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ToggleApesar do ceticismo vigente e pressionados pela urgência da situação, os países da União Europeia (UE) finalmente conseguiram firmar um acordo para aprovar a criação de um fundo de recuperação econômica diante da crise da Covid-19.
Muitos analistas e meios de comunicação vaticinaram com pessimismo que a reunião de chefes de Estado e Governo convocada para debater o plano terminaria sem consenso e seria necessário realizar um segundo encontro, por causa dos profundos desacordos existentes entre os diferentes países.
Outros prognosticaram que haveria um pacto, dada a necessidade inadiável do bloco regional fixar uma estratégia dirigida a paliar os efeitos nefastos da pandemia, no segundo continente mais afetado pela doença.
No final houve acordo, o que provocou aplausos e vivas em toda a Europa, embora tenha sido preciso estender a reunião – de dois para cinco dias – e refazer várias vezes o rascunho do acordo com base nas tensas negociações.
Com um valor de 750 bilhões de euros, o fundo de recuperação aprovado que será financiado por uma emissão sem precedentes de dívida conjunta por parte da Comissão Europeia, terá uma duração de três anos e será distribuído em forma de subsídios (390 bilhões de euros) e empréstimos (360 bilhões).
Ilustração Montagem | Pimentel Neto
Com um valor de 750 bilhões de euros e terá uma duração de três anos
Divergências sobre recursos destinados ao Fundo
O principal ponto das discussões referiu-se ao montante total do fundo, cifra considerada muito alta pelos denominados países frugais: Países Baixos, Áustria, Dinamarca e Suécia, aos quais se somou a Finlândia.
Estes países, embora não tenham conseguido reduzir o valor global do plano, obrigaram aos outros países membros da UE a cortar parte das subvenções, que foi reduzida em 110 bilhões de euros em comparação a proposta inicial.
Todas as partes tiveram que fazer concessões para alcançar o acordo, que foi anunciado nesta terça-feira (21) e elogiado pelos líderes europeus. A presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que se trata de um acordo histórico “do qual devemos estar todos orgulhosos”, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o qualificou de forte e adequado
Macron, Merkel, Sánchez, Conte
“Dia histórico para a Europa!”, publicou em sua conta do Twitter o presidente da França, Emmanuel Macron, enquanto a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, asseverou que se trata de um pacto responsável. “Opino que é uma resposta correta ao desafio que enfrentamos por causa da pandemia”, assinalou em entrevista coletiva.
De seu lado, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, sublinhou que “o esforço foi extenuante, mas o resultado foi exitoso, valeu a pena. A Europa está dando um passo de gigante”.
O político social democrata afirmou que é um grande acordo para Europa e para a Espanha, e agregou que “hoje foi escrita uma das páginas mais brilhantes da história da União Europeia”.
O primeiro ministro italiano, Giuseppe Conte, também saudou o acordo firmado “que nos permitirá enfrentar esta crise com força e eficácia”. O chefe de Governo reivindicou o papel de Roma nas gestões para chegar à criação de um instrumento inovador de assistência financeira extraordinária, baseado em um enfoque mais solidário e de ajuda recíproca entre os países membros da UE.
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Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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