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O que apoiadores de Fernández esperam de seu governo? Conversamos com alguns; confira:

Após a realização das primárias, chance de que Macri consiga levar a disputa para um segundo turno são ínfimas
Vanessa Martina-Silva
Diálogos do Sul Global
Buenos Aires

Tradução:

O Coletivo ComunicaSul esteve na cidade de Mar del Plata, a 420 quilômetros da capital Buenos Aires nesta quinta-feira (24) durante o encerramento da campanha de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, da peronista Frente de Todos.

Conversamos com argentinos e argentinas jovens, idosos, homens e mulheres presentes no ato para conhecer quais as expectativas para um provável futuro governo peronista e como eles avaliam a atual gestão de Mauricio Macri.

Macri (PRO) que chegou à presidência do país em 2015 com uma proposta liberal e de continuidade dos projetos sociais desenvolvidos durante os governos de Cristina e Néstor Kirchner (INSERIR DATA), mas deixa um legado de aumento substancial da pobreza no país e uma crise econômica considerada grave até mesmo para os setores mais críticos ao kirchnerismo.

Após a realização das primárias, chance de que Macri consiga levar a disputa para um segundo turno são ínfimas

Vanessa Siva
Manifestantes apoiadores de Alberto Fernández e Cristina Kirchner

Após a realização das primárias no país (chamadas aqui de PASO), a chance de que Macri consiga levar a disputa para um segundo turno são ínfimas, o que significa que Fernádez deve conquistar a Casa Rosada já neste domingo (27).


Confira o que pensam seus apoiadores:

Bianca, de Mar del Plata, estudante, presidenta do Centro de Estudantes da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Desenho de Mar del Plata.

Creio que Cristina e Alberto farão uma grande condução, principalmente na educação pública pela qual lutamos tanto e que foi tão afetada [pela gestão de Mauricio Macri]. Queremos universidade pública e gratuita para todos. É um direito que adquirimos ao longo do tempo e que temos que defender hoje mais do que nunca.

Juan, de Mar del Plata, desempregado

Fernández vai ganhar porque o sistema que havia antes era muito melhor do que agora porque agora temos muita gente desempregada em Mar del Plata. Aqui fecharam muitas empresas, despediram muitas pessoas. Eu trabalhava com pintura e construção civil e estou sem trabalho. Não te contratam nem como segurança. Por mais que tenha estudo, cursos, não te chamam porque não há vagas. Para mim, Macri não serviu para nada. Não fez nada pelas pessoas. 

Eu conheci esse grupo La Nueva Esperanza (A Nova Esperança) neste ano em que fiquei sem trabalho e me deu uma força porque eu estava sem nada para comer. Essa é a verdade. Eu não tinha trabalho nem ninguém para me ajudar. Uma mulher me apresentou e esse agrupamento é uma esperança mais porque ajuda todo mundo que precisa, com alimento ou com o que precisem.

Eduardo Molina, músico e cozinheiro, de Villa Reyes, agrupamento Novo Encontro a 100 quilômetros de Mar del Plata

Tínhamos um partido que nos representava. Resistiram os últimos 4 anos como puderam. Agora estamos esperando que a partir de segunda (28) a vida mude para muitos de nós, para todos os argentinos.

Este último encontro que fizemos hoje foi maravilhoso, nos enche de esperança. Temos uma vontade maravilhosa de festejar. Domingo à noite e segunda-feira vocês verão como estará este país. 

Ao ver a gravação, e o crachá com a bandeira do Brasil, outras pessoas presentes no ato começaram a bradar “O povo quer Lula Livre. Viva a Pátria Grande”. 

O Coletivo de Comunicação Colaborativa ComunicaSul está cobrindo as eleições na Bolívia, Argentina e Uruguai com o apoio das seguintes entidades: Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; Hora do Povo; Diálogos do Sul; SaibaMais; 6 três comunicação; Jaya Dharma Audiovisual; Fundação Perseu; Abramo; Fundação Mauricio Grabois; CTB; CUT; Adurn-Sindicato; Apeoesp; Contee; CNTE; Sinasefe-Natal; Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região; Sindsep-SP e Sinpro MG. 

A reprodução é livre, desde que citados os apoios e o autor.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Vanessa Martina-Silva Trabalha há mais de dez anos com produção diária de conteúdo, sendo sete para portais na internet e um em comunicação corporativa, além de frilas para revistas. Vem construindo carreira em veículos independentes, por acreditar na função social do jornalismo e no seu papel transformador, em contraposição à notícia-mercadoria. Fez coberturas internacionais, incluindo: Primárias na Argentina (2011), pós-golpe no Paraguai (2012), Eleições na Venezuela (com Hugo Chávez (2012) e Nicolás Maduro (2013)); implementação da Lei de Meios na Argentina (2012); eleições argentinas no primeiro e segundo turnos (2015).

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