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Mário Augusto Jakobskind*
Ao apagar das luzes de 2014, mais precisamente no dia 14 de dezembro, o líder do PSDB no Senado, e candidato a vice na chapa do derrotado Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, apresentou projeto visando acabar com regime de partilha na exploração do petróleo do pré-sal.
Ele defende o retorno do regime de concessão, adotado no governo de FHC, quando foram dadas amplas vantagens aos gigantes internacionais do setor petrolífero.
A atitude de Nunes Ferreira remete aos tempos em que inimigos do Brasil vociferavam contra a criação da Petrobras e argumentavam que o país não tinha petróleo. Chegaram a contratar até um tal de Mister Link, técnico estadunidense a serviço de interesses antinacionais .
Agora que o Brasil tem bastante petróleo, haja vista o pré-sal e demais bacias petrolíferas, os entreguistas estão colocando as mangas de fora. Não se conformam com o fato de a Petrobras ter o predomínio na exploração do petróleo através do regime de partilha.
Junto com o senador Aloysio estão espaços midiáticos como as Organizações Globo, que diariamente, seja através do impresso ou do
eletrônico, envenenam a opinião pública com argumentos que de alguma forma remetem aos anos 50. Ou seja, inimigos da Petrobras, consequentemente do povo, de ontem e de hoje, não desistem de seus intentos antinacionais.
Hoje, os verdadeiros inimigos do país querem vender o peixe que a Petrobras é inviável por causa da ação de ex-diretores bandidos, captados pela Polícia Federal na operação Lava-Jato.
É uma forma de tentar o que nunca conseguiram, mesmo quando estavam no governo com FHC. Naquele período fizeram de tudo para privatizar a empresa, mas foram barrados nesse intento por causa da reação dos petroleiros. Mas mesmo assim conseguiram colocar ações na Bolsa de Nova York, que o governo atual poderia recomprá-las para acabar de vez com esse esquema pernicioso.
É visível que a bancada do PSDB quer de todas as formas inviabilizar a Petrobras. Vão tentar manter diariamente o argumento já
apresentado em editoriais de O Globo, perniciosos aos interesses nacionais, da necessidade de se rever a atual legislação sobre a exploração do
petróleo.
O senador tucano Aloysio, nos anos 1960 foi companheiro do guerrilheiro Carlos Marighela, assassinado pela ditadura por sua luta pela libertação do país. Este revolucionário, nesta altura, deve estar dando voltas no túmulo por causa do trânsfuga que se bandeou para o lado da entrega de las riquezas del país aos interesses estrangeiros.
A única forma para evitar a ação desses grupos que querem acabar com a Petrobras é punir os bandidos captados pela Polícia Federal, retomar a grana das comissões e mostrar que a Petrobras é viável e pertence ao povo brasileiro, não podendo ser entregue.
Neste mesmo diapasão, seguem os grupos que não se conformaram com a derrota do candidato tucano Aécio Neves.
A propósito, o teólogo Leonardo Boff advertiu que a direita brasileira está passando por um processo de “caprilização”, ou seja, seguindo os passos do candidato derrotado nas eleições presidenciais venezuelanas, Henrique Capriles. Ele e seus seguidores durante um tempo não reconheceram a derrota eleitoral e ficaram se manifestando na base da pregação de um golpe de estado contra o Presidente eleito Nicolás Maduro.
*Colabora com Diálogos do Sul