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Abya Yala!: “Igrejas e Estado devem reparação histórica aos povos indígenas”, diz escritora

Defensora da causa indígena, Moema Viezzer falou, em entrevista, sobre o desprezo europeu acerca da cultura indígena “em nome de Deus e do Papa” que resultou no genocídio ameríndio
Mariane Barbosa
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Em entrevista para a TV Diálogos do Sul, a escritora, socióloga e militante feminista brasileira,  aborda como o genocídio indígena realizado nas Américas por Espanha e Portugal se fazia em nome de Deus e do Papa justificado pela cristandade.

No bate-papo em que reforça que “o genocídio indígena nas Américas ultrapassou 90 milhões de mortes”, Moema esclarece como o extermínio cultural também foi uma das várias formas dos europeus matarem os povos originários para obterem ainda mais terras. 

Assista na Tv Diálogos do Sul

Durante a conversa com o jornalista e diretor da revista Diálogos do Sul, a escritora também conta um pouco de sua história ao lado do companheiro Marcelo Grondin, com quem luta contra o desprezo à vida e cultura dos povos originários.

“A gente fala muito de como é importante uma reparação histórica por parte das igrejas, por parte do Estado. A questão do genocídio cultural foi uma coisa generalizada, no caso do Brasil, sumiram com o que puderam e nem se ouvia falar de arte ou idiomas indígenas, isso é bem recente”, diz, destacando que esse patrimônio precisa ser preservado. 

Defensora da causa indígena, Moema Viezzer falou, em entrevista, sobre o desprezo europeu acerca da cultura indígena “em nome de Deus e do Papa” que resultou no genocídio ameríndio

ricardo stuckert
"No Brasil, sumiram com o que puderam e nem se ouvia falar de arte ou idiomas indígenas."

A autora de “Abya Yala! Genocídio, Resistência, Sobrevivência dos Povos Originários do atual continente americano”, ainda recorda que a “questão religiosa” foi mais forte ao norte do continente, no Canadá e nos Estados Unidos, onde haviam pensionatos para crianças que usavam os slogans como “mate o índio para não matar o homem”:

“Tiravam da criança tudo o que era indígena. Cortavam os cabelos, trocavam de nomes e mudavam suas roupas e idiomas para se encaixar. Algumas morriam de saudades, outras ficavam enfermas”, relata ao relembrar do escândalo no Canadá em que foram encontrados 750 corpos de crianças indígenas em um internato.

“Como é que você vai conseguir resgatar isso e de alguma forma ter uma reparação histórica? Os que se foram não voltam mais, é muito triste”, pontua.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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