O presidente da Generalidade da Catalunha, Pere Aragonès, detalhou na terça-feira (1), em entrevista coletiva, os pontos que conformariam a agenda de negociações entre o Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE) e o independentismo catalão para apoio a uma futura reeleição do chefe de governo, Pedro Sánchez.
Fixou três prioridades: a “resolução do conflito político entre a Catalunha e o Estado”, o reconhecimento do direito de autodeterminação através de um referendo vinculante e a anistia para os processados por defender o secessionismo, além de criar uma nova fórmula de financiamento que acabe com o “déficit fiscal”, “de infraestruturas” e “de serviços públicos”.
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Aragonès, que pertence à ERC, aspira que o nacionalismo catalão em seu conjunto acuda a negociar unido com o socialismo espanhol, ou seja, que ponha as mesmas condições e fale com uma só voz para ceder os 14 deputados que possui quando somados seus 7 nomes, com os outros 7 do Juntos pela Catalunha (JxCat), liderado por Carles Puigdemont.
Pool Moncloa/Borja Puig de la Bellacasa. La Moncloa, Madrid
O atual Presidente do Governo Espanhol, Pedro Sánchez, saúda o presidente do Governo Autônomo da Catalunha, Pere Aragonès
As relações entre ambas as formações catalãs passam pelo seu pior momento, sobretudo à raiz da ruptura da coalizão de governo e da expulsão da presidência do Parlamento autônomo de Laura Borrás, processada por vários delitos de corrupção e muito próxima de Puigdemont, ex-presidente catalão (2016-2017).
Sánchez necessitaria do apoios de todos os partidos nacionalistas bascos, galegos e catalães com representação parlamentar para ter sua investidura, já que seu partido só tem 121 deputados, a segunda força mais votada nas eleições de 23 de julho, mais as cadeiras de seu sócio, a coalizão de esquerda Sumar.
Neste cenário, o presidente catalão pretende assumir a liderança das negociações entre “Catalunha e Espanha”, embora todos os olhares estejam postos em Puigdemont, que reside na Bélgica desde outubro de 2017 para evitar a perseguição judicial e policial impulsionada a partir do Estado.
Aragonès disse a Sánchez que “cabe àqueles que querem ser investidos se mexerem” e pediu a ele uma proposta concreta sobre esses três pontos.
Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava
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