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EUA: Na reta final das eleições, Biden dispara com 11 pontos de vantagem sobre Trump

32 milhões de pessoas votaram antecipadamente prognosticando um novo recorde de participação nesta eleição com um custo projetado de 5,2 bilhões
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

A três semanas da eleição, se prognostica uma participação inédita na contenda mais cara da história do país, que quase todos qualificam como “histórica”, e que pôs em julgamento o processo democrático neste superpoder. 

O fenômeno notável por ora é que mais de 32 milhões de pessoas votaram antecipadamente no país, e faltam 14 dias, levando a prognóstico de um possível novo recorde de participação nesta eleição nacional. Em estados como Texas já foram depositados mais votos que o total de sufrágios por Donald Trump que ganhou nesse estado em 2016. 

O voto antecipado ampliou-se neste ano como resultado das condições da pandemia, com mais estados oferecendo a opção de se apresentar fisicamente em alguns pontos especiais, enviar votos pelo correio ou depositá-los em receptores desenhados para esse propósito. 

Para alguns, isto poderia indicar também que os esforços dos aliados de Donald Trump para suprimir o voto poderiam estar tendo um efeito oposto: vários ativistas comentaram à La Jornada que há ampla evidência de que as pessoas estão animadas com a urgência de tirar o presidente da Casa Branca.  

E há mais, além de manter uma vantagem de 11 pontos na média dos pesquisas nacionais, o candidato democrata Joe Biden também está ganhando a corrida por doações, com amplíssima vantagem em fundos sobre o suposto multimilionário Trump. 

32 milhões de pessoas votaram antecipadamente prognosticando um novo recorde de participação nesta eleição com um custo projetado de 5,2 bilhões

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A contenda presidencial tem um custo projetado de 5,2 bilhões.

Esta já é a eleição mais cara da história. Calcula-se que a eleição nacional de 2020 – a presidencial e as legislativas federais – será a mais cara jamais registrada, superando amplamente recordes prévios, ao aproximar-se aos 11 bilhões de dólares, segundo o Center for Responsive Poltics. A contenda presidencial tem um custo projetado de 5,2 bilhões.

De fato, analistas mencionam que as múltiplas manobras dos republicanos para suprimir o voto juntamente com a mensagem constante do presidente e sua campanha de que os democratas e outros opositores estão construindo uma magna fraude, e ameaças de provocar um caos pós-eleitoral, só comprovem que Trump e seus aliados estão supondo estar perdendo a eleição, e que têm que fazer uma série de armadilhas para se manter no poder. 

Tão preocupante é esta ameaça que a Conferência de Prefeitos dos Estados Unidos emitiu um documento com recomendações para prefeitos e outras autoridades municipais, anunciando que “a eleição de 2020 está se tornando uma eleição como nenhuma outra na história de nossa nação”. Advertem que “poderemos ver esforços de intimidação de eleitores e protestos, alguns possivelmente violentos” e aconselham que as cidades estejam preparadas para enfrentar tudo isso [https://www.usmayors.org/issues/election-security-and-safety/].

De fato, só na semana passada a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, que foi objeto de um complô de agrupamentos ultradireitistas armadas para seu sequestro a assassinato, freado pelo FBI, acusou no fim de semana que Trump está “inspirando e incentivando o terrorismo doméstico”. 

Enquanto isso, a publicidade de campanha já está congestionando todos os meio, as redes sociais, e os correios. Por exemplo, nesta semana, aparentemente porque não deu o resultado esperado enviar e-mails da parte de Hillary Clinton e Barack Obama a votantes para invitá-los a apoiar e doar para a campanha de Biden e Kamala Harris, foi enviado agora uma mensagem assinada por Scarlett Johansson com o seguinte texto: “Eu gostaria de me encontrar contigo esta noite”. Ao abrir o convite, se vê que é para se somar a uma reunião virtual com alguns dos colegas de Johansson que foram parte do elenco de Os Vingadores. Até os super heróis se somaram à campanha de Trump.

Apesar de todos os indicadores – pesquisas, fundos, voto antecipado – que favorecem Biden e seus democratas, a memória de 2016 continua presente no ambiente eleitoral, com essa derrota tão devastadora e inesperada da cúpula democrata e sua rainha Hillary Clinton, apesar dela contar com um vantagem nas pesquisas e mais dinheiro do que Trump, embora empatassem como dois dos candidatos mais repudiados na história recente do país. 

Por isso, uma multidão de organizações, redes e outras iniciativas redobram esforços para gerar a participação eleitoral necessária para derrotar a quem consideram “o presidente mais perigoso da história”, e recordando que Trump chegou à Casa Branca ao ganhar em três estados – Pennsylvania, Michigan e Wisconsin – por apenas 110 mil votos combinados.

David Brooks, correspondente de La Jornada em Nova York.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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