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Mais de 100 dirigentes sociais foram assassinados na Colômbia somente em 2020

Indepaz regista 101 dirigentes sociais mortos na Colômbia este ano, 26 desde que foi decretada a quarentena no país
Redação AbrilAbril
AbrilAbril
São Paulo (SP)

Tradução:

O assasinato do sociólogo e defensor do ambiente Jorge Enrique Oramas, de 70 anos, apareceu bem divulgado na imprensa. 

Morto a tiro, este sábado, numa quinta de Cáli (departamento de Valle del Cauca), é o centésimo “dirigente social” a ser assassinado no país andino-amazónico este ano, segundo o registo que tem estado a ser feito pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz).

“Cem” vale efemérides. De tal modo que, este fim-de-semana, o assassinato de dirigentes sociais assumiu destaque, inclusive, em agências ocidentais que costumam centrar-se na “ditadura de Maduro” e têm menos o hábito de virar o foco para a miséria e a violência extremas no país vizinho, presidido por Iván Duque, grande aliado dos Estados Unidos na América do Sul, também no que às tentativas de desestabilização da Venezuela diz respeito.

Indepaz regista 101 dirigentes sociais mortos na Colômbia este ano, 26 desde que foi decretada a quarentena no país

Reprodução: Winkiemedia
Protesto na Colômbia contra o assassinato de dirigentes sociais

O assassinato de Enrique Oramas, professor, defensor da agricultura biológica e conhecido por se opor a projectos de exploração mineira no Parque Nacional Farallones de Cali, foi confirmado ontem pelo Indepaz e denunciado pelo presidente do município, Terry Hurtado, que pediu às autoridades que procedam a “uma investigação ágil”.

Também no sábado, foi morto a tiro, na cidade de Cúcuta (departamento de Norte de Santander), o dirigente comunitário Freddy Angarita Martínez. De acordo com o periódico La Opinión de Cúcuta, dois indivíduos dirigiram-se a sua casa e efectuaram oito disparos. A mesma fonte revela que, dias antes, Angarita Martínez tinha sido ameaçado de morte.

Na lista que o Indepaz vai actualizando, respeitante a 2020, Martínez surge como o dirigente social assassinado número 101. Na véspera, foi morto o guarda indígena Javier García Guaguarabe, informa o portal tn8.tv. Tinha 20 anos e foi assassinado no município de Argelia (Valle del Cauca).

O Indepaz alertou que, desde que a quarentena foi decretada pelo governo, a 25 de Março, para conter a propagação do vírus SARS-coV-2, já foram assassinados na Colômbia 26 dirigentes sociais. O organismo pediu às autoridades que garantam aos dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos a possibilidade de exercerem as suas actividades em segurança, em todo o país.

Sirley Muñoz, coordenadora do Sistema de Informação da organização Somos Defensores, afirmou que o aumento do número de crimes contra defensores dos direitos humanos está relacionado com o incremento das ameaças de morte registadas em 2019, revela o tn8.tv.

Os departamentos com maior incidência de casos de assassinatos são, segundo o Indepaz, o Cauca, Antioquia e Putumayo.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
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