O presidente Evo Morales certificou hoje aqui o êxito do modelo boliviano da luta antidrogas, implementado por seu Governo desde 2006, sem a ingerência dos Estados Unidos, nem os instrumentos repressivos empregados durante mais de 20 anos.
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A declaração foi feita durante sua intervenção no 62º período de sessões da Comissão de Estupefacientes da Organização das Nações Unidas (ONU); disse que a realidade demonstra o fracasso da chamada guerra contra as drogas, levada a cabo pelos Estados Unidos.
O mandatário ressaltou que a Bolívia aplica um modelo próprio para combater esse flagelo, sem a ingerência estrangeira, ao recordar a expulsão por seu Governo da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA, por sua sigla em inglês).
Evo advertiu sobre os desafios pendentes nessa luta frontal contra o narcotráfico, contra o consumo de drogas, enquanto existam mercado receptores, como o estadunidense, um dos maiores do mundo.
O presidente viajou para a sede da comissão internacional convidado pela ONU, junto com uma delegação oficial integrada pelo chanceler, Diego Pary, o vice-ministro de Defesa, Felipe Cáceres e diretores de instituições estatais.
Ilustrou sua fala com dados que demonstram que na Bolívia, na década de 1980, a superfície cultivada com folhas de coca superava os 56 mil hectares e nos anos 1990 sobrepassava os 45 mil; e em 2000 haviam mais de 30 mil, apesar da presença da DEA e da militarização dos territórios.
Depois da nacionalização da luta contra as drogas, existe uma superfície de algo mais de 24 mil hectares, mas com tendência a uma redução paulatina devido aos métodos de concertação e controle social dos cultivos, enfatizou.
Depois de sua intervenção e de compartilhar a experiência do modelo boliviano com cifras e resultados, Morales inaugurou neste organismo um stand de produtos nacionais derivados da coca, cujo uso ancestral a nação defende como baluarte da soberania e da identidade.
O presidente prosseguirá sua agenda internacional com uma visita oficial à Grécia, onde se entrevistará com o primeiro ministro Alexis Tsipras para promover a cooperação e impulsionar o mecanismo de complementaridade comercial com a União Europeia.
Tradução: Beatriz Cannabrava