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Indicado por Temer para a presidência do PMDB Sindical e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto renuncia e se diz “envergonhado diante da organização que tomou de assalto o poder e jogou o país no caos social”. Ao também anunciar sua desfiliação do partido, o agora ex Presidente do PMDB Sindical afirmou que “Cúpula do PMDB promove a destruição da Constituição de 1988”
Endereçada a Romero Jucá, a carta de desfiliação afirma: “Tão logo esquentaram a cadeira, uma pequena corte palaciana, por interesses e conchavos impublicáveis, até mesmo por sobrevivência indulgente, passou a atuar como tropa de choque de uma casta improdutiva e estúpida, que quer impor a ao Brasil a ampliação da exploração do homem sobre o homem.” e ainda: “Não temos mais um governo. O Poder Executivo e parte do Legislativo foram transformados num bunker para evitar a queda daqueles que se especializaram em agir em benefício próprio“.
O ex Presidente do PMDB Sindical acusa o governo Temer de ser surdo às demandas sociais e dos trabalhadores que sempre estiveram abertos ao diálogo: “Desde o princípio, tentamos construir uma proposta consensual que efetivamente promovesse alterações e modernizações saudáveis para o mercado de trabalho.” Em relação às reformas trabalhista e da previdência ele argumenta: “Digna de governos autoritários, diante da majoritária repulsa do povo brasileiro, o governo tenta aprovar tais medidas, expondo o Parlamento brasileiro a um vexatório papel de subscritor de deletérias alterações legislativas, que causarão sofrimento, fome, desregulamentação do mercado de trabalho e até mesmo o óbito político de muitos que seguirão cegamente o caminho do abismo”.
Na justificativa de sua renúncia e desfiliação ao PMDB, Antonio Neto escreve uma memorável síntese do golpe promovido por este pequeno bunker do partido encastelado no Executivo e no Legislativo em tempos de golpe: “Não há, portanto, após mais de 30 anos de militância peemedebista, permanecer filiado ao Partido que, sob o comando de uma pequena cúpula, afronta o programa partidário; ignora os anseios e a vontade do povo; promove a destruição da Constituição de 1988; enxovalha a democracia duramente conquistada; desrespeita e desmoraliza os Poderes da República; rasga os direitos trabalhistas e sociais; avilta os direitos previdenciários e enterra os sonhos da construção de uma Nação mais justa e igualitária.”
Leia a Carta de renúncia na íntegra, clicando no link abaixo:
Assista também o vídeo:
Original publicado na Revista Fórum:
http://www.revistaforum.com.br/mariafro/2017/07/04/49190/