Conteúdo da página
ToggleGomez Studio
Depois de muitas criticas vindas de vários setores da sociedade civil, o decreto que abria espaço para privatização acabou sendo revogado.
Nesse sentido, é notório que a ideia de um sistema de saúde gratuito e universal desagrade certos grupos, principalmente aqueles pertencentes as classes mais abastadas. Um certo projeto de sucateamento e de privatização da saúde pública já é de longa data.
Em uma reportagem de 1993, a Cadernos do Terceiro Mundo já denunciava essa política de privatização da saúde. Na época, o país tinha acabado de sair do governo de Fernando Collor e o que se via era um desmantelamento da rede pública hospitalar.
O ex-presidente tirou o orçamento próprio e autônomo do serviço de saúde e os hospitais passaram a ser financiados pelas Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs) e Unidades de Coberturas Ambulatoriais (UCAs) que foram responsáveis por vergonhosos esquemas de corrupção. Ao mesmo tempo, via-se um verdadeiro aumento no número de hospitais privados e planos de saúde enquanto o percentual de leitos do setor público, no período de 1980 a 1990, crescera apenas 1,6%.
No Congresso Nacional, inúmeros parlamentares eram donos de hospitais e formavam o lobby em defesa da rede hospitalar privada. Era uma verdadeira campanha de desmoralização do sistema gratuito e universal que a população brasileira tanto lutou para conseguir. Infelizmente, parece que de 1993 a 2020 não mudou muita coisa.
Memória
Tema complexo, que requer uma análise de longo prazo e a compreensão da geopolítica atual. Para uma visão histórica do tema, compartilhamos reportagem publicada na revista Cadernos do Terceiro Mundo de 1997.
A Diálogos do Sul é a continuidade digital da revista fundada em setembro de 1974 por Beatriz Bissio, Neiva Moreira e Pablo Piacentini em Buenos Aires:
A recuperação e tratamento do acervo da Cadernos do Terceiro Mundo foi realizada pelo Centro de Documentação e Imagem do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, fruto de uma parceria entre o LPPE-IFCH/UERJ (Laboratório de Pesquisa de Práticas de Ensino em História do IFCH), o NIEAAS/UFRJ (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre África, Ásia e as Relações Sul-Sul) e o NEHPAL/UFRRJ (Núcleo de Estudos da História Política da América Latina), com financiamento do Governo do Estado do Maranhão.
Texto publicado originalmente na página Revista Cadernos do Terceiro Mundo – Acervo Digitalizado.
Confira a edição completa da revista nº 63 :
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
Veja também