O cientista político venezuelano Basem Tajeldine disse à Sputnik Mundo que a acusação de Washington pode ser prelúdio para uma intervenção militar dos EUA no país sul-americano.
“Trata-se de um alerta claro de agressão direta, de intervenção direta, até mesmo de uma intervenção militar dos EUA neste período sensível […] de pandemia de coronavírus”, disse Tajeldine.
O cientista político ainda notou a “luta bem-sucedida” da Venezuela contra a COVID-19, “com o auxílio de China e Cuba”.
Os EUA ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 76 milhões) por informações que levem à prisão do presidente Nicolás Maduro. Dessa forma, Washington estaria efetivamente “provocando um golpe de Estado”.
“Estão procurando um traidor dentro do Exército [venezuelano]. Procura-se gerar com isso um desastre que nestes últimos anos de governo [os EUA] não conseguiram fazer”, disse.
De acordo com o analista, as ações de Washington não são menos que um “crime contra a humanidade, que afetaria ainda mais a população da Venezuela, que já sofre há vários anos com as sanções econômicas, com a agressão criminosa […] que viola o direito internacional”.
Jornal da Cidadania / Montagem
O Departamento de Justiça dos EUA acusou o presidente da Venezuela de narcoterrorismo e ofereceu recompensa para quem ajudar a capturá-lo
Tajeldine ainda classificou a acusação da Casa Branca de narcoterrorismo como “hipócrita”.
“Eles acusam a Venezuela de tráfico de drogas, mas todos devem se perguntar: onde essas drogas são produzidas? Na Colômbia. Onde estão instaladas 11 bases militares dos EUA? Onde está a DEA [agência norte-americana de combate ao narcotráfico]? Na Colômbia”, questionou.
O analista disse que, com o apoio da DEA, agência norte-americana de combate ao narcotráfico, os cartéis colombianos estariam usando o espaço aéreo venezuelano para transportar drogas. Por isso, segundo ele, os EUA “acusam a Venezuela de ser um país de trânsito”.
Tajeldine contou que, “com apoio de radares fornecidos pela Rússia e pela China”, a Venezuela foi capaz de combater o narcotráfico nos últimos anos.
“Por que não se ataca o narcotráfico no país onde [as drogas] são produzidas [Colômbia] e [no país] onde são consumidas [EUA]?”, perguntou Tajeldine.
“Por que usam a Venezuela desta forma absurda, criminosa, vulgar e cínica? […] Para agredir um governo legítimo como é o o governo de Nicolás Maduro”, acrescentou.
Nesta sexta-feira (27), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, refutou as acusações feitas pelos EUA de que estaria envolvido em tráfico de drogas: “Eles apresentaram novas acusações falsas. A Venezuela está na linha da frente no combate ao narcotráfico há 15 anos”, argumentou.
Na quinta-feira (26), os EUA acusaram o presidente venezuelano de narco terrorismo e ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 75 milhões) a quem o entregar às autoridades dos EUA.
Redação Sputnik Brasil
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