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Toggle“A vitória sobre a pandemia é agora a condição de nossa vitória em sentido integral”, diz o comunicado da icônica Casa das Américas, publicado após os protestos realizados no país no último domingo (11).
De acordo com a imprensa internacional, os manifestantes protestavam contra o agravamento da pandemia, o aumento no número de mortos — mesmo Cuba sendo um dos países com a melhor gestão da pandemia — e pediam “liberdade” e a solução de problemas como o racionamento de energia.
O texto diz que “as penúrias dos cubanos são sobretudo o resultado da acumulação perversa de arbitrariedades geradas pela filosofia da asfixia do país débil, não por defeitos do sistema cubano, que conhecemos melhor que ninguém, e trabalhamos para superar”.
Leia a íntegra do comunicado:
A chamada guerra “não convencional” tem sido empregada em numerosas ocasiões pelos Estados Unidos e seus aliados para derrubar governos incômodos.
Na Nossa América, várias nações irmãs, como Bolívia, Nicarágua e em particular a Venezuela têm sofrido os embates da ação combinada de caluniosas campanhas de descrédito, por meio das redes sociais e meios de mídia tradicionais, sanções econômicas, recrutamento de mercenários, patrocínio de grupos violentos e outras ações desestabilizadoras.
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Cuba, prejudicada gravemente pelos efeitos do Bloqueio estadunidense, da pandemia e suas sequelas na economia, é alvo também agora de uma ofensiva “não convencional”.
Após os distúrbios do passado 11 de julho, o presidente Joseph Biden pediu às autoridades cubanas que melhorassem as condições de vida de seu povo.
Ainda está fresca a lembrança dos 184 votos condenatórios há menos de um mês, na Assembleia Geral das Nações Unidas, do embargo — bloqueio, verdadeiro estado de sítio — imposto a Cuba.
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Washington perdeu a oportunidade de honrar ali com sua abstenção o digno exemplo que lhe deixou a última administração democrata. Biden quis selar, ao tornar a votar como Trump, a falácia do anúncio de que regressaria ao ponto em que Barack Obama deixou a relação com Cuba?
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A vitória sobre a pandemia é agora a condição de nossa vitória em sentido integral.
Seis décadas de um “embargo” criminoso
A legislação que nos impôs o cerco em termos de “embargo” há seis décadas foi endurecida ano após ano, em uma macabra engenharia de sanções cuja única razão é obstruir cada passo que dá a economia da Ilha para lograr sua reprodução.
Em detrimento, em primeiro lugar, de seu povo. Cuba acumula cicatrizes de governos democratas e republicanos que se assanharam com o propósito de torná-la sujeitá-la ao mandato imperial, sem reparar que o prejuízo de suas ações recai na população por cujo bem-estar dizem interceder.
O bloqueio não é um fato estático, e o demonstrou a administração Trump que, entre 2016 e 2020, esmerou-se em somar-lhe 243 medidas diabólicas, em meio de um frenesi de sabor hitleriano. Um recorde indiscutível.
Sobre o tema
Não menos escandaloso é que, durante seus primeiros seis meses na Casa Branca, Biden nada tenha feito para reverter esse sinistro legado. Custa aceitar que se deva a turva preocupação pelo peso da máfia anti cubana no voto da Flórida. Será isso no fundo?
Tensões
É certo que nosso país vive uma conjuntura de tensões, porque a pandemia da Covid-19 tem se agravado com os impactos acentuados do bloqueio em um pico de gravidade.
As penúrias dos cubanos são sobretudo o resultado da acumulação perversa de arbitrariedades geradas pela filosofia da asfixia do país débil, não por defeitos do sistema cubano, que conhecemos melhor que ninguém, e trabalhamos para superar.
Como Fidel em circunstâncias similares, há mais de um quarto de século, Díaz-Canel se fez presente nas ruas durante os distúrbios, dialogou francamente com a população e chamou-a para enfrentar os problemas com a premissa de que a Revolução não é negociável.
Sobre o tema
A vitória sobre a pandemia é agora a condição de nossa vitória em sentido integral. O inimigo não o ignora. Poderá aceitar que o efeito das vacinas cubanas, engenhadas, produzidas e aplicadas apesar de todos os contratempos impostos pelo bloqueio, se converta para Cuba em uma conquista tão sonhada como o apoio que anualmente lhe outorga o mundo nas Nações Unidas?
Chegará esta administração estadunidense a perceber que sua melhor saída com Cuba parte de buscar o entendimento e não de perpetrar a subversão?
Qualquer que seja o caminho escolhido pelo imperador de turno, a Casa de las Américas como sempre, como desde sua fundação por Haydée, por Fidel, em abril de 1959, continuará defendendo os ideais de emancipação e justiça social para Cuba e para toda a nossa América.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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