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ToggleO contínuo fornecimento de armas por parte dos Estados Unidos à Ucrânia realça hoje o desinteresse da administração do presidente Joe Biden pela busca de uma saída diplomática para o conflito entre Kiev e Moscou.
Analistas e a mídia especializada advertem ainda que a negativa da Casa Branca em considerar propostas para promover a paz na região, como a apresentada pela China, confirma os ânimos belicistas da nação do norte e a defesa extremada de seu modelo hegemônico.
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Segundo um funcionário estadunidense que falou sob condição de anonimato, a iniciativa do gigante asiático põe Washington em uma situação “incômoda”.
A rejeição da proposta, declarou à Bloomberg, estaria facilitando os argumentos das nações que defendem uma saída diplomática, de que o país mais poderoso do mundo não está interessado na paz.
Para os EUA, guerra contra Rússia na Ucrânia é preliminar para confronto com China
O coordenador para Comunicações Estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, revelou que a administração opõe-se ao cessar fogo, e a qualquer iniciativa pacífica que possam ser promovidas pelos mandatários da China e da Rússia.
Em um artigo de opinião de Trita Parsi, vice-presidente executivo do Quincy Institute for Responsible Statecraft, publicado no The New York Times, o analista afirmou que os Estados Unidos desprezam cada vez mais os esforços de mediação de outras potências.
O fato de que o governo do norte tenha oficialmente dado as boas vindas ao acordo de normalização entre Arábia Saudita e Irã não pôde ocultar sua irritação com o novo papel da China como intermediário no Oriente Médio; também rejeitou rapidamente a oferta anterior de Pequim de mediação entre a Ucrânia e a Rússia, afirmou.
Deu razão então ao politólogo Mark Hannah, da Eurasia Group Foundation, quando este disse que existe uma hipocrisia inerente “ao promover as ações da Ucrânia quando faz a guerra, mas não quando se trata de paz”.
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Parsi atribuiu o êxito do trabalho de mediador desenvolvido pelo gigante asiático entre Teerã e Riad ao fato de sua posição neutra nas disputas dos dois países e de não ter moralizado o conflito. “A China tampouco subornou estas nações com garantias de segurança, promessas de armas ou bases militares, como é nosso costume com demasiada frequência”, assegurou.
“Durante muito tempo, disseram aos estadunidenses que, se não dominarem, o mundo cairá no caos. Na realidade, como demonstrou a mediação de Pequim, é provável que outras potências deem um passo à frente para assumir a carga da segurança e do estabelecimento da paz”, disse.
A maior ameaça para nossa própria segurança e reputação é nos colocarmos no caminho de um mundo onde outros têm interesse na paz, nos tornarmos uma nação que não só põe a diplomacia em último lugar, como também descarta aqueles que buscam situá-la no primeiro, disse ainda.
Acrescentou que os Estados Unidos não deveriam preocupar-se se alguns caminhos para a paz passam por Pequim, Nova Delhi ou Brasília, enquanto busca-se que todos os da guerra passem por Washington.
Para os EUA, guerra contra Rússia na Ucrânia é preliminar para confronto com China
Grupos defensores da paz nos Estados Unidos defendem cada vez mais uma saída negociada para o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Há poucos dias, a polícia deteve alguns membros da organização CodePink, depois desta confrontar o secretário de Estado, Antony Blinken, durante sua intervenção no Comitê de Relações Exteriores do Senado.
O funcionário foi interrompido por Benjamin Medea, integrante da associação, que aproveitou para reclamar da falta de vontade do governo de pôr fim ao conflito.
“O povo estadunidense não quer continuar alimentando uma guerra indireta com a Rússia que poderia levar-nos à Terceira Guerra Mundial ou a um holocausto nuclear. Supõe-se que o senhor seja um diplomata. Comece a negociar! Se não gosta da proposta de paz da China, o que propõe?”, provocou.
Prensa Latina
Os líderes da UE defendem manutenção das sanções à Rússia, incluindo as relativas à energia, como limite aos preços do petróleo
Cúpula europeia aprova acelerar entrega de munições à Ucrânia
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) aprovaram um plano para acelerar as entregas de munições à Ucrânia, segundo indica o documento final da Cúpula a que meios de imprensa fizeram referência no último dia 24.
O acordo adotado também permite a realização de compras conjuntas e o aumento da produção militar além de um financiamento por meio do Fundo Europeu para a Paz.
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No entanto, o comunicado informa que os fornecimentos devem realizar-se sem menosprezar a capacidade de defesa dos Estados europeus.
Os líderes da UE defenderam também a manutenção das sanções à Rússia, incluindo as relativas à energia, como é o caso do limite aos preços do petróleo.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, em uma conferência de imprensa posterior a esta reunião de dois dias que terminou na sexta-feira (24), anunciou que seu governo propôs que outros países façam contratos com empresas industriais envolvidas na produção de armas para garantir seu próprio apoio à Ucrânia.
Desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, a UE e seus Estados membros puseram à disposição de Kiev cerca de 67 bilhões de euros e adotaram um conjunto sem precedentes de medidas restritivas contra Moscou.
Para o Governo russo, essas disposições não ajudam na busca da paz por meio do diálogo e só fazem alongar o conflito.
Redação Prensa Latina
Tradução: Ana Corbisier
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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