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Moniz Bandeira: Um país que politiza a Justiça, acabou

Redação Diálogos do Sul

Tradução:

“Para o mundo, o Brasil está na lata do lixo. Um Executivo desmoralizado, composto por políticos altamente corruptos, um Legislativo quase todo vendido e um Judiciário que politiza suas decisões. E ninguém mais tem ideologia”, resumiu Moniz Bandeira.

Do Jornal CGM*
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Para o cientista político, autor de mais de 20 obras, entre elas “A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos” (ed. Civilização Brasileira), o “Brasil hoje já não existe para os estrangeiros”.

Na crise das instituições, Moniz Bandeira destaca o Judiciário. Aos 81 anos de idade, afirma que nunca viu em sua vida um Supremo Tribunal Federal (STF) tão desmoralizado, “em que cada ministro atua como quer, toda hora falam à imprensa, adiantam suas decisões, politizam os julgamentos”.

“É claro que há gente boa, mas de modo geral, os que estão estraçalham a imagem do Brasil. O STF sempre foi a Instituição mais respeitada. Nunca vi uma coisa dessa na vida. Um país que politiza a Justiça, acabou”.

Além do Supremo, Moniz Bandeira lembrou da atuação da Justiça de primeira instância na Operação Lava Jato. Para ele, além de politizar os julgamentos, os investigadores e o juiz federal Sérgio Moro estão colaborando para a derrubada da economia brasileira.

“Eu creio que as cooperações, tanto do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como de Dallagnol [coordenador da força-tarefa], estão prestando serviço ao estrangeiro, a uma nação estrangeira e arrebentando as empresas nacionais de construção, as maiores, as que estão encarregadas de projetos importantes”, ressaltou.

Para ele, o objetivo dos EUA é manter o Brasil sob controle, de forma a não ameaçar a soberania norte-americana. Com isso, às custas de figuras do Judiciário que se alimentam da imagem e da auto-promoção, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos consegue o apoio de procuradores, como se os mesmos fossem agentes da polícia americana.

“É uma forma de controlar o outro país, de espionar. E esses que estão nessa campanha da Lava Jato atuam como se fossem agentes. Mesmo não remunerados, o fato é que, objetivamente, estão a favorecer uma nação estrangeira contra o Brasil. Estão a trabalhar contra os interesses nacionais”, disse Moniz Bandeira.

As consequências disso, alerta o cientista político, são os prejuízos causados à economia nacional, “muito maiores do que toda a corrupção”.

“O Brasil e as construtoras tem obras espalhadas em diversos países da América Latina e da África paralisadas num valor de mais de 6 bilhões de dólares”, lembrou.

Por outro lado, a imagem criada de corrupção sobre as empresas brasileiras aqui, tanto pela imprensa, quanto pela campanha massiva do Judiciário, difere muito dos conceitos que os próprios norte-americanos têm de proteção de seu mercado. “Porque os financiamentos do BNDES, os Estados Unidos também fazem e outras nações, favorecendo as suas empresas nacionais. Não é verdade que o BNDES financiou Cuba, financiou as empresas brasileiras, as indústrias nacionais, para que elas possam produzir e exportar”, lembrou.

“Tem muitos [procuradores e investigadores] que são manipulados. Muitos não tem consciência disso não. Esses procuradores, Rodrigo Janot e outros, também estão fazendo estas coisas por exibição, para auto promoção, estão querendo assumir o governo do país. Estamos todos agora no país deles”, concluiu.

Sobre o acordo recente fechado pela Odebrecht, sob intermediação dos investigadores da Operação Lava Jato, com o Departamento de Justiça norte-americano, Moniz Bandeira ressaltou que se trata de um projeto que visa atingir a segurança brasileira.

“Digo isso, porque a Odebrecht está encarregada de várias projetos em defesa da soberania nacional, como por exemplo da construção do submarino nuclear brasileiro com tecnologia francesa. A Odebrecht está também encarregada de outros projetos, como a defesa da costa, também de segurança nacional. É um absurdo”, manifestou.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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