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EUA Campeões em violar Direitos Humanos

Revista Diálogos do Sul

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Os Estados Unidos deveriam olhar para seu próprio umbigo antes de meter o bedelho nos assuntos internos de outros países. Faltam-lhe autoridade moral. Quando cobram respeito aos Direitos Humanos não o fazem por ética e sim em função de seus interesses hegemônicos. Este é em síntese o conteúdo de um informe sobre a situação dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2011, divulgado pela agência chinesa Shinhua.

Informe sobre os Direitos Humanos nos Estados Unidos

A Agência de informação Shinhua publicou a versão em inglês do informe elaborado pela Bureaux de Informação do Conselho de Estado da China sobre a situação dos Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2011. O documento foi preparado em resposta à divulgação pelo Departamento de Estado dos EUA de relatório sobre a situação dos Direitos Humanos no Mundo em 2009. A integra do documento chinês em inglês em:
(http://news.xinhuanet.com/english2010/china/2010-03/12/c_13208219.htm )

Um resumo em espanhol foi publicado pelo diário La Jornada, de México. Tanto nos EUA como no Brasil não se mencionou a existência desse documento. Diálogos do Sul publica resumo da versão em espanhol cedida por Cuba Debate.

Nele se constata que o mundo sofre um sério desastre pela crise financeira Induzida pelas grandes corporações bancárias e de bens de raízes, a maioria com sede nos Estados Unidos. Enfatiza que a liberdade de imprensa naquele país está subordinada ao que denominam “interesses nacionais” e é manipulada pelo governo. Destaca que Washington monopoliza dez dos 12 servidores centrais de internet no mundo e pretende impulsionar sua hegemonia com o argumento da liberdade na rede.

Os chineses justificam a divulgação do documento com o argumento de que o informe anual estadunidense sobre Direitos Humanos é um instrumento político que interfere nos assuntos internos de outros países, difama a imagem de outras nações e persegue os interesses estratégicos de Washington. “Como em anos anteriores, o informe está repleto de acusações sobre a situação dos direitos humanos em mais de 190 países e regiões, incluída a China, porém nada diz sobre os abusos contra garantia básicas em seu território” nem sobre os excessos que comete com seu poder militar em países ocupados ilegalmente. Tampouco as violações perpetradas por Israel contra os palestino são apontadas.

Segurança pessoal

O documento cita informe do Departamento de Justiça dos EUA, de setembro de 2011, que revela que em 2010, do total de residentes estadunidenses acima de 12 anos, 3.8 milhões foram vítimas de delitos violentos. A taxa de vitimados foi de 15 por cada mil residentes.

Os estadunidenses possuem entre 35% e 50% das armas de fogo em mãos de civis em todo o mundo, para um total de 90 armas para cada 100 pessoas. Com isso os EUA se colocam com a maior quantidade de delitos violentos e mortes relacionadas com armas de fogo em todo o mundo. De acordo com infirme do Foreign Policy, de 9 de janeiro de 2011 mais de 30 mil estadunidenses morem a cada ano vítimas de violência com armas e se estima que 200 mil cidadãos são feridos por armas de fogo a cada ano.

Direitos civis e políticos

Os EUA enganam a si mesmos quando se autoproclamam a terra da liberdade, diz o informe chinês para acrescentar que durante o movimento de protesto “ocupa Wall Street”, a polícia de Nova York prendeu mais de 700 manifestantes. Um número crescente de jornalistas estadunidenses perderam seu emprego por “comentários políticos inadequados … Além de utilizar gás pimenta contra os jornalistas, a polícia prendeu cerca de 200 jornalistas, inclusive correspondentes da NPR e do New York Times, para que não informassem sobre a violência policial.

A proteção do ciberespaço, como estipula a Lei de Ativos Nacional de 2010, concede “poderes absolutos” ao governo federal para apagar a Internet em caso de emergência nacional. O exército desenvolveu programas de computador que permitem manipular secretamente as redes sociais utilizando falsas identidades e gerar um falso consenso em conversações on line, assim como desaparecer com as opiniões inconvenientes e silenciar os comentários ou as notícias que não correspondam a seus objetivos.

