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A ONU lança o desafio: 500 dias para um mundo sustentável

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Editorial da ECO21*

Ban_Malala_SG_UNEm Setembro de 2000, durante a Assembleia-Geral da ONU, 191 nações firmaram um compromisso para combater a extrema pobreza, melhorar a saúde universal e garantir a estabilidade ambiental, entre outros graves problemas da sociedade. Esta promessa acabou se concretizando nos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) que deveriam ser alcançados até 2015.

No mês passado, quase coincidindo com o “Dia da Sobrecarga da Terra”, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon fez um balanço global atualizado sobre os esforços feitos até o momento para alcançar essas metas e, perante 500 jovens procedentes de todo o mundo, lançou na ONU o desafio dos “500 dias de ação” até a data limite de 2015.

Na ocasião, uma das perguntas feitas foi da garota brasileira Ana Cristina Oliveira, que quis saber como um cidadão pode fazer a diferença. Ban respondeu que apenas com economizar água ou apagar as luzes ao sair de casa, por exemplo, mais de 1 bilhão de pessoas poderiam ser beneficiadas. “As ações realizadas agora salvarão vidas, construirão uma base sólida para o desenvolvimento sustentável muito além de 2015 e ajudarão a estabelecer as bases para a paz e a dignidade humana duradoura”, disse o Secretário-Geral.

Ao lembrar que o Sétimo Objetivo dos ODM trata especificamente sobre o tema ao “Garantir a sustentabilidade ambiental”, ele alertou que a mã gestão ambiental obstaculiza o desenvolvimento econômico e social sustentável. “Em particular, devemos agir urgentemente para limitar o aumento da temperatura global e reforçar a resiliência aos impactos climáticos. Todos nós compartilhamos da responsabilidade de promover o desenvolvimento sustentável equitativo. Temos que agir em conjunto e intensificar os nossos esforços”, disse Ban.

Os indicadores identificados para este Objetivo são justamente
Os indicadores identificados para este Objetivo são justamente “indicativos” para a esfera pública.

Os indicadores identificados para este Objetivo são justamente “indicativos” para a esfera pública. Sem a adoção de sérias políticas ambientais, nada se conservará adequadamente, assim como sem a posse da terra e da moradia, poucas pessoas desfrutarão de condições sadias no seu próprio entorno. Como o objetivo dos políticos no mundo atual não é viver em harmonia com a natureza, obviamente este será um Objetivo frustrado. Mas, o lado positivo é que América Latina e o Caribe reduziram pela metade a pobreza extrema e registraram ótimos resultados na luta contra a malária e a tuberculose, assim como um maior acesso ao tratamento do vírus HIV. Apesar disso, algumas metas relacionadas aos grandes problemas evitáveis, como a redução da mortalidade infantil e materna e o aumento do acesso a saneamento ainda não foram atingidas e até estão “retrocedendo”, disse Ban.

A partir de Setembro, o mundo deverá tratar sobre a criação de uma nova agenda de desenvolvimento pós-2015 mais abrangente denominada Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposta na RIO+20. Essa agenda terá obrigatoriamente o objetivo livrar a humanidade da pobreza e da fome, e atingir o desenvolvimento sustentável.

A “Minuta Zero” sobre os ODS, apresentada à ONU em Julho de 2014, prevê 17 Objetivos e 169 Metas, com 15 anos de prazo para serem cumpridas. O documento é o resultado de um amplo processo denominado Pacto Global da ONU que já envolveu cerca de dois milhões de pessoas em consultas da ONU como o “World We Want” e “MY World”. Diante dos graves problemas ambientais que estamos vivenciando: falta de água, saneamento básico, desmatamento, defaunação, desertificação, etc., a sustentabilidade é a única força para concretizar um futuro que respeite os limites dos recursos do Planeta. Infelizmente, salvo raras exceções, os candidatos ao executivo e legislativo em todo o Brasil, não consideram nas suas campanhas políticas que este possa ser um tema a ser levantado na busca de votos.

*Editorial da revista virtual Eco21 da PUC/RJ edição de agosto


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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