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Ala do governo da Espanha acusa Israel de genocídio e cobra denúncia oficial em Haia

Ainda segundo a representante da sigla progressista Podemos, Ione Belarra, as forças israelenses tentam exterminar o povo palestino
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

O Estado de Israel e a Espanha estão imersos numa crise diplomática como resultado da intervenção militar na Faixa de Gaza, a qual uma parte do governo espanhol, representada pela esquerda do Podemos, descreveu como “crimes de guerra” e uma tentativa de “exterminar” o povo palestino.

Além disso, a Ministra dos Assuntos Sociais, Ione Belarra, do Podemos, instou o governo espanhol a apresentar uma queixa-crime perante o Tribunal Internacional de Justiça em Haia por “genocídio” contra o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu. O Ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, declarou o fim da crise, afirmando que “da nossa parte, este incidente específico foi resolvido”.

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A delegação diplomática israelense na Espanha expressou o seu desconforto com o governo espanhol pela posição de uma parte do Executivo, representada pela coligação de esquerda Unidas Podemos (UP), em relação ao conflito na Faixa de Gaza.


Comentário de Israel

A embaixada israelense manifestou “profundo desgosto” pelas palavras proferidas por membros do governo, que acusaram o Estado de Israel de “crimes de guerra” e de perpetrar “um genocídio”, em referência aos ministros da UP. Descreveu que as palavras e gestos dos ministros espanhóis representaram um ato de “conivência” com o “terrorismo ao estilo de grupos como o Daesh”, e colocaram em “risco” a população judaica na Espanha, o quais, segundo o Embaixador, poderão sofrer ataques e agressões em decorrência das palavras dos ministros do governo espanhol.

Ainda segundo a representante da sigla progressista Podemos, Ione Belarra, as forças israelenses tentam exterminar o povo palestino

Podemos (Espanha)
Ione Belarra, Ministra dos Assuntos Sociais e membra do Podemos

As declarações dos representantes de Israel causaram profundo desconforto ao ministro das Relações Exteriores espanhol, Albares, que descreveu a sua declaração como um “gesto hostil” para a Espanha. Albares explicou ainda que “quando se trata de política externa, é muito evidente que só existem duas vozes autorizadas: a do Presidente do Governo e a do Ministro das Relações Exteriores”, por isso – acrescentou – “não é preciso esclarecer que não há país no mundo onde as únicas duas vozes autorizadas no Governo a marcar a posição da Espanha na política externa sejam as do presidente e do seu Ministro das Relações Exteriores. Porque é isso que acontece em todos os países do mundo.”

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Albares afirmou: “Desde o primeiro minuto em que ocorreu o ataque do Hamas, por parte do governo espanhol condenamos o ataque terrorista de uma organização terrorista e exigimos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns e lamentamos e deploramos todas as vítimas inocentes… que estão ocorrendo.”

Além disso, acrescentou: “reconhecemos o direito de Israel de se defender contra este ataque terrorista, no entanto, qualquer ação tomada para repelir este ataque terrorista deve estar em conformidade com o Direito Internacional e o Direito Humanitário Internacional”.

Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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