A partir dos centros de poder político, econômico e midiático nos tentam convencer que as medidas de contenção para frear a pandemia são as adequadas.
Não dão razões, mas a cidadania observa com justificada confiança como estas estratégias são aplicadas de maneira aleatória e muitas vezes em contradição com o mais elementar senso comum.
Algo parecido sucede com a efetividade das vacinas, as quais, em processo de pesquisa, já são distribuídas massivamente.
Quando alguém expressa dúvidas a partir de informação divulgada por meios de comunicação e redes sociais – algumas vezes de fontes não confiáveis, mas também de opinião qualificada de cientistas reconhecidos por sua trajetória – de imediato surge a reação adversa para qualificar essas reflexões como “teorias conspiratórias” daqueles que não aceitam como válidas as explicações sobre a segurança destes recursos de imunitários.
Ao longo da história tem sido inegável a efetividade e contribuição das vacinas que passaram por processos de pesquisa profundos e de longa data, cujos resultados têm constituído um aporte essencial à saúde pública desde que foram descobertas.
Mas durante esta pandemia, também é uma realidade que o processo de elaboração tem sido demasiado breve e ainda sujeito a ensaios. Por isso a resistência do pessoal sanitário, sobretudo em países do primeiro mundo, presumivelmente bem-informados e com experiência em seu campo, a aceitar as novas vacinas e sua inoculação em massa.
Agência Brasil
Ao longo da história tem sido inegável a efetividade e contribuição das vacinas
A vida e a saúde da população mundial estão em jogo e a partir de seu escasso conhecimento sobre o tema de saúde, ela observa como apesar das medidas de confinamento que vão e vêm sem razões explícitas, os casos aumentam e também as mortes.
Os governos, especialmente de nossos países terceiro-mundistas, converteram o tema das vacinas em um ferramenta de negociação política e privilégios, deixando de lado sua enorme responsabilidade para com a população à qual estão obrigados a servir para responder.
A isso se soma a falta de campanhas de informação para explicar de maneira simples quais são as características, riscos e condições das vacinas, com o objetivo de facilitar uma tomada de decisão consciente por parte da cidadania.
Neste sentido, as grandes multinacionais farmacêuticas têm a obrigação de partilhar informação confiável – apesar de sua duvidosa reputação como gigantes industriais de ética flexível – e abster-se de participar em atos de corrupção com alguns governos cujas claras intenções são de converter as vacinas em um negócio próspero e privado, condenando os mais pobres a um destino incerto.
Se a vacinação é a resposta mais razoável para consolidar a imunidade de rebanho e deter essa emergência sanitária que já dura mais de um ano, então deve ser executada sob a consigna do direito à saúde, subscrito em todos os textos constitucionais, assim como a informação responsável sobre riscos e benefícios.
Para impor este direito sem exceções, será necessária a participação ativa das organizações cidadãs e do âmbito da saúde, com o propósito de evitar o que já se está perpetrando, que é uma grotesca manipulação na informação, distribuição e aplicação das vacinas, transformadas em instrumentos de proselitismo e discriminação.
Opor-se a isso não é conspiração, mas sim um elementar exercício cidadão.
O acesso à informação confiável sobre medidas sanitárias, é um direito.
Carolina Vásquez Araya, Colaboradora de Diálogos do Sul da Cidade da Guatemala
Tradução: Beatriz Cannabrava
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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