O ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, disse que as tentativas dos Estados Unidos de reformatar o panorama político da América Latina “na sua medida” são motivo de grande preocupação, como informou Sputnik.
A agência de notícias russa reproduziu declarações de Lavrov para o Instituto Nacional de Informação do Suriname nas quais assegurou que a região da América Latina e do Caribe está agora sob forte pressão.
Considerou que “as tentativas dos Estados Unidos de reformatar o panorama político da América Latina na sua medida, no espírito da revivida doutrina Monroe, causam uma grande preocupação”.
O chefe da diplomacia russa apontou que “Washington arrogou-se o direito, baseado em suas próprias interpretações, de usar a força onde quer derrubar Governos que, entre outras razões, não lhe satisfazem”.
Lavrov sublinhou a posição de Moscou contra tais ações por parte da Casa Branca, as quais “socavam os alicerces da segurança e da estabilidade regionais”.
Indicou que esta política “conduz à polarização das sociedades latino-americanas” e “vai contra a proclamação da América Latina e o Caribe como zona de paz”, aprovada na II Cúpula da CELAC, em janeiro de 2014, em Havana.
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EUA quer reviver a Doutrina Monroe
Segundo o ministro de Exteriores russo, Moscou advoga por uma América Latina politicamente unificada e economicamente sustentável.
“Nosso objetivo é trabalhar junto a todos que compartilham nossos enfoques para manter a paz e a estabilidade na região da América Latina e do Caribe”.
Manifestou que o Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (Tratado de Tlatelolco) “continua sendo de primeira necessidade. É o primeiro documento legal internacional que proclama toda uma região livre de armas nucleares”.
Lavrov disse que seu país está pronto para uma cooperação frutífera com sócios latino-americanos no fortalecimento do regime de não proliferação atômica.
El ministro reiterou o interesse de Moscou por potencializar a cooperação com a Comunidade do Caribe (Caricom), o organismo regional que agrupa hoje 12 Estados-membros e cinco associados.
“Nosso objetivo é incrementar a cooperação com esta região em assuntos prioritários”, explicou.
Em tal sentido chamou a atenção sobre áreas como a ajuda ao desenvolvimento sustentável e a mitigação dos desastres naturais; a formação de pessoal para os serviços diplomáticos, de segurança e emergências dos países do Caribe.
Também na ampliação dos intercâmbios educativos, turísticos, culturais, humanitários e esportivos, e na implementação de iniciativas econômicas conjuntas.
*Tradução: Beatriz Cannabrava
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