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Di Mauro | Vacinação no Brasil tem que ser mais rápida que recorde de mortes

O professor Cláudio DI Mauro faz um relato sobre a sua experiência com a primeira dose da vacina e alerta para o perigo de negar a imunização
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Não virei Jacaré. Seria surpresa para algumas pessoas?

Meu cadastro feito no Estado de São Paulo, acusou a inscrição e recebi a informação de que as pessoas que possuem idade de 72 ou mais seriam vacinadas a partir do dia 19 de março. Eu, com 73 anos de idade fui vacinado na segunda feira, dia 22, obedecendo a sequência oficial. Estava no final da fila, mas ainda há pessoas que precisarão esperar mais doses da vacina para iniciar o processo de imunização. Será no dia seguinte ou em futuro distante?

Interessante ver na fila gente que anteriormente havia dito que não tomaria a vacina, mas, de última hora decidiu pelo certo, pelo correto, por se vacinar.

Infelizmente, é muito lento o ritmo da vacinação. Mas está organizada e obedecendo rigorosamente a programação feita pelo Estado de São Paulo.

O professor Cláudio DI Mauro faz um relato sobre a sua experiência com a primeira dose da vacina e alerta para o perigo de negar a imunização

Reprodução: O taboanense
Hoje poderíamos ter o que eles chamam de “imunização da rebanho” se a vacinação tivesse iniciado em setembro de 2020.

Minha esposa, com menos idade do que eu, terá que esperar cerca de 20 a 30 dias para receber sua primeira dose, também obedecendo o roteiro oficial. Nos restam poucas alternativas a não ser respeitar os tempos e o processo de vacinação, e lutar bravamente para que o país tenha mais vacinas que permitam a realização de campanhas massivas para imunização.

Torna-se indispensável a participação de todas as pessoas nas mobilizações, exigindo que os governos municipais, estaduais e federal comprem vacinas, disponibilizem campanhas com muita urgência.

Não é possível que o Brasil fique a margem como o centro das contaminações mundiais. O Brasil tem se tornado um país desrespeitado no mundo, pela sua ineficiência nos processos de imunização, gerando transmissão do vírus e óbitos de maneira descontrolada.

O Brasil deveria ter comprado as vacinas oferecidas pela Pfizer no I semestre de 2020. Hoje, poderíamos ter o que eles chamam de “imunização da rebanho” se a vacinação tivesse iniciado em setembro de 2020. A negativa fundamentada em negacionismos do governo federal, estaduais e municipais, levou o Brasil a esse imenso sofrimento de nossa população. Negligência intencional!!!

Um país que esteve entre as melhores expertises com experiências na vacinação, no mundo; um país que tem cientistas de alto gabarito e tecnologias como as do Butantã, Fiocruz e outras possibilidades, teria que desenvolver sua vacina, oferecendo como salvação de vidas para o mundo, especialmente para os países mais empobrecidos. 

Esse sistema negacionista que não acredita na ciência rejeitou a “quebra de patentes” para poder produzir as vacinas em nosso território. Foi desmontada nossa indústria da área da saúde e o Congresso Nacional participou dessa derrocada, aprovando a tal Emenda Constitucional do “teto de gastos” orçamentários na Educação e Saúde. Nem mascaras, nem respiradores e oxigênio o Brasil tem conseguido produzir na qualidade e quantidade de nossas necessidades.     

O Brasil está matando sufocado os seus filhos, sem oxigênio para respirar.

Sem as quantidades de vacinas para Covid-19, além do fortalecimento das lutas para tal compra há que se buscar outras alternativas, ainda que paliativas. 

Recomendei aos meus filhos e netos que ainda terão que esperar mais tempo, especialmente as pessoas que precisam se deslocar pela cidade, que tomem a vacina Triviral. Essa vacina tem sido apontada como uma alternativa para redução dos riscos de contração do coronavírus. Há pesquisadores que consideram que a defesa das criancinhas, menos expostas a contração do Covid19, dizem respeito ao fato de estarem recentemente vacinadas pela Triviral. Essa vacina faz parte do calendário de vacinação e as crianças em geral recebem sua dose após os 12 meses de vida. A Vacina Triviral ou Vacina Tríplice imuniza conta os vírus do sarampo, caxumba e rubéola. São doenças muito contagiosas e que podem levar o paciente a óbito.

Há estudos científicos na direção de reconhecer que essa vacina tem o poder de proteger os organismos humanos contra outros vírus e de possivelmente reduzir o risco de contração do coronavírus. Quem já tomou a vacina Triviral tem proteção para toda a vida das doenças para as quais ela foi idealizada. Mas, há argumentos de médicos que sustentam em favor de uma dose de reforço para aumentar a proteção do corpo humano contra outros tipos de vírus. 

Na minha família enquanto não tomamos a vacina “que tem risco de nos transformar em jacarés” vamos usar a Triviral que é uma vacina disponível com mais facilidade, nas Unidades Básicas de Saúde ou até mesmo em farmácias.

Eu tomei minha primeira dose da Coronavac no dia 22 de março, dia em que meu pai, se estivesse entre nós, completaria 113 anos de idade. A segunda dose está prevista para aplicação em 19 de abril. 

Meu sofrimento não cessará enquanto toda população estiver carente de Vacina, Auxílio Emergencial, e as empresas sem apoio financeiro para sobrevivência.

O Brasil já destinou no início da pandemia, no ano 2020, ao setor da financeirização 1 trilhão e 300 bilhões de reais, ou seja, já salvou o setor bancário que interessa aos governantes. Agora é hora de destinar esse mesmo valor do orçamento para manutenção das vidas e das atividades econômicas de pequeno porte.

Naquela fatídica reunião de Bolsonaro com sua equipe, o ministro Guedes afirmou que ajudaria os grandes negócios. Os negócios pequenos não teriam para ele nenhuma importância. Todos nos lembramos dessa sua afirmação. Agora deve ser a hora dos pequenos e médios, senhor Ministro. Seja mais humano e não adote suas políticas neofascistas para acabar com os pequenos.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Claúdio di Mauro

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