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ToggleA seca chegou este ano de forma prematura, e o desastre econômico e ambiental afetou mais da metade do território espanhol. Diante desse panorama, o Executivo espanhol, do socialista Pedro Sánchez, aprovou no último dia 10 um plano de urgência, em uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, com o que pretende minimizar os efeitos que está provocando a ausência de água no setor agroalimentar.
O montante inicial é de 2,9 bilhões de euros, que irão sobretudo para os agricultores que estão acumulando perdas milionárias porque este ano suas produções de azeitonas, cereais, melões, arroz ou tomates, entre outros, não poderão sair adiante.
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A Coordenadora de Organizações Agrícolas e Pecuária (COAG), na qual estão representadas todas as regiões do país, advertiu há mais de um mês que o desastre é “iminente” e que, até agora, a porcentagem do campo afetado passou de 60 a 80%, enquanto a perda da superfície de cereais aumentou de 3,5 milhões hectares e 5 milhões.
Não é um problema novo. Diante dos efeitos da mudança climática, a ausência de chuvas e o aumento da temperatura ambiental, a situação se agravou nos últimos quatro anos de forma exponencial.
Por isso, nas últimas semanas se registraram numerosas mobilizações de agricultores e pecuaristas contra a “inação” do governo central, o responsável da gestão das Confederações Hidrográficas dos distintos rios e embalses no país e que são finalmente os que abastecem de água a cidadania, agricultores e pecuaristas.
Oscar F. Hevia/Flickr
A ideia é estender o plano de emergência até o próximo 15 de setembro (Rio Porma, Espanha, 28/10/2017 – imagem ilustrativa)
Eleições
No entanto, os reservatórios do país, que armazenam água de chuva, se encontram atualmente a 48,9% de sua capacidade, segundo dados do Ministério para a Transição Ecológica.
Diante da iminente eleição do próximo 28 de maio, na qual serão renovados os municípios e a maioria das comunidades autônomas do país, o governo se viu obrigado a fazer um conselho extraordinário, precisamente para evitar que coincidisse com o início da campanha eleitoral oficial.
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O plano, apesar de seu caráter urgente e extraordinário, vai requerer várias semanas para sua aplicação, mas a ideia é que sejam destinados 784 milhões de euros ao setor primário, dos quais 535 milhões serão em ajudas diretas do Estados.
Além disso, haverá 355 milhões para o setor pecuário de carne e de leite, 276 milhões para a agricultura e cinco milhões para a apicultura. Foi incluída um aporte de 40,5 milhões para contratar seguros agrários e o adiamento do pagamento de quotas sociais durante cinco meses para mais de 730 mil trabalhadores.
O plano também permitirá a redução de “peonadas” (as jornadas do trabalhador do campo) para aceder ao subsídio de desemprego agrário, assim como a isenção do Imposto sobre as Pessoas Físicas (IRPF) e de Sociedades pelas ajudas de Política Agrária Comum (PAC) e a ampliação das solicitações de ajudas comunitárias até 30 de junho.
A ideia é estender o plano até o próximo 15 de setembro, baseando-se nas previsões dos organismos de meteorologia do país, que vaticinam os piores augúrios para o campo; não choverá até dentro de três ou quatro meses mais, e há algumas regiões que passam mais de 140 dias sem ver cair água do céu.
Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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