Pesquisar
Pesquisar

Sob controle de Mourão, junho registra maiores queimadas na Amazônia em 13 anos

Segundo o INPE, mais de 2,2 mil focos de queimada foram identificados na região amazônica. Representando um aumento de 19,57% em relação à junho de 2019
Redação Esquerda Diário
Esquerda Diário
Lisboa

Tradução:

De acordo com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgados pelo próprio governo federal, o número de queimadas na Amazônia, no mês de junho, foi o maior dos últimos 13 anos.

As queimadas vem crescendo cada vez mais na região amazônica e, até maio deste ano, a área desmatada já ultrapassou a marca dos 6000 km². A Amazônia, agora, possui, contabilizados, 2248 focos de calor neste último mês, um aumento de 19,57% ante aos 1880 registrados no mês de junho de 2019.

No mandato de Bolsonaro, o meio ambiente tem sofrido os mais duros golpes com total apoio do governo. De modo geral, em 2019, as queimadas registraram recordes e ocasionaram um fenômeno assustador na cidade de São Paulo, onde o dia escureceu devido à fuligem oriunda da região amazônica.

RECEBA NOSSO BOLETIM

Diante da repercussão internacional, Bolsonaro se viu obrigado a dar um resposta justificada na mentira de que as queimadas estavam controladas e que o mundo não deveria intervir na questão.

Segundo o INPE, mais de 2,2 mil focos de queimada foram identificados na região amazônica. Representando um aumento de 19,57% em relação à junho de 2019

Foto: Daniel Beltrá / Greenpeace
As queimadas vem crescendo cada vez mais na região amazônica

Negacionismo científico e corte de investimentos

O aumento das queimadas na região amazônica está diretamente relacionado as medidas adotadas pelos atuais gestores do Ministério do Meio Ambiente (!?) que defende o negacionismo científico assumido pelo chefe do governo de ocupação, implementando um irracional e devastador corte dos recursos destinados às áreas de fiscalização e preservação ambiental.

RECEBA NOSSO BOLETIM

O atual governo de ocupação é também dependente e um notório defensor dos interesses da “bancada ruralista” que representa os principais agentes das ações de desmatamento e devastação da região amazônica.

O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, é a figura que mais demonstra como o governo está contra o próprio meio ambiente e é subserviente aos ruralistas.

Na reunião ministerial de 22 de abril, deixou claro as “diretrizes” e “modus operandi” do governo federal ao defender a tese de que não só o Ministério do Meio Ambiente, mas todos os outros Ministérios deveriam “aproveitar a situação de fragilidade do país e o foco do noticiário na crise sanitária provocada pela pandemia do COVID-19, para  “passar a boiada”.

O que, no que se refere aos temas e questões ambientais, representaria num afrouxamento nas regras de preservação ambiental, beneficiando os ruralistas e seus objetivos.

Quem manda, quem fiscaliza, quem é quem?

O controle do desmatamento, agora, não está mais sob tutela do ministério do Meio Ambiente, mas sim das Forças Armadas através do Conselho Nacional da Amazônia, liderado pelo vice-presidente e ex-general do exército, Hamilton Mourão,

Porém, todas as operações e medidas que vem sendo adotadas pelos militares tem se mostrado inócuas no combate às queimadas, servindo apenas como uma resposta “de fachada”, que apresenta números maquiados e inflados, que contabiliza até mesmo ações que nem sequer tiveram o apoio militar.

Por outro lado, justificados através de mais um dos vários decretos relacionados a implementação das regras previstas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que prevê o uso das Forças Armadas, os recursos consomem, mensalmente cerca de 60 milhões, o equivalente a 80% do orçamento anual de fiscalização do Ibama.

Apesar destes gastos, as queimadas seguem aumentando na região amazônica, indicando que os militares também não tem interesse real em resolver o problema, mas apenas em fazer um fachada para escoar dinheiro público para setores militares e demonstrar falsas respostas à crise das queimadas, enquanto enfraquecem cada vez mais os órgãos fiscalizadores e preparam caminho para passarem, de fato, a “boiada”.

Edição: João Baptista Pimentel Neto


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Veja também


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Esquerda Diário

LEIA tAMBÉM

Com Trump, EUA vão retomar política de pressão máxima contra Cuba, diz analista político
Com Trump, EUA vão retomar política de "pressão máxima" contra Cuba, diz analista político
Valência Mazón recusa renúncia e responsabilidade por mortes que poderiam ter sido evitadas
Valência: Mazón recusa renúncia e responsabilidade por mortes que poderiam ter sido evitadas
COP29 de cúpula de ativistas climáticos a feira de lobistas fósseis e “vendedores de fumaça”
COP29: de cúpula de ativistas climáticos a feira de lobistas e “vendedores de fumaça”
Entidades denunciam governos de Valência e Espanha por homicídio culposo durante enchentes
Entidades denunciam governos de Valência e Espanha por homicídio culposo durante enchentes