A votação da Resolução 44/240 produziu-se na tarde de 29 de dezembro de 1989, apenas nove dias depois do pior massacre sofrido pelo país em sua história, e recebeu 75 votos favoráveis, 20 contra e 40 abstenções, durante o quadragésimo quarto período de sessões do máximo órgão desse organização.
No texto se reconhece que o fato “constitui uma flagrante violação do direito internacional e da independência, soberania e integridade territorial dos Estados”, e em uma interpretação apartada de Washington, exigiu “pleno respeito e a fiel observância da letra e do espírito dos Tratados Torrijos-Carter”.
O governo do então presidente George H.W. Bush justificou a ação com o que especialistas no tema consideram uma interpretação libérrima do conteúdo dos acordos, no que se refere a que o Pentágono poderia agir em defesa da neutralidade do canal, se sua segurança estivesse em perigo, com a anuência do governo panamenho.
Fonte: wikimedia
Um veículo blindado M113 do Exército dos EUA guarda uma rua perto do prédio da sede da Força de Defesa do Panamá
Em dias passados, ao comemorar-se os trigésimo aniversário da invasão, por segunda vez o presidente Laurentino Cortizo, do Partido Revolucionário Democrático (PRD), declarou o dia 20 de dezembro como Dia de Luto Nacional; o antecedente foi em 1994 quando o ex-mandatário Ernesto Pérez Balladares (PRD) por primeira vez tomou tal decisão.
Agora a Comissão 20 de Dezembro se apresta para mostrar os fatos, desmascarar a verdade e apresentar parte da história escondida durante todo o tempo transcorrido, disse seu presidente, Juan Planells, ao canal TVN.
“A ideia é encontrar a verdade, conhecer essa parte da história que permaneceu oculta por 30 anos; não são conhecidos os detalhes, houve um véu que se colocou sobre o tema e nós queremos que isto mude e que os jovens tenham a possibilidade de conhecer sua história e possam construir seu futuro sobre a base das raízes”, enfatizou.
A comissão iniciará em janeiro próximo as exumações de 14 restos enterrados sem identificação em uma fosse comum no cemitério Jardim da Paz, na capital, para mediante técnicas de DNA poder conhecer quem jaz nesses enterros. Até o momento conseguiram documentar 250 vítimas mortais.
Um objetivo é que as família tenham um túmulo onde chorar, já que “é uma dor imensa perder um ser querido e nem sequer saber onde se pode encontrar a lembrança”, expressou Planells.
Informou que há alguns meses, os Estados Unidos desclassificaram documentos que revelam informação recopilada pelo exército desse país.