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Poema de Samuel da Costa*
Toda a poesia será castigada?
Perguntou o poeta ao suicida!
***
Oh cidade claustrofóbica!
Por quê?
Mil vezes por quê?
Deixaste-me aqui sozinho, para morrer?
***
Oh palavras disléxicas que se repetem!
E se repetem, sem fim!
Sem parar…
Na minha mente
***
Sonho mecanizado!
Do mundo diluído nas telas das TV’s!
Cidade cinzenta!
Deserto árido!
Um mundo em concreto armado!
Habitados de mentes vazias…
Vidas estéreis
Vidas áridas
***
Um sonho mecanizado…
Em Meca-nografia digital!
Textos tabulados!
Dados tabulados, em um mundo binário!
Interligados por um oceano de fibra óptica.
Um emaranhado de filamentos extremamente finos
Flexíveis…
Vidros ultrapuro!
***
Toda a arte será castigada?
Mecanizada!
Digitalizada!
Multiplicada!
Diluídas nas telas das TV’s?
Imagens e High-Definition
***
Pois toda a arte será castigada!
Massificada!
Industrializada!
Vulgarizada!
Em um sonho mecanizado
Uma arte vazia!
Cinzenta!
Planificada!
***
Pois toda a arte será mecanizada!
Toda a arte será massificada!
Mundializada
Plastificada
E diluída nas ondas dos rádios!
Digitalizada e compartilhadas via
Telas de computadores
Computadores Miniaturizados
Vulgarizados
***
Toda a poesia será castigada?
Perguntou o poeta ao suicida!
*Colaboração espontânea à Diálogos do Sul