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A CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) emitiu mensagem dirigida à presidenta Dilma Rousseff apoiando a plena vigência do Estado Democrático de Direito e o exercício das potestades do Poder Executivo brasileiro.
Em declaração pública a secretaria executiva do organismo das Nações Unidas, Alicia Bárcena, manifestou sua preocupação pelas ameaças à estabilidade democrática e reconheceu os avanços sociais e políticos alcançados pelo Brasil na última década.
Reproduzimos a íntegra da declaração da funcionaria internacional:
Mensagem de Alícia Bárcena, secretaria executiva da CEPAL à presidenta Dilma Rousseff:
Com profunda preocupação assistimos o desenvolvimento dos acontecimentos políticos e judiciários que estão convulsionando Brasil no transcorrer das últimas semanas. Estamos alarmados por ver a estabilidade democrática de sua pátria ameaçada.
A soberania popular, única fonte de legitimidade na democracia, entregou antes a Lula e depois à senhora, presidenta Rousseff, um mandato constitucional que se traduziu em governos comprometidos com a justiça e a igualdade. Nunca, na história do Brasil, tantas e tantos de seus compatriotas conseguiram driblar a fome, a pobreza e a desigualdade. Significativa também para nós é a marca determinante com que as duas gestões reforçaram a nova arquitetura de integração de nossa região, a Unasul e a Celac.
Sabemos do esforço dos tribunais por perseguir e castigar a cultura de práticas corruptas, que tem sido, historicamente, a parte mais opaca do vínculo entre os interesses privados e as instituições do Estado. Vimos como a senhora tem apoiado permanentemente essa tarefa, com a valentia e honradez que é a marca de sua biografia, apoiando a criação de nova legislação mais exigente e de instituições repressoras mais fortes.
É por isso que nos violenta ver hoje, sem que haja processo nem provas, servindo-se de vazamentos e uma ofensiva midiática que decidiu por sua condenação, se tenta demolir sua imagem e seu legado, ao mesmo tempo em que se multiplicam os esforços por menoscabar a autoridade presidencial e interromper o mandato que lhe foi entregue nas urnas pela cidadania.
Os acontecimentos pelos quais o Brasil atravessa nestas jornadas ressoam com força para além de suas fronteiras e ilustram para o conjunto de América Latina os riscos e dificuldades a que ainda está exposta nossa democracia”.