A democracia estadunidense se converteu em um sistema para os mais ricos. 46% dos senadores e dos membros da Câmara possuem mais de um milhão de dólares em ativos pessoais. Em torno de 11% dos congressistas possuem patrimônio líquido superior aos nove milhões de dólares e 249 são multimilionários.

O governo continua proclamando seu direito a despojar a cidadania de suas proteções legais. A lei de autorização para a defesa nacional, firmada em 31 de dezembro de 2011, permite a detenção de cidadãos por tempo indefinido.

Os EUA possuem a maior população carcerária do mundo. Em 2009 os presos ascendiam a 2.3 milhões, sendo que mais de 140 cumprem pena de prisão perpétua. Resumindo, um de ada 132 cidadãos estadunidenses estão atrás das grades. Por economia os presos comem uma única refeição por dia.

Direitos sociais

Os Estados Unidos não aprovaram nenhuma das convenções da Organização Internacional do Trabalho nos últimos dez anos. No final de 2011, 13.3 milhões de trabalhadores estavam oficialmente desempregadas e 5.7 milhões estavam a mais de seis meses sem emprego. A taxa de desemprego foi de 8.9% para 2011. No caso dos jovens entre 25 e 34 anos a taxa de desemprego foi de 26%.

Nos últimos 20 anos o ingresso dos 90% da população ficou estacionado enquanto que a parcela de um por centos dos mais ricos tiveram um aumento de 33% em seus ingressos. Os 10% dos mais ricos ganham em média ingressos 15 vezes superiores aos 10% dos mais pobres.

Os 400 estadunidenses mais ricos possuem 1.5 bilhões de dólares em ativos, equivalentes à soma dos ingressos da metade mais pobre da população, mais de 150 milhões de pessoas. Os ingressos anuais dos 10 diretores de empresas mais ricos bastam para pagar o salario de 18.330 trabalhadores.

Informe do Departamento do Censo, de setembro e 2011, indica que 46.2 milhões de pessoas viviam abaixo da linha oficial de pobreza, 2,6 milhões a mais que em 2009, o mais alto índice desde 1959.

Em 2010, 17.2 milhões de domicílios, ou 14,5%, careciam de segurança alimentar. Em 2011, quase 15% da população, uns 46 milhões, viviam dos cupões para alimentos, 74% a mais que em 2007. Milhões de indigentes perambulam pelas ruas. Os informes asseguram que entre 2,3 a 3.5 milhões de estadunidenses não têm um teto onde passar a noite. Em Nova York são 41 mil indigentes, incluindo 17 mil crianças.

Nove milhões de estadunidenses perderam seu seguro médico nos últimos dois anos. Outros 73 milhões de adultos tinham problema para pagar atendimento médico e 75 milhões postergavam seu tratamento por não poder arcar com os gastos. Entre os que são soropositivos, somente 51% estão recebendo atenção médica.

Desde 2008, foram eliminadas 294 mil vagas no setor educacional dos EUA, incluindo centros de educação superior. O custo médio da matrícula nas universidades públicas estadunidenses em 2011/2012 foi de 8.244 dólares.

Mulheres e crianças

Até agora os Estados Unidos não ratificaram nem a Convenção para eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher, nem a Convenção dos direitos da Infância. A taxa de pobreza entre as mulheres alcançou cifra recorde. Mais de 17 milhões de mulheres viviam na pobre em 2010, entre elas, 7.5 milhões em extrema pobreza e 4.7 milhões eram mães solteiras.

A taxa de pobreza entre as crianças também bateu recorde. Entre 2009 e 2010 o total de crianças vivendo abaixo da linha de pobreza superior os 15 milhões, a mais alta desde 2001. Em 2010, 1.6 milhões de crianças viviam nas ruas. Anualmente mais de um milhão de crianças são vítimas de abuso e uma em cada duas famílias estadunidenses, em algum momento, esteve envolvida em incidentes de violência doméstica.

Deixamos de resumir as violações aos Direitos Humanos perpetrados pelos EUA nos países invadidos por razões imperiais.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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