Tanta bronca, tanta pena, tanta raiva… A recente sentença da Corte Internacional de Haia representa uma grande burla a todos esses anos de luta do povo boliviano, despojado se seus próprios territórios na impiedosa guerra do Pacífico, quando junto com Peru enfrentou o Chile. Sinceramente, tinha a esperança de poder presenciar a aceitação da justa reivindicação de seu direito ao mar. Contudo, essa negativa veio reforçar as pressões e as sistemáticas humilhações impostas pelo império, que pretende se estender pelo mundo pela força da submissão, para nos converter numa imensa colônia. Porém, fiquem sabendo: não conseguirão.
Hoje, mais que nunca, vão nos encontrar juntos a Evo Morales, porque sem dúvida os Estados Unidos foram quem determinou essa resolução que influi diretamente nas próximas eleições na Bolívia. Para todas e todos os latino-americanos, é importante que eles não consigam deter a marcha iniciada por Evo Morales, de resgatar o país da ignominia, depois de ter sido ocupado pela CIA. A partir dessa sentença, o governo chileno tratará de maximizar o conflito para isolar ainda mais a Bolívia, apoiado pelos setores que se alimentam do falso nacionalismo que somente o ex-presidente Salvador Allende(1966-1969) conseguiu pôr freios.
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Presidente Evo Morales fala à imprensa após decisão da Corte de Haia | Foto: Freddy Zarco
Salvador Allende, o único presidente que tentou dar esse passo extraordinário: devolver a saída ao mar para um país fraterno.
Desde aquele instante, o povo boliviano retomou sua luta histórica e a continuará até conseguir seu justo propósito. Vejam que, mesmo sem dispor de uma saída para o mar, a Bolívia é a única nação latino-americana que conseguiu alcançar um verdadeiro desenvolvimento econômico nos últimos anos, além de avançar consideravelmente nos direitos sociais. Sim, um triunfo na Corte de Haia teria significa uma vitória regional, porém, esta triste adversidade não deve nos desalentar. Atravessando este presente estigmatizado pelos planos estratégicos de recolonização continental, devemos manter nossa dignidade, porque essa qualidade nos fez e nos fará invencíveis. Sem esperar nada, devemos criar uma poderosa frente de unidade contra o imperialismo…
E, um dia, renascerá a liberdade. E, um dia, morrerá o cinismo.