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ToggleA Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para Migrações (OIM) receberam com consternação a notícia da morte do refugiado congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, que foi espancado de forma brutal na Barra da Tijuca, bairro na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Em nota divulgada em parceria com a equipe da ONG Pares Cáritas RJ, as agências da ONU pedem que o crime seja esclarecido e informam que estão acompanhando o caso.
Reprodução/Facebook
Moïse chegou ao Brasil ao lado dos irmãos e toda a família foi reconhecida como refugiada pelo governo brasileiro
O que dizem as testemunhas
O assassinato do jovem refugiado aconteceu no dia 24 de janeiro e, segundo agências de notícias, ele teria sido amarrado e espancado até a morte, após ter ido cobrar o pagamento por trabalhos prestados em um quiosque na praia.
Assista ao vídeo divulgado pelo jornal Extra (imagens fortes):
?IMAGENS FORTES? Câmera flagrou três homens agredindo Moïse Mugenyi Kabagambe com socos, chutes e até pedaços de pau e depois tentando reanimar o rapaz #JusticaParaMoïse pic.twitter.com/ooyKZf1bP9
— Jornal Extra (@jornalextra) February 1, 2022
Segundo Acnur, OIM e Cáritas, Moïse chegou ao Brasil ao lado dos irmãos e toda a família foi reconhecida como refugiada pelo governo brasileiro. A equipe da ONG Cáritas acompanhou diretamente sua integração e seu crescimento.
Na nota, as entidades prestam ainda condolências e solidariedade à família do jovem e à comunidade de congoleses que vivem no Brasil.
Abaixo, a homenagem do menino João Pedro Autista, desenhista do 247, a Moïse Kabamgabe:
TRISTEZA!?Famíliares e amigos do congolês Moïse Kabamgabe pedem justiça. O jovem foi amarrado e morto em um quiosque na Barra da Tijuca, após cobrar os salários atrasados. #sbtrio #sbt pic.twitter.com/EPt7IX2Bxv
— SBT Rio (@sbtrio) January 31, 2022
Coalizão por Direitos Negros
A Coalizão Negra por Direitos divulgou que apresentará denúncia ao Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial na ONU pedindo providências duras e imediatas. Segundo a coalizão, no documento serão apontados os possíveis crimes de racismo e xenofobia.
A articulação reúne mais de 200 entidades, coletivos e organizações do movimento negro. O caso foi abordado em reunião na terça-feira (1º), durante uma reunião com o Subcomitê da ONU para a Prevenção da Tortura.
Desdobramentos
Segundo a família de Moïse Kabagambe, ele teria cobrado o pagamento de duas diárias de trabalho atrasadas no quiosque onde prestava serviço, o que fez com que os homens o espancassem. Ele foi deixado na calçada morto com mãos e pés amarrados.
Segundo notícia divulgada pelo SBT – que obteve com exclusividade o laudo da morte do congolês – 'a necropsia foi feita um dia após o assassinato e apontou como causa da morte traumatismo do tórax com contusão pulmonar. As imagens do exame revelam lesões concentradas nas costas e o tórax aberto, com os órgãos dentro'.
O que diz a embaixada da República do Congo
O representante da embaixada da República do Congo, Placide Ikuba, afirmou que Moïse usava passaporte vermelho, um passaporte diplomático. “Ele não foi qualquer um. Ele foi um refugiado diplomático. Foi morto do jeito que foi morto e isso é uma vergonha”, lamentou.
O jovem e sua família deixaram a República do Congo para se refugiar no Brasil, fugindo da guerra. “Brasil é uma mãe, [nossa] segunda casa, e como vai matar um irmão trabalhando? Justiça vai ter que ser feita”, desabafou a mãe de Moïse.
Leia íntegra da nota das agências da ONU
“As equipes do PARES Cáritas RJ, do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e da OIM (Agência da ONU para Migrações) no Brasil receberam, com enorme consternação, a notícia da morte do refugiado congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, brutalmente espancado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Moïse chegou ao Brasil ainda criança, acompanhado de seus irmãos. No país, ele e sua família foram reconhecidos como refugiados pelo governo brasileiro.
Ele era uma pessoa muito querida por toda a equipe do PARES Caritas RJ, que o viu crescer e se integrar. O PARES Cáritas RJ, o ACNUR e a OIM estão acompanhando o caso, esperando que o crime seja esclarecido. Neste momento, as organizações apresentam suas sinceras condolências e solidariedade à família de Moïse e à comunidade congolesa residente no Brasil. Equipes PARES Cáritas RJ, ACNUR Brasil e OIM Brasil.”
João Baptista Pimentel Neto é jornalista da equipe da Diálogos do Sul.
Com informações da ONU News, Brasil, Metro e SBT.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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