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Modelo neoliberal fracassou: López Obrador realiza reforma elétrica e estatiza parte do setor

Se forem aceitas pressões das transnacionais e do FMI de privatizar tudo "nos converteremos em escravos modernos”, diz presidente mexicano
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Cidade do México

Tradução:

O modelo neoliberal fracassou, o que fez foi aprofundar as desigualdades sociais no mundo, estimular a violência, a migração, a destruição do planeta e é preciso mudá-lo, proclamou o presidente do México.

Em sua entrevista coletiva matutina no Palácio Nacional, o mandatário Andrés Manuel López Obrador reiterou seu critério de que não há mais alternativa que a mudança, porque esse modelo esgotou suas possibilidades e produziu todas essas desgraças que conduziram à atual crise sistêmica, e não há outra saída. Suas reflexões foram motivadas por uma pergunta sobre a forte oposição do grande capital nacional e estrangeiro à sua reforma elétrica, com o qual o Estado outorga um papel protagônico à Comissão Federal de Eletricidade (CFE) e a converte de empresa a entidade do Estado com ampliação de poderes executivos. 

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Insistiu que as transnacionais estrangeiras deveriam retificar sua atitude opositora pois não há uma renacionalização do setor, mas sim um reordenamento, porque se deixa a elas 46% do mercado, equivalente a toda a energia elétrica consumida pela Argentina, e denunciou que eles querem tudo, e acabar com a CFE.

Se forem aceitas pressões das transnacionais e do FMI de privatizar tudo "nos converteremos em escravos modernos”, diz presidente mexicano

Winkiemedia
O presidente do México Andrés Manuel López Obrador

Advertiu que se forem aceitas as pressões das transnacionais e seus aliados do Fundo Monetário Internacional (FMI) de privatizar tudo “nos converteremos em escravos modernos e isso dá coragem”. 

Quando tudo seja privado, alertou, estaremos privados de tudo. Somos diferentes, e não se trata de expropriações, mas sim de que o estado cumpra com sua função social. 

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“Queriam desaparecer com o estado, usá-lo nada mais que quando lhes servisse para rechaçar instituições em quebra, passar a conta aos cidadãos, privatizar lucros e socializar perdas, e agir com esses sofismas e mentiras”, indicou. 

Quanto ao FMI reiterou que não crê em suas políticas que causaram a decadência econômica e social no mundo; o fundo e outros organismos financeiros internacionais afins são responsáveis pela crise mundial. Mas esclareceu que não somente carregam com essa responsabilidade esses organismos financeiros, mas sim recai nos governos neoliberais que se submeteram aos seus ditados, e aplicavam suas recomendações e receitas ao pé da letra. 

Agora o FMI retifica no caso do prognóstico do crescimento econômico do México e admite que será alto — por volta de 6% —, mas ao mesmo tempo “recomenda” que não construamos a refinaria de Dos Bocas.

Buscam que tudo seja entregue à empresa espanhola Iberdrola em nome da liberdade de mercados, “que é a liberdade da raposa no galinheiro” e recordou a época do ex-presidente Miguel de la Madrid, que hipotecou a produção de petróleo. 

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López Obrador recordou também a época das cartas de intenção, que eram de submissão e condicionavam os empréstimos de usureiros à aplicação de políticas fundomonetaristas de incremento do custo dos serviços públicos e privatização de empresas. 

Voltou a insistir no caso do lítio, que não será entregue a ninguém, será mexicano, não de estrangeiros nem de nacionais privados, porque é um mineral estratégico fundamental e não vai ser fácil que se apoderem dele. Advertiu que “se houver traição e não for aprovada a reforma que tem a ver com o lítio, aplicaremos outras medidas”. 

** Tradução de Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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