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Erik von Farfan*
Empurrada pela ganância a ciência terráquea acaba fazendo papel predador. Não houvesse a ganância, e os cientistas, em seu cuidado natural, avançariam com mais prudência – muito especialmente no modo holístico. Saiba o que você poderá estar comendo no futuro e o que vai causar na vida da terra. Leiam até o final.
A advertência de Einstein
O físico Albert Einstein disse que se as abelhas desaparecessem, a humanidade seguiria o mesmo rumo em um período de 4 anos. A razão é muito simples: sem abelhas não há polinização, e sem polinização não há alimentos. Concordam Isaac Newton, Malthus; e hoje comprovam estudos científicos!
O mais importante estudo sobre o comportamento das plantas transgênicas jamais feito em escala nacional, foi elaborado ao longo de 4 anos pela tetra-centenária academia científica britânica, a Royal Society of London, e assestou um golpe mortal à indústria de alimentos geneticamente modificados no Reino Unido e por extensão na Europa.
O informe, publicado num dos mais sérios veículos de informação científica, o Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences da Royal Society resultou numa vitória para as plantas convencionais. A série de experiências constatou que as plantas geneticamente modificadas causam sérios danos à fauna e flora silvestre.
O documento final é o resultado de uma série de 4 estudos realizados em grande escala em 65 fazendas (Farm-Scale Evaluations –FSEs) com plantação de colza de Inverno, confirmou o destino dos organismos geneticamente modificados (OGM) no Reino Unido: a sua rejeição, ao menos no futuro próximo. Os estudos demonstraram que os poderosos pesticidas que essas plantas tolerariam, causam significativos danos às áreas rurais que hoje se encontram devastadas pela agricultura intensiva.
Os cientistas monitoraram cuidadosamente as flores selvagens, gramas, sementes, abelhas. Havia menos abelhas e borboletas em plantas transgênicas. Em face desta realidade, o Secretário do Meio Ambiente, Tim Yeo, prometeu que não mais serão cultivadas plantas geneticamente modificadas com intuito comercial até que a ciência prove que elas não são prejudiciais aos seres humanos nem ao meio ambiente; e, principalmente, sem que haja um termo de responsabilidade para os casos de contaminação.
Segundo Les Firbank, do Centro para a Ecologia e Hidrologia de Lancaster, que chefiou o projeto, havia um terço a menos de sementes de flores de folhas largas nas fazendas de transgênicos, em comparação com os lugares onde foram cultivadas colzas tradicionais. “Essas diferenças ainda estavam presentes dois anos depois da semente ter sido plantada… Então temos uma diferença biológica significativa que se mantém estação após estação”, declarou.
Meio século de debates
1953: James Watson e Francis Crick desemaranham a forma em dupla-hélice do DNA, o que tornou possível a biotecnologia.
1983: Kary Mullis, Prêmio Nobel de Química de 1993 descobre a reação em cadeia da polimerase, que permite que pedacinhos do DNA sejam copiados com rapidez. Os EUA distribuem patentes para que empresas possam produzir plantas transgênicas. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA aprova o lançamento do primeiro produto transgênico: o tabaco resistente a vírus.
1987: A batata é a primeira planta transgênica do Reino Unido.
1994: O tomate Flavor Savor é aprovado pela FDA dos EUA, abrindo caminho para mais produtos transgênicos.
1997: A população descobre que a soja transgênica está sendo usada em comidas processadas no Reino Unido, sem que a informação esteja no rótulo.
Junho de 1998: O Príncipe Charles incita o debate ao declarar que não comeria nem serviria produtos OGM aos seus amigos e familiares.
Julho de 1998: English Nature, o órgão consultor do governo quanto à vida selvagem, pede que sejam feitas moratórias sobre o cultivo de plantas transgênicas enquanto seus efeitos ainda estiverem sendo pesquisados.
Fevereiro de 1999: Michael Meacher, o Ministro do Meio Ambiente, convence as empresas de transgênicos a concordarem com uma moratória até que as experiências com pesticidas tenham terminado.
