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EUA se oferecem para promover segurança a jornalistas do México

Washington afirma que esforços atuais para proteger os profissionais são inadequados e sugere "trabalhar junto" na redução dos índices de violência
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Os líderes do subcomitê do Senado sobre hemisfério ocidental enviaram uma carta ao governo de Joe Biden expressando sua preocupação sobre ao assassinatos de jornalistas no México, propondo que se trabalhe com o México para reduzir esta violência e lamentando a atitude “belicosa” sobre a imprensa pelo mandatário mexicano.

“Escrevemos para expressar nossa profunda preocupação pelos contínuos assassinatos de jornalistas no México e para buscar uma maior compreensão dos esforços dos Estados Unidos em apoiar a liberdade de imprensa no país. Embora a associação bilateral entre nossas nações continua sendo sólida, Estados Unidos deve solicitar ao governo mexicano que melhore seriamente os esforços para proteger os jornalistas”, escrevem o democrata Tim Kaine, presidente do Subcomitê sobre o Hemisfério Ocidental, e Marco Rubio, o republicano de maior status nesse subcomité, em uma carta dirigida ao secretário de Estado, Antony Blinken.

México: Jornalista assassinada pediu proteção ao presidente; caso é o terceiro do ano

Depois de descrever informes de várias organizações de defesa de jornalistas, sobre os assassinatos de quatro informadores em janeiro, somando-se aos 140 jornalistas que morreram desde 2000 e destes, uns 50 nestes últimos anos, colocando o México como um dos países mais mortíferos para jornalistas no mundo, afirmam que “fica cada vez mais claro que os esforços atuais para proteger jornalistas são inadequados e que Estados Unidos deve trabalhar junto com o México para desenvolver um plano mais integral para reduzir a violência que desestabiliza o México e impacta particularmente os jornalistas”.

Washington afirma que esforços atuais para proteger os profissionais são inadequados e sugere "trabalhar junto" na redução dos índices de violência

EneasMx – Wikimedia
EUA pretender adotar medidas para mitigar a "cooperação entre os cartéis de droga e indivíduos que são membros do governo do México”

Kaine (que foi candidato à vice-presidência na campanha de Hillary Clinton e que tem extensa experiência na América Latina) e Rubio, o cubano-estadunidense que mantém influência sobre a política exterior para a região, expressam que entre os maiores desafios neste aspecto é “uma das taxas de impunidade mais altas do mundo, com mais de 95% dos delitos contra jornalistas sem castigo”.

Diante das condições atuais de trabalho dos jornalistas, os senadores sublinham que “estamos consternados de que o Presidente López Obrador continue com sua retórica belicosa contra os meios”. 

Deploram que o mandatário mexicano tenha acusado que muito poucos jornalistas cumprem com sua tarefa de informar, já que “a maioria está buscando ver como falhamos”, como seu repúdio dos jornalistas que criticam seu governo. Advertem que “a violência de anos contra jornalistas no México não pode começar a diminuir enquanto o líder do país continua normalizando a hostilidade para a liberdade de expressão”. 

Solicitam a Blinken e seu Departamento de Estado que brindem informação ao Senado sobre passos específicos que foram tomados para “assegurar que há transparência e prestação de contas pelos assassinatos recentes de jornalistas, e como melhor abordar a crise da liberdade de expressão no México”. Também solicitam que o Departamento de Estado lhes ofereça detalhes sobre que medidas promoveu para “abordar e mitigar o padrão de cooperação entre os cartéis de droga e indivíduos que são membros do governo do México”. 

Afirmam que no caso da relação com amigos e aliados como o México, a honestidade é importante. “A relação Estados Unidos-México é forte e unida por valores compartilhados, mas não devemos esquecer que o trabalho vital de jornalistas permanece como uma pedra angular de qualquer democracia – incluindo a do México”, concluem.

Confira a carta original aqui, em inglês.

David Brooks é correspondente do La Jornada em Nova York
Tradução Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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