazer o suficiente, defendendo que deve promover ainda mais a escalada do conflito.

Eliot Cohen também criticou governo por não fazer o suficiente, argumentando que mais armas sejam enviadas ao confronto e que sanções sejam intensificadas

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O ex-conselheiro de George W.Bush Eliot Cohen

Segundo refere o portal multipolarista.com, tendo por base informações divulgadas na imprensa dominante, a administração de Biden enviou para a Ucrânia mais de 17 mil armas anti-tanque, incluindo mísseis Javelin, e 2000 mísseis anti-aéreos Stinger – alguns dos quais foram parar diretamente às forças neonazis do Batalhão Azov.

A mesma fonte indica que, após ter enviado para a Ucrânia, no final de fevereiro, armas no valor de 350 milhões de dólares, a Casa Branca aprovou um pacote de ajuda adicional no valor de 13,6 mil milhões de dólares, em março, incluindo 6,5 mil milhões em apoio militar.

Uma “inundação” de armas

Para Eliot Cohen, isto não basta. “O fluxo de armas que entra na Ucrânia tem de ser uma inundação”, escreveu em The Atlantic.

“Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO estão envolvidos numa guerra por procuração com a Rússia”, disse. “Estão a fornecer milhares de munições e, esperemos, fazendo muito mais – partilhando inteligência, por exemplo – com o objetivo de matar soldados russos”.

“Para vergar a vontade da Rússia e libertar a Ucrânia da conquista e da subjugação, muitos soldados russos têm de fugir, render-se ou morrer, e, quantos mais e mais depressa, melhor”, acrescentou o apoiante das invasões do Iraque e do Afeganistão, que também pedia a guerra com o Irã.

Embora não esteja diretamente no governo, Cohen trabalha para o think tank neoconservador Center for Strategic and International Studies (CSIS), que recebe fundos do governo, da indústria de armamento e das empresas de combustíveis fósseis.

Conforme o portal norte-americano, a “perspectiva ultra-belicosa de Cohen é bastante representativa dos falcões da guerra em Washington” e “o seu artigo em The Atlantic permite vislumbrar de forma honesta como os planificadores imperialistas norte-americanos encaram a crise na Ucrânia: uma oportunidade para usar o povo ucraniano como carne para canhão numa guerra por procuração” contra a Rússia.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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