O prêmio literário Casa de las Américas é realizado sem fazer concessões nem perder sua natureza livre e criadora, afirmou o presidente da instituição cubana, Abel Prieto. O evento é realizado em Havana entre 20 e 30 deste mês.
Na abertura oficial, na sala Che Guevara da sede, o intelectual reiterou as boas-vindas aos membros do júri, nacional e internacional, e destacou a relevância do prêmio, fundado em 1960, cuja história se assemelha ao devir da América Latina.
O intelectual agradeceu a presença de importantes expoentes da cultura na ilha, entre esses, a escritora Graziella Pogolotti, a poeta Laidi Fernández, o escritor Eduardo Heras, junto a outras autoridades como o ministro de cultura Alpidio Alonso, o embaixador da República da Venezuela, Adán Chávez e o presidente da Uneac, Luis Morlote.
Prieto recordou o ensaísta e fundador Roberto Fernández, recentemente falecido, que foi quem liderou os caminhos da instituição durante mais de 30 anos, cuja ausência qualificou de “muito dolorosa e incurável porque sua liderança, a profundidade de sua poesia e reflexões deixaram uma marca irrepetível em nossa cultura.”
Carlos Rodríguez/ANDES
Ariruma Kowii é um expoente da defesa das línguas indígenas
O pesquisador Jorge Fornet, diretor do Centro de Pesquisas Literárias da instituição cultural, apresentou os membros do júri provenientes de 10 países, que devem avaliar mais de 300 obras no concurso dos gêneros de conto, teatro e ensaio de tema artístico-literário.
Entre os expoentes do âmbito literário da região figuraram a narradora Beatriz García (Chile), a teatrista Estela Leñero (México), a ensaista María Eugenia Mudrovcic (Argentina), o escritor Flávio Carneiro (Brasil) e o ensaista Miguel Rocha (Colômbia); e os criadores cubanos Cira Romero, Jesús David Curbelo, Jaime Gómez- Triana e Oriol González.
O concurso convocou, além do mais, as categorias de literatura brasileira, caribenha em francês ou creole, e o Prêmio de estudos sobre as culturas originárias da América Latina, nesta edição, representadas pelo canto kiwcha do poeta equatoriano, Ariruma Kowii, que afirmou “constitui um desafio porque a Casa de las Américas tem muito significado em todo o continente”.
“Nos unimos a um sonho que é muito importante para os povos indígenas, em especial, porque reconhece as criações originárias; o Prêmio nos inspira e convida a pensar nas utopias, apesar da opressão que temos padecido durante séculos”, apontou o pesquisador e membro do Movimento Cultural Kiwcha, em declarações a Prensa Latina.
Durante o evento foram lançados os livros dos ganhadores do Prêmio em 2019 e foram realizadas conferências magistrais sobre temas medulares relacionados com o desenvolvimento da literatura na região; no encerramento do evento, que ocorrerá nesta quinta-feira (30), serão entregues os prêmios aos vencedores.