Primavera de 2000: Começam as experiências com plantas transgênicas em áreas rurais.
Outubro de 2003: Resultados preliminares provam que duas das três plantas geneticamente modificadas prejudicam o meio ambiente.
Março de 2004: Membros do ministério aprovam o primeiro cultivo qualificado de plantas transgênicas no Reino Unido.
2005: Christopher Pollock, Presidente do Comitê Geral de Trabalhos Científicos, que supervisionou as experiências, declarou: “O que é bom para o fazendeiro nem sempre é bom para as populações naturais de ervas daninhas, insetos, aves e borboletas que também vivem neste espaço. As experiências com plantas transgênicas são um fato único na Grã-Bretanha e esta foi a primeira vez que cientistas avaliaram o impacto ambiental de uma nova forma de cultivo antes que ela fosse posta em prática”.
E no Brasil?
Marco Aurélio Weisheimer – Agência Carta Maior
Apicultores gaúchos e catarinenses relatam desaparecimento de abelhas em níveis inéditos. Alguns produtores registram perdas de 25% na produção de mel. Pesquisador diz que uma das causas do fenômeno pode ser a influência de lavouras transgênicas.
O fenômeno pode causar graves desequilíbrios ambientais, uma vez que as abelhas são responsáveis por mais de 90% da polinização e, de forma direta ou indireta, por 65% dos alimentos consumidos pelos seres humanos.
No Brasil, lembrou Barbosa, não há estudos aprofundados sobre o impacto dos transgênicos no ecossistema. Outra possível causa apontada pelo pesquisador é o aquecimento global. O sistema de orientação das abelhas funciona por meio dos olhos. As abelhas dependem da luz solar para encontrar o caminho de volta para as colmeias. O aumento da incidência de raios ultravioletas poderia, assim, ser uma das causas do fenômeno.
E nos Estados Unidos e Canadá?
O desaparecimento das abelhas começou a ser tema na mídia em 2006, nos EUA e no Canadá, quando criadores que alugam enxames para agricultores começaram a relatar o desaparecimento destes animais em níveis muito elevados. Em várias regiões destes dois países, apicultores chegaram a perder 90% de suas colmeias. O biólogo norte-americano Edward Wilson, chamou o fenômeno “o Katrina da entomologia”, numa referência ao furacão que arrasou Nova Orleans, nos EUA.
Na Califórnia, entre 30% e 60% das abelhas desapareceram. Em algumas regiões da costa leste dos EUA e do Texas, esse índice chegou a 70%. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o fenômeno foi registrado em 42 estados e em duas províncias canadenses.
A redução das colônias de abelhas no país vem ocorrendo, pelo menos, desde 1980. De acordo com dados do USDA, o número de colmeias hoje nos EUA (2,4 milhões) é 25% do que existia em 1980.
E no resto do mundo?
A morte repentina de abelhas também já foi registrada em países como Alemanha, Suíça, Espanha, Portugal, Itália e Grécia. Manfred Hederer, presidente da Associação Alemã de Apicultores, relatou uma queda de 25% nas populações de abelhas por todo o país. Transgênicos entre os suspeitos. Entre as possíveis causas do fenômeno, são citadas a radiação de telefones celulares, o uso indiscriminado de herbicidas e o uso de transgênicos, em especial os do milho Bt (com gene resistente a insetos; contém pedaços do DNA da bactéria Bacillus thuringiensis).
O jornal inglês The Independent publicou matéria afirmando que a radiação dos celulares poderia estar interferindo no sistema de navegação das abelhas, provocando a sua desorientação quenão conseguiriam mais voltar para suas colméias. Além disso, citou pesquisas alemãs que apontaram mudanças de comportamento das abelhas nas proximidades de linhas de transmissão de alta tensão.
É o início da transição dos seres vivos de nosso planeta!
* Jornalista britânico. Original da revista Eco
Saiba+
O dia 25 de maio de 2013 foi marcado pela realização de Marchas Globais Pelas Abelhas Contra a Monsanto em várias cidades do mundo.